Pulsão de morte

conceito da psicanálise freudiana
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Pulsão de morte (em alemão: Todestrieb), também conhecida como Tânatos,[1][2] é um termo introduzido pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud em 1920.[3]

Na teoria psicanalítica freudiana clássica, a pulsão de morte é a pulsão em direção à morte e à autodestruição. Foi originalmente proposta por Sabina Spielrein em seu artigo "Destruição como a causa do surgimento" (Die Destruktion als Ursache des Werdens)[4][5] em 1912, que foi então adotada por Sigmund Freud em 1920 na obra "Além do Princípio do Prazer". Este conceito foi traduzido como "oposição entre os instintos do ego ou da morte e os instintos sexuais ou de vida".[6] Em "Além do Princípio do Prazer", Freud usou o plural "pulsões de morte" (Todestriebe) com muito mais frequência do que no singular.[7]

A pulsão de morte se opõe a Eros, a tendência à sobrevivência, propagação, sexo e outras pulsões criativas e produtoras de vida. A pulsão de morte às vezes é chamada de "Thanatos" no pensamento pós-freudiano, complementando "Eros", embora esse termo não tenha sido usado no próprio trabalho de Freud, sendo introduzido por Wilhelm Stekel em 1909 e depois por Paul Federn no contexto atual.[8][9]

Na sua teoria das pulsões Sigmund Freud descreveu duas pulsões antagônicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte (Tânato) que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto segundo o princípio de conservação da vida. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente - sendo a finalidade de se alimentar a manutenção da vida - ela implica-se à pulsão de morte, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-lo. Aí presente um elemento agressivo, de segregação, este se articula à pulsão primeira, como sua necessária contraparte na função geral de conservação.

Literatura

  • Sigmund Freud: Jenseits des Lustprinzips (em português: Além do Princípio do Prazer), 1920, republicado, entre outros, em: Studienausgabe, Bd. III: Psychologie des Unbewußten, Frankfurt am Main: Fischer 1975, p. 213-272
  • Sigmund Freud: Das Unbehagen in der Kultur (em português: O Mal-Estar na Civilização), Viena: Internationaler Psychoanalytischer Verlag 1930 (capa), primeira edição, republicado, entre outros, em: Das Unbehagen in der Kultur und andere kulturtheoretische Schriften, Fischer, 2001, p. 29–108. ISBN 3-596-10453-X)
  • Jacques Lacan: Subversion des Subjekts und Dialektik des Begehrens im Freudschen Unbewussten (1960), em: Schriften II, Berlim/Weinheim 1991 (3. ed.), p. 165-204
  • Erich Fromm: Anatomie der menschlichen Destruktivität (1973), Hamburgo: Rowohlt 1974
  • Peter Zagermann: Eros und Thanatos. Psychoanalytische Untersuchungen zu einer Objektbeziehungstheorie der Triebe, Darmstadt: WBG 1988, ISBN 3-534-03055-9
  • Dylan Evans: Wörterbuch der Lacanschen Psychoanalyse, Viena: Turia + Kant 2002, p. 306-308
  • Wilhelm Reich: Die Funktion des Orgasmus. Sexualökonomische Grundprobleme der biologischen Energie (Die Entdeckung des Orgons, Bd. I). Frankfurt am Main: Fischer 1972; Köln: Kiepenheuer & Witsch 1987, ISBN 3-462-02471-X, Cap. VI-VIII
  • Sabina Spielrein: Die Destruktion als Ursache des Werdens (em português: A destruição como origem do devir), 1912, Viena: IV Jahrbuch für psychoanalytische und psychopathologische Forschungen, pp. 465–503.

Ver também

Referências