Pressão sonora

valor quadrático médio da pressão exercida em um determinado ponto por intervalo de tempo por uma fonte sonora

Pressão sonora é definida como uma variação rápida da pressão entre as partículas de um meio elástico, em um determinado ponto e instante de tempo. Como grandeza de estado termodinâmico de um meio elaśtico a pressão sonora caracteriza uma onda sonora durante a propagação neste meio elástico. A unidade SI de pressão sonora é o pascal (Pa).[1]

Pressão estática e variação rápida da pressão estática (pressão sonora)

Ondas sonoras

O som é uma onda mecânica, isto é, precisa de um meio material para se propagar. Existem vários tipos de ondas mecânicas, dependendo do meio elástico no qual a onda se propaga. Em fluidos (gases e líquidos) as ondas sonoras sempre são ondas longitudinais. Já em sólidos as ondas sonoras podem ser ondas quase-longitudinais, transversais, de flexão e de torção. Ondas longitudinais são caracterizadas por movimento oscilatório das partículas paralelo à direção de propagação.[2]

Ao propagar em uma certa distância em um meio elástico, o meio sofre uma série de compressões e expansões ao longo da direção de propagação. Regiões nos quais ocorre compressão correspondem a regiões de aumento da pressão acima da pressão estática, ou seja, a pressão sonora é positiva. Em regiões nas quais há expansão ou descompressão, a pressão total é inferior à pressão estática, ou seja, a pressão sonora é negativa. Ondas sonoras podem provocar sensação auditiva quando chegam ao ouvido humano, desde que tenham energia e frequência dentro de certos limites.

A frequência com que o meio se contrai e se dilata, e com a qual a pressão sonora varia portanto, é a frequência da onda sonora. Quanto maior essa frequência, mais agudo é o som, e quanto menor, mais grave. O sistema auditivo humano é sensível a frequências na faixa de 20 até 20.000 Hz (hertz), sendo que limite inferior varia um pouco de pessoa para pessoa e o limite superior é reduzido em 1000 Hz a cada década de vida.[2][3]

Amplitude de pressão

A amplitude de pressão de uma onda sonora é dada por

=

em que é a velocidade da onda, é a massa específica do meio, é a frequência e é a amplitude de deslocamento longitudinal da onda.[Nota 1] A amplitude de pressão significa o máximo aumento ou diminuição (variação) da pressão do meio em que a onda se propaga. A menor a amplitude de pressão detectável é da ordem de Pa. Já a maior suportável pelo ouvido humano é de Pa, ainda muito pequena comparada com a pressão atmosférica, 100.000 Pa[2]

Intensidade

Ver artigo principal: Intensidade (acústica)

A intensidade de uma onda sonora é definida como a taxa de energia por unidade de área por unidade de tempo e é dada por

em que é a potência de onda e é a área transversal à direção de propagação.[2]

A intensidade de uma onda sonora também pode ser expressa em função da amplitude de deslocamento por

.[4]

Nível de pressão sonora SPL

O nível de pressão sonora (SPL, em inglês Sound Pressure Level) é uma medida para determinar o grau de potência de uma onda sonora. É determinada pela amplitude da onda sonora por duas razões: pela sensibilidade do ouvido às variações de pressão, e por ser uma quantidade simples de ser medida. A unidade internacional do nível de pressão sonora é o decibel (dB).[Nota 2][1][5][4]

O ouvido humano consegue perceber uma faixa muito ampla de intensidades sonoras, cerca de . Por causa disso, tornou-se mais viável utilizar o conceito de nível de pressão sonora, dado em escala logarítmica, do que intensidade. Sendo assim, o nível de pressão sonora (em dB) é dado por

em que é a intensidade medida e é uma intensidade de referência (aproximadamente, a mínina intensidade percebida por um ser humano médio) dada por .[2][4]

Exemplos de nível de pressão sonora

SPLSom
190 dBArmas pesadas (10 m atrás da arma)
180 dBArma de brinquedo (disparada perto do ouvido)
170 dBTapa no ouvido
160 dBGolpe de martelo em chapa de aço ou tubo de latão (1 m de distância)
150 dBGolpe de martelo em uma forja (5 m de distância)
130 dBExplosão; bater de palmas forte (1 m de distância)
120 dBDecolagem de avião (60 m de distância); apito ou assobio forte (1 m de distância)
Limiar da dor, curta exposição pode gerar danos auditivos
110 dBBoate cheia; sirene (10 m de distância); violino perto do ouvido do músico em um concerto
100 dBGrito (1,5 m de distância); música alta em fones de ouvido
90 dBCaminhão a diesel 80 km/h (15 m de distância);
Risco de danos auditivos se escutado por 40 h/semana ou mais
80 dBTráfego de veículos pesados (7,5 m de distância) ou de uma via expressa (25 m de distância)
70 dBSecador de cabelo (1 m de distância); ruído de uma rua principal (distância da calçada)
60 dBConversação normal (1 m de distância); cortador de grama barulhento (10 m de distância)
50 dBChilro de um pássaro (15 m de distância)
40 dBRuído de dia comum
Ruído capaz de distrair no aprendizado e dificultar a concentração
30 dBVentilador silencioso em velocidade baixa (1 m de distância); tic-tac de relógio
20 dBInterior de uma casa a noite; ruído da respiração (1 m de distância)
10 dBSussurro
0 dBLimiar da audição

[6][3][7]

Ver também

Notas

Referências