Wikipédia:AFI para português e galego

Os gráficos abaixo mostram a maneira pela qual o Alfabeto Fonético Internacional (AFI) representa as pronunciações do Português e Galego nos artigos da Wikipédia. Existem dois padrões principais de Português (P) —o de Portugal (PE) e o do Brasil (PB)— mais o Galego, na Galiza (G).

Para um maior aprofundamento sobre os sons da língua portuguesa, ver Fonologia da língua portuguesa.

AFIConsoantes
GalizaPortugalBrasilExemplos
bbbesta
ββbado [1]
vcavalo; livre (P); libre (G) [2]
ðdrapadura [1]
ddedo
digo, desminto[3]
ffase; café
ɡɡgato; guerra
ɣmagarefe; trigo [1]
kcores; laca; quente; kelvin
lllua; calor [4]
ɫwmal; principal [5][4]
ʎvelho (P); vello (G)
mmesa; comer [4]
nnata; ano [4]
ŋunha; inglesa; can; álbum (G) [4]
ɲmanhã (P); mañá (G)
ppeito; topo
rʁʁraro; carro; enrascado [6]
ɾlar; morte; por favor [6]
ɾraro; caro; bravo; por acaso
ʃʒʒjá; gente (P); xa; xente (G)
zzrasgado; portas brancas[7]
szcasa; existir; portas abertas
θzona; azul
ʃsdez; foz
scimeira; braço (P); brazo (G)
ssaco; máximo; isso (P); iso (G)
ʃescola; portas fechadas
ʃʃxarope; baixo
chave; achar
tchau
ttipo; ponte[3]
ttempo; átomo
AFIConsoantes marginais
GalizaPortugalBrasilExemplos
ħghato; trigho (G) [8]
xkharxa
AFIVogais
GalizaPortugalBrasilExemplos
aaataça; lá; às; Camões; alface
ɐcabide; as
ɐtaça; manhã
cama; banho; tâmara;[9] e também
anglicismos como rush, bug nalgumas variantes
ɛɛmeta, sé
eprémio/prêmio[9] incrível
eemeto; sê[10]
ɨsemáforo
ipente; pequeno; se
imeandro; e
icima[9] si; dia; país
ɔɔformosa; formosos; avó
obónus/bônus[9] hospital
ooformoso; avô
u Portugal
uboneco; voo; vi-o; frio [11]
ulume[9] rua; saúde
AFIVogais nasais
GalizaPortugalBrasilExemplos
ɐ̃canto; ângulo; âmbar; lã
cento; sempre; essência
ĩcinto; sim; ímpar
õconto; cônscio; cômputo
ũfungo; algum; cúmplice
 
AFISemivogais
GalizaPortugalBrasilExemplos
jpais; saia; cães; corações
wquando; guarda; frequente; quão
AFISupra-segmentais
GalizaPortugalBrasilExemplosExplicação
ˈlivre [ˈlivɾɨ] ~ [ˈlivɾi]Sílaba tônica
ˌcontramão [ˌkõtɾɐˈmɐ̃w]Sílaba subtônica
.dia [ˈdi.ɐ] ~ [ˈdʒi.ɐ]Divisão silábica

Observações

Português brasileiro

  • O fonema /S/, presente apenas na coda silábica e representando qualquer som sibilante não-africado em tal posição, assume vários fones surdos e sonoros de acordo com a situação, que inclui as posições alveolar simples, alveolar apical retraído ("alveolar retroflexo"), alveolar laminal palatalizado, palato-alveolar laminal e alvéolo-palatal laminal (além de alvéolo-palatal dorsal entre falantes nativos de, por exemplo, línguas japonesa, coreana e chinesa), além de em formas coloquiais vernaculares da língua, poder haver debucalização para [h, ɦ] e deleção.

    Nenhuma delas é completamente dominante em nenhum país lusófono e é um erro dizer que a pronúncia alveolar simples é dominante por completo na fala do Brasil, e portanto atenção deve ser dada. Ao transcrevê-la no caso de vocábulos e nomes no português brasileiro que não remetem a dialeto nenhum, deve-se usar alveolar [s, z] ao transcrevê-la antes de sons bilabiais (/b/, /p/, /m/), labiodentais (/f/, /v/), velares (/k/, /g/), róticos e uma pausa (nas citadas situações, a palatalização semicompleta é pontual e presente em poucos sotaques, como o carioca, o florianopolitano e o beleense, entretanto nestes, embora fones alveolares sejam ausentes ou próximos disso, também pode ocorrer debucalização ou deletamento, especialmente entre homens, jovens e a população menos escolarizada), enquanto usa-se pós-alveolar [ʃ, ʒ] antes de sons denti-alveolares (/t/, /d/, /l/, /n/), pós-alveolares ([tʃ], [dʒ]) ou palatalizados ([nj ~ nʲi] → [ɲ ~ ɲi], [lj] → [ʎ], da mesma maneira [ki], [gi], [mi]), forma usada principalmente pelos dialetos fluminense (~25 milhões, incluindo-se sotaques como os de Florianópolis, Distrito Federal, litoral norte paulista, mineiro da Zona da Mata e capixaba), baiano (~6-10 milhões), nordestino (~50 milhões) e nortista (~10 milhões).

    Nos dialetos nordestino, recifense, sulista e florianopolitano usa-se de forma limitada, e não por todos os falantes, os fonemas pós-alveolares [tʃ] e [dʒ] antes do som de i em sílabas "de", "di", "te" e "ti", mas em seu lugar se usam sons dentialveolares assim como na língua castelhana (apenas nos dialetos nordestino e recifense) ou completamente alveolares como na língua inglesa (no caso de todos os dialetos, mas particularmente sulista e floriapolitano), mas a palatalização das pausas coronais é um fenômeno linguístico pertinente ao Brasil inteiro pelo que se deve dar preferência a transcrições que usem a mesma.

Referências