Território Antártico Britânico

Território Ultramarino Britânico no Reino Unido
British Antarctic Territory
Território Antártico Britânico
Bandeira do Território Antártico BritânicoBrasão do Território Antártico Britânico
(Bandeira)(Brasão)
Lema nacional:God Save the King
Posição do Território Antártico Britânico
Língua oficialInglês
Governo

Monarca
Primeiro Ministro
Comissário
Administrador

Parlamento e Monarquia Constitucional
Carlos III do Reino Unido
Rishi Sunak
Leigh Turner
Michael Richardson
Área
• Total
Lista de países por área
1,709,400 km²
População
Lista de países por população
200
MoedaLibra esterlina
ISO - CódigoBQ

O Território Antártico Britânico (AO 1945: Território Antárctico Britânico; British Antarctic Territory (BAT) em inglês) é um território que o Reino Unido considera um território ultramarino britânico. Ocupa zonas reclamadas também pela Argentina e o Chile. A região reivindicada pelo Reino Unido tem cerca de 1.709.400 km².[1]

Desde 3 de Março de 1962, o governo britânico tem designado um comissário, apontado pelo Departamento de Relações Externas do Reino Unido, para administrar o território.

O Território Antártico Britânico, que o Reino Unido reivindicou pela primeira vez em 1908, forma uma cunha triangular com o vértice no Polo Sul, e tem uma extensão superior a um milhão de quilômetros quadrados.[2]

Possui bandeira própria e tem como modelo as demais bandeiras dos territórios britânicos, ostentando em um quadrado superior a bandeira britânica, sob um fundo branco no qual está o brasão de armas do território, com um leão (símbolo heráldico inglês) e um pinguim (simbolizando a Antártica).

A bandeira deve ser hasteada nas bases britânicas antárticas no lugar da bandeira britânica, e também na sede do Centro Britânico de Pesquisas Antárticas, em Cambridge, Inglaterra.[3]

História

Durante a chamada Idade Heroica da Exploração Antártica, oito expedições britânicas foram realizadas com o objetivo de explorar a região polar, alcançar o Polo Sul e reivindicar o território para o Reino Unido, iniciando em 1898 com a expedição Southern Cross e terminando em 1922 com a expedição Quest. Nesse período foram estabelecidos os primeiros postos científicos rudimentares na região. Durante a Expedição Terra Nova (1910-1913), cinco britânicos morreram devido às condições climáticas extremas, inclusive o líder do grupo, o capitão Robert Falcon Scott, na viagem de regresso após haverem alcançado o Polo Sul, apenas 33 dias depois do norueguês Amundsen ter sido o primeiro a conseguir o feito.[4][5][6][7][8][9][10][11][5][6] A Expedição Transantártica Imperial, liderada por Ernest Shackleton, tentou realizar a primeira travessia do continente, de mar a mar, passando pelo Polo Sul, porém o navio afundou depois de ter ficado preso no gelo durante meses, à deriva; com muito esforço, a tripulação conseguiu se salvar, chegando às ilhas Geórgia do Sul.[12][13]

Durante a Segunda Guerra Mundial, três bases científicas britânicas permanentes foram instaladas na Antártica, por meio da Operação Tabarin, entre 1943 e 1945, que tinha como objetivo trazer segurança às embarcações aliadas na região, e ao mesmo tempo evitar incursões nazistas no continente antártico, tais como as de aeronaves alemãs que lançavam marcos com suásticas em direção ao solo com o objetivo de reivindicar o território para o Terceiro Reich (vide Nova Suábia); a operação também fazia frente à Argentina, que vinha se manifestando favorável à Alemanha Nazista no contexto da guerra.[9]

Pesquisa Científica

Atualmente, o órgão científico incumbido de coordenar os estudos científicos britânicos no continente, denominado British Antarctic Survey (Pesquisa Antártica Britânica), é um dos que produzem o maior volume de pesquisa científica dentre os países que possuem base na Antártida[14][15][16], recebendo um orçamento anual de mais de quarenta milhões de libras esterlinas[8], destinado ao custeio de equipamentos para pesquisa e à manutenção das cinco bases operacionais, que contam com cerca de quatrocentos e cinquenta cientistas.[17][15] Uma das descobertas científicas mais notáveis realizadas pelas bases britânicas foi a da ocorrência de rarefação da camada de ozônio na região polar, mais conhecida como o "buraco na camada de ozônio".[8] Além disso, têm-se conduzido muitos estudos sobre o aquecimento global e o derretimento do gelo polar.[8][17][16]

População

A população permanente é de cerca de 200 pessoas, na sua maior parte cientistas e pesquisadores, ela varia muito durante todo o ano, podendo chegar a 1000 habitantes no período mais quente do verão.

Disputa Territorial

Mapa da Península Antártica mostrando os limites das áreas de interesse da Argentina, do Chile e do Reino Unido.

O território que o Reino Unido reivindica sobrepõe os territórios antárticos da Argentina e do Chile e o território de interesse do Brasil, conhecido como Antártica Brasileira e inclui a Península Antártica, a Terra de Graham as Ilhas Shetland do Sul (Incluindo a Ilha Rei George, onde se localiza a maioria das bases científicas na Antártida) e o Mar de Weddell.

A Argentina e o Chile postulam que, por serem os países mais próximos do continente, teriam direito às porções mais próximas de seu território, baseando-se parcialmente no entendimento que veio a ser conhecido como teoria da defrontação. Os territórios reivindicados por ambos os países, entretanto, coincidem entre si, além de coincidirem com o território já dantes reivindicado pelo Reino Unido.

Por outro lado, a justificativa histórica da reivindicação britânica sobre o território antártico consiste nos esforços pioneiros empreendidos na exploração do continente antártico antes e durante a chamada Idade Heroica da Exploração da Antártica (1897-1922), quando o Reino Unido enviou diversas expedições para explorar o continente.[7][18][19][10][20][21][12][13][22][23][24][25] Dentre as oito nações que enviaram missões exploratórias à Antártica no fim do século XIX e início do século XX, o Reino Unido destaca-se por ter enviado oito das dezessete expedições, ao passo que a França enviou duas,[26][27][28][29] a Alemanha outras duas,[30][31][32][33][34] enquanto a Bélgica[35][36][37], a Suécia,[38][39][40] o Japão,[41][42] a Noruega[43][44][45] e a Austrália[46][47] enviaram uma expedição cada. Já a Argentina, o Chile e o Brasil não participaram da exploração antártica, embora navios argentinos e chilenos já navegassem pelos mares próximos.

Referências