Roger Agnelli

Roger Agnelli (São Paulo, 3 de maio de 1959 - São Paulo, 19 de março de 2016)[1] foi um investidor, banqueiro, executivo e empresário brasileiro, foi presidente da Vale entre 2001 e 2011, nesse período, as ações da mineradora se valorizam 1.583%[2] e, em 2013 foi eleito pela Harvard Business Review como o quarto CEO com melhor desempenho do mundo, atrás da Apple Inc. do CEO, Steve Jobs, Jeff Bezos da Amazon e Yun. Jong Yong da Samsung.[3]

Roger Agnelli
Roger Agnelli
Nascimento3 de maio de 1959
São Paulo, SP
Morte19 de março de 2016 (56 anos)
São Paulo, SP
NacionalidadeBrasil brasileiro
OcupaçãoEmpresário, ex-presidente da Vale S.A.

Seus confrontos com a liderança do Partido dos Trabalhadores, que começaram com a Grande Recessão e a demissão de 2.000 trabalhadores, levaram à sua demissão da Vale S.A. a pedido do governo em 2011.[4]

Em 19 de março de 2016, ele morre junto com sua esposa, filho e filha (e três outras pessoas) quando o avião deles caiu em São Paulo.[1]

Biografia

Início

Roger Agnelli era formado em Economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e desenvolveu sua carreira profissional no Grupo Bradesco, onde trabalhou de 1981 a 2001.[5] Em 1998, Roger assumiu a posição de diretor-executivo do Banco Bradesco, onde permaneceu até 2000, ano em que se tornou Presidente e CEO da Bradespar. Antes de ser escolhido como diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli foi presidente do Conselho de Administração da empresa. Ele também foi membro do conselheiro de administração de importantes empresas do país e no exterior, entre elas Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Latasa, Suzano Petroquímica, Brasmotor, Rio Grande Energia, VBC Energia S.A., Duke Energy, Spectra Energy, entre outras.[5]

Vale

Foi durante a gestão de Agnelli, em outubro de 2005, que a Vale obteve a classificação de risco correspondente ao grau de investimento.[6] Foi a primeira vez que as agências de classificação concederam a uma empresa brasileira uma classificação superior ao risco soberano do país. Naquela época o Brasil ainda não tinha conseguido ser classificado como grau de investimento.[6]

"Eu sou o Roger, da Vale". Era assim que o executivo se apresentava. Ele não escondia o orgulho por presidir uma das maiores empresas do país e que fez dele um executivo com projeção internacional. Ele foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.[7] E, em 2012, Roger Agnelli foi escolhido pela “Harvard Business Review” e o Insead como o quarto CEO com melhor desempenho no mundo e único brasileiro no ranking. Ele figurou ao lado de Steve Jobs, da Apple, o primeiro do ranking.[3]

Durante os 10 anos em que Roger presidiu a Vale, a companhia se consolidou como a maior produtora global de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo.[8] Foi durante sua gestão que a Vale adotou uma estratégia de expansão global, comprou a mineradora canadense Inco (atual Vale Canada Limited), se tornando a segunda maior produtora de níquel do mundo, e também a Fosfertil (atual Mosaic Fertilizantes), que fez da mineradora um importante player no mercado de fertilizantes.[8] Roger soube tirar proveito do super ciclo da mineração e do aumento da demanda chinesa por minério de ferro e adotou uma política de reajuste do preço que levou a Vale a um novo patamar no mercado global da mineração. Durante a gestão de Roger, as ações da empresa registraram uma valorização de 1.583%.

Saída controversa

Em março de 2011 foi iniciada uma campanha do governo brasileiro para demiti-lo da Vale.[9] Dilma Roussef teria enviado Guido Mantega para convencer o Bradesco, principal sócio da Vale a aceitar sua substituição.[9] Em outra frente, o ministro Edson Lobão pressionava publicamente a empresa a pagar cinco bilhões de reais de royalties pela exploração do solo do país.[9] Em 14 de março Agnelli havia enviado a Dilma uma carta onde expressava sua preocupação de que a disputa dos royalties estava envolvida num contexto político e que haveria desvio de verbas na prefeitura de Parauapebas.[9] A Vale já havia pago 700 milhões ao município que continuava com péssimos indicadores, o entorno da cidade cercado de favelas, bairros próximos ao centro têm esgoto a céu aberto e ruas sem asfalto.[9] Com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Previ que juntos detinham 60,5% da Vale, Agnelli foi substituído, deixando a presidência em maio de 2011.[9]

Pós Vale

Em dezembro de 2011, ele anunciou a criação da AGN Participações, uma companhia de investimento focada nos setores de commodities.[10] No início do mês de fevereiro de 2015 seu nome apareceu como um dos possíveis substitutos de Graça Foster na presidência da Petrobras.[11]

Principais marcos na Vale

2003 - A Vale se torna a maior empresa privada da América Latina.

2005 - A Vale se torna a primeira empresa brasileira a obter o investment grade. Foi a primeira vez que as agências de classificação concederam a uma empresa brasileira uma classificação superior ao risco soberano do país.

2006 - A Vale compra a canadense Inco, a maior aquisição já feita por uma empresa da América Latina.

2007 - A Vale passa de quarta para segunda maior mineradora do mundo.

2008 - A Vale é a única empresa da América Latina listada no Carbon Disclosure Leadership Index.

2009 - A Vale lança a pedra fundamental dos projetos de carvão Moatize, em Moçambique, e de pelotização em Omã. Roger Agnelli é considerado um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

2010 - A Vale lista suas ações na Bolsa de Valores de Hong Kong.

2011 - Em 10 anos de gestão de Roger Agnelli, ações da Vale se valorizam 1.583%.[2]

Morte

Agnelli morreu em uma queda de avião em São Paulo no dia 19 de março de 2016.[12]

O avião modelo CA-9 prefixo PR-ZRA, era de propriedade de Agnelli. Além dele morreram o piloto Paulo Roberto Bau, sua esposa Andrea Agnelli, os filhos João Agnelli e Anna Carolina, o genro Parris Bittencourt e a namorada do filho de Agnelli. A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte em São Paulo às 15h20min, com destino ao Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, caindo três minutos após a decolagem. A família viajava para um casamento do sobrinho de Agnelli.[2][12][13]

O velório aconteceu durante todo o dia de domingo, 20 de março de 2016 no cemitério Gethsêmani, na Zona Sul de São Paulo, onde por volta das 17:00 horas foram enterrados os corpos de Roger Agnelli, sua mulher Andrea, os filhos Anna Carolina e João e o genro, Parris Bittencourt. Já os corpos da namorada de João, Carolina Marques,e o piloto Paulo Roberto Bau foram enterrados no interior de São Paulo.

Referências