Rodrigo da Cunha

político português

D. Rodrigo Cunha (Coimbra, setembro de 1577 - Lisboa, 3 de Janeiro de 1643)[1] foi um importante prelado português da primeira metade do século XVII que, como arcebispo de Lisboa, teve um papel de alta relevância política, ao apoiar a Restauração da Independência de Portugal.[2]

Rodrigo da Cunha
Rodrigo da Cunha
Nascimento1577
Lisboa
Morte3 de janeiro de 1643 (65–66 anos)
Lisboa
CidadaniaReino de Portugal
Irmão(ã)(s)Lourenço da Cunha
Alma mater
Ocupaçãopolítico, presbítero, revolucionário
ReligiãoIgreja Católica
Assinatura

Biografia

D. Rodrigo nasceu em Lisboa, filho de D. Pedro da Cunha, Fidalgo do Conselho do rei D. Sebastião e Senhor do Morgado de Tábua, e de sua mulher Maria da Silva, filha de Rui Pereira da Silva, alcaide-mor do Castelo de Silves[1] (que era irmã do bispo do Porto D. Aires da Silva[3] e neta paterna do 6.º Senhor de Vagos de juro e herdade e bisneta materna do 4.º Senhor de Vagos de juro e herdade).

Iniciou os seus estudos no Colégio de Santo Antão, um colégio jesuíta em Lisboa. Faz o seu doutoramento em Direito Canónico, na Universidade de Coimbra, tendo como seu padrinho nesse acto o professor seu primo direito D. André de Almada.[4][5]

Na sua carreira religiosa, passou pelo Santo Ofício, como deputado e foi inquisidor em Lisboa. Foi bispo de Portalegre (1615-1618), e do Porto (1618-1626); foi arcebispo de Braga (1626-1634) e de Lisboa (1635-1642).

Foi o autor da reforma Breviário Bracarense, em 1634, e presidiu ao Sínodo de Lisboa de 1640.

No entanto ascendeu a conselheiro do Conselho de Estado e adjunto da Princesa Margarida.[3]

D. Rodrigo da Cunha foi um dos principais opositores da incorporação de Portugal em Espanha, uma política seguida por Filipe IV.

Em 1638, chegou a ser convidado para cardeal, em Madrid, recusando a oferta.

Durante a Restauração da Independência, apoiou os revoltosos e, juntamente com o arcebispo de Braga, governou o reino até ao regresso de D. João IV. O seu nome consta como uma das presenças principais no 1.º "Auto do Levantamento e Juramento d' El-Rei Dom João IV" (de fidelidade) realizado no dia 15 de Dezembro de 1640[6] e assim como no seguinte acto solenemente confirmando-o em 28 de Janeiro de 1641.[7]

O seu sobrinho, D. António Álvares da Cunha, 17.º senhor de Tábua, foi também um dos conjurados em 1640.

Como historiador, D. Rodrigo da Cunha contribuiu para a historigrafia da Igreja de Portugal, escrevendo diversas obras sobre o Braga, Porto e Lisboa.

Faleceu aos 65 anos, a 3 de Janeiro de 1643. Encontra-se sepultado na Sé de Lisboa.

Obras

No esforço ao apoio ao rei D. João IV de Portugal à Guerra da Restauração que se seguiu com a sua instauração, fez-se igualmente publicar certos sermões e editais preparados por ele, nomeadamente:

Participou ainda na publicação das Crónicas dos Reis D. João I, D. Duarte e D. Afonso V, do autor Duarte Nunes de Leão.

Referências

Bibliografia

Ligações externas

Precedido por
Diogo Correia

Bispo de Portalegre

16151618
Sucedido por
Frei Lopo de Sequeira Pereira
Precedido por
Frei Gonçalo de Morais

Bispo do Porto

16181626
Sucedido por
Frei João de Valadares
Precedido por
Afonso Furtado de Mendonça

Arcebispo Primaz de Braga

16261634
Sucedido por
Sebastião de Matos de Noronha
Precedido por
João Manuel de Ataíde

Arcebispo de Lisboa

16351643
Sucedido por
António de Mendonça