Praça da Sé (Salvador)

logradouro público em Salvador, município do estado brasileiro da Bahia
 Nota: Para a catedral demolida, veja Antiga Sé da Bahia.

A Praça da Sé é um logradouro público no Centro Histórico de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia.[1] Surgiu na década de 1930 em razão da demolição da antiga Sé da Bahia, a qual deu origem ao nome da praça,[1] e de alguns outros prédios colonais.[2] Na década de 1950, funcionou como terminal rodoviário até ser construído o Terminal da Lapa.[1]

Praça da Sé
Salvador, Bahia, Brasil
Praça da Sé (Salvador)
Aspecto da praça durante o dia, em 2017, com a fonte luminosa, o Museu de Energia e o Cine Excelsior à direita. O Edifício Themis está ao fundo, à direita.
Mapa
Tipopraça
Inauguraçãodécada de 1930
CruzamentosRua Chile, Ladeira da Montanha, Ladeira da Misericórdia
Lugares que atravessaCruz Caída, Palácio Arquiepiscopal de Salvador
Lista de praças de Salvador

Da Cidade Baixa, a praça é acessada pelo Plano Inclinado Gonçalves via a pequena praça Ramos de Queiroz.[1] Além desta pequena praça, comunica-se com a praça da Cruz Caída[3] (ou Belvedere da Sé, e parte da praça da Sé[4]), com o Terreiro de Jesus e, pela rua da Misericórdia, com a Praça Tomé de Sousa (onde estão a Prefeitura, o Palácio da Aclamação e o Elevador Lacerda).[1][5] A praça é endereço do Memorial das Baianas, Palácio da Sé (antiga sede da Arquidiocese de São Salvador da Bahia), do Museu de Energia, do Cine Excelsior, dos edifícios Ranulfo Oliveira e Themis, como também abriga monumentos como os dedicados a Zumbi dos Palmares e Pero Fernandes Sardinha, a Cruz Caída e uma fonte luminosa.[5]

Seu entorno constituiu a primeira freguesia criada pela colonização portuguesa em Salvador em 1552, sob o nome de Sé ou Salvador.[6] Em 1960, foi delimitado o subdistrito da Sé dentro do distrito homônimo ao município de Salvador, dentro da zona urbana desse município e sem ser dividido em bairros, limitando-se com os subdistritos da Conceição da Praia, do Passo, de Nazaré, de Santana e de São Pedro (do norte ao oeste, em sentido horário).[7] Tal divisão ficou ultrapassada sem atualizações por mais de cinco décadas,[8] até que em 2017 Salvador foi dividida em mais de uma centena e meia de bairros e a lei de 1960 foi revogada,[9] deixando de existir os subdistritos antes previstos, inclusive o da Sé.

História

Abaixo, trilhos da Cia Carris da Bahia cobertos pelo calçamento; à esquerda, um dos sítios arqueológicos da praça na continuação; e o Palácio Arquiepiscopal da Sé ao fundo.

A praça é originária do processo de demolição de dois quarteirões de prédios antigos que se situavam nas antigas ruas Direita e Rua do Colégio — esta última assim chamada porque levava diretamente ao Colégio e à Igreja dos Jesuítas (atual Catedral Basílica de Salvador), no Terreiro de Jesus. O cenário anterior às demolições (e anterior à praça) foi pintado por Diógenes Rebouças, destacando a rua do Colégio.[10] A antiga Sé Primacial do Brasil que dá nome à praça foi demolida em 1933, embora o nome tenha permanecido.[11] Sua demolição ocorreu para dar lugar aos trilhos dos bondes da Companhia Linhas Circular de Carris da Bahia. Com isso, a praça passou a abrigar os bondes e o Belvedere da Sé, espaço dedicado a lazer, cultura e turismo e com vista para a Baía de Todos os Santos.[2] Assim, o Belvedere da Sé foi explorado por lanchonetes, em aproveitamento até do adro da igreja demolida.[10]

Em 1960, foi concluída a construção do Edifício Themis (situação no lado oposto à Igreja do Colégio de Jesus) e do Edifício Ranulfo Oliveira (ocupado pela sede da Associação Bahiana de Imprensa, pela Assembleia Legislativa da Bahia de 1960 a 1975 e por órgãos da Prefeitura).[10][12] Na década de 1980, a reforma da praça ficou a cargo de Juarez Paraíso.[13]

Estátua de Zumbi dos Palmares e, ao fundo, a Catedral Basílica de Salvador, na Praça da Sé.

Após a inauguração do Terminal da Lapa, em 1982, a praça degradou-se. Dezessete anos depois, com um projeto do arquiteto Assis Reis, a praça ganhou uma nova perspectiva de belvedere. A mesma reforma que trouxe críticas à destruição do patrimônio histórico (demolição da Igreja da Sé), representada pela Cruz Caída, destruiu o desenho feito em pedras portuguesas que havia no calçamento, substituindo o esse piso por granito. Além disso, seguiu-se uma escavação arqueológica às fundações da antiga Igreja da Sé, a qual resultou na criação de quatro sítios arqueológicos, cujo resgate de objetos e ossos vinha sendo conduzido por uma equipe do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA.[carece de fontes?]

Em comemoração aos 450 anos de fundação de Salvador, foi inaugurado em 29 de março de 1999 o monumento da Cruz Caída. De autoria de Mário Cravo, foi feito em aço inoxidável com 12 metros de altura e sob encomenda da Prefeitura Municipal de Salvador.[3][14] Em 2002, foi inaugurada a fonte luminosa da Praça da Sé, produzida pela empresa espanhola Ghesa.[5]

Ver também

Referências

Bibliografia

Ligações externas

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