Uru-capoeira

(Redirecionado de Uru)
 Nota: Para outros significados, veja Uru (desambiguação).

Uru-capoeira (nome científico: Odontophorus capueira),[2] capoeira ou corcovado,[3] é uma ave galiforme da família dos odontoforídeos (Odontophoridae). Encontra-se no Brasil, Argentina e Paraguai e anteriormente no Uruguai.[4] Os seus habitats naturais são florestas subtropicais ou tropicais secas de baixa altitude. Acredita-se que sua população esteja diminuindo, mas a uma taxa moderada, então a União Internacional para a Conservação da Natureza a avaliou como uma "espécie de menor preocupação".

Como ler uma infocaixa de taxonomiaUru-capoeira


Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Aves
Ordem:Galliformes
Família:Odontophoridae
Género:Odontophorus
Espécie:O. capueira
Nome binomial
Odontophorus capueira
(Spix, 1825)
Distribuição geográfica
Distribuição do uru-capoeira na América do Sul
Distribuição do uru-capoeira na América do Sul

Etimologia

O nome comum uru deriva do tupi u'ru em sentido definido. Foi citado em 1587 como oru e 1618 como uruis.[5] Capoeira, por sua vez, deriva do tupi ko'pwera, de ko no sentido de "roça" e pwera no sentido de "que já foi". Foi registrada em 1577 como capoeira, em 1579 como capuera, em 1581 como quapoeira e em 1584 como capuera, quando designou "terreno roçado e reconquistado pelo mato". Somente em 1817 (capueiras) e mais adiante em 1856 (capoeiras) que o termo foi empregado para designar aves.[6]

Descrição

Urus-capoeiras machos e fêmeas são semelhantes na aparência, mas a fêmea é um pouco menor. O pássaro tem uma coroa marrom-avermelhada com uma crista solta, salpicada de amarelo. O supercílio (faixa acima do olho) e a faixa do peito são canela-avermelhadas. As partes superiores são marrom-acinzentadas, com vermiculações escuras e salpicadas, com as penas individuais no pescoço, manto, dorso e escapulários com listras brancas ao lado da haste. Os lados da cabeça, garganta e partes inferiores são cinza-ardósia. As pernas são cinza escuro, o bico é enegrecido, a íris marrom e a área nua ao redor dos olhos vermelha. A faixa de comprimento é de cerca de 26 a 30 centímetros (10 a 12 polegadas). Os juvenis são semelhantes em coloração, mas têm bicos avermelhados, partes superiores mais salpicadas e partes inferiores cinzentas coradas com ferrugem e salpicadas de branco.[7]

Distribuição Geográfica

O uru-capoeira é nativo da região nordeste e sudeste do Brasil, do extremo nordeste da Argentina e do leste do Paraguai. Habita floresta seca de planície, incluindo floresta secundária, em altitudes não superiores a 1 600 metros (5 200 pés).[7]

A cidade de Uruoca, no sertão cearense, foi nomeada em homenagem a abundância desses pássaros naquela região. [8]

Ecologia

Os urus-capoeiras tendem a se mover no chão durante o dia em pequenos grupos de seis a oito, mas às vezes até quinze. Quando perturbados, se movem à vegetação rasteira e raramente voam, especialmente quando o grupo inclui filhotes. Os pássaros às vezes congelam e se agacham. A dieta inclui nozes caídas de araucária e outras árvores, as bagas de fitolaca (Phytolacca americana) e outras plantas e provavelmente invertebrados. À noite, esses pássaros empoleiram-se bem no chão nas árvores. São monogâmicos e a reprodução ocorre entre agosto e novembro. O ninho é construído no chão com entrada lateral e telhado de folhas mortas. Cerca de quatro ovos brancos são postos, que logo ficam descoloridos. A fêmea incuba a ninhada, que eclode após cerca de dezoito dias, e ela também cria os filhotes sem ajuda.[7]

Conservação

O uru-capoeira tem uma distribuição muito extensa e é comum em pelo menos parte de sua área de distribuição, embora as populações mais ao norte estejam em risco de caça.[7] Acredita-se que a população total esteja diminuindo, mas não a uma taxa que coloque a ave em risco, e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) avaliou sua situação de conservação como sendo "menos preocupante".[1] o Brasil, a espécie consta em mais de uma lista de conservação: em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[9] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais[10] em 2014, como quase ameaçada no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo[11] e na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul;[12][13] em 2017, como em perigo na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[14] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[15][16]

Referências