Plimpton 322

O Plimpton 322 é uma antiga tabuleta de argila babilônica, datada de aproximadamente 1800 a.C. Ela contém uma lista de triplas pitagóricas, evidenciando avançado conhecimento matemático dos babilônios, destacando-se por seu uso de relações numér

Plimpton 322 é uma tabela de argila em escrita cuneiforme com registros da matemática babilônica.

A placa

De aproximadamente meio milhão de tabelas de argilas babilônicas escavadas desde o início do século XIX, milhares são de natureza matemática. Provavelmente o mais famoso destes exemplos de matemática babilônica seja a tabela Plimpton 322, referindo-se ao fato de ter o número 322 na coleção G.A. Plimpton da Columbia University. Esta tabela, que acredita-se ter sido escrita no século XVIII a.C., possui uma tabela de 4 colunas e 15 linhas de números em escrita cuneiforme do período. Pesquisadores de Sydney, em 2017, concluiram que as quatro colunas e as 15 fileiras de cuneiformes representam a tabela de trabalho trigonométrico mais antiga e mais precisa do mundo, uma ferramenta de trabalho que poderia ter sido usada na topografia e no cálculo de templos, palácios e pirâmides[1].

Embora a tabela tenha sido formalmente interpretada pelos principais matemáticos como uma lista de ternas pitagóricas, ainda existe uma perspectiva publicada pela Mathematical Association of America que diz que esta interpretação não é aceitável.[2] Para tratamentos mais acessíveis desta tableta sugerem Robson (2002) ou, mais brevemente, Conway e Guy (1996). Robson (2001) discute de forma mais detalhada e técnica sobre a interpretação dos números desta tableta, com uma extensiva bibliografia.

Origem

Plimpton 322 é uma tabela de argila parcialmente quebrada medindo cerca de 13 centímetros de largura, 9 centímetros de altura, e 2 centímetros de espessura.

O editor de nova-iorquino George A. Plimpton comprou a tableta a partir de um vendedor de arqueologia, Edgar J. Banks, provavelmente em 1922, e a doou com o resto de sua coleção para Columbia University, no meio da década de 1930. De acordo com os Banks, as tabletas vieram de Senkereh, um local ao sul do Iraque correspondente à antiga cidade de Larsa.[3]

Acredita-se que tenha sido escrita por volta de 1800 a.C., baseado em parte no estilo de utilizado na escrita cuneiforme: Robson (2002) afirma que esta forma de escrita "é típica de documentos do sul do Iraque de 4000–3500 anos atrás".[4] Mais especificamente baseando-se em similaridades de formato com outras tabletas de Larsa que possuem datas explícitas, Plimpton 322 pode ser datada entre o período de 1822–1784 a.C.[5]

Os números

O conteúdo principal do Plimpton 322 é uma tabela de números, com quatro colunas e quinze linhas, em notação sexagesimal babilônica. A quarta coluna é apenas uma linha de números em ordem de 1 a 15. A segunda e terceira colunas são totalmente visíveis na tableta. No entanto, a ponta da primeira coluna foi quebrada, e há duas consistente extrapolações para o que poderia ser a falta dígitos; estas interpretações diferem apenas em saber se cada série começa ou não com um dígito adicional igual a 1. Com as diferentes extrapolações mostradas entre parênteses, esses números são os seguintes:

(1:)59:00:151:592:491
(1:)56:56:58:14:50:06:1556:071:20:252
(1:)55:07:41:15:33:451:16:411:50:493
(1:)53:10:29:32:52:163:31:495:09:014
(1:)48:54:01:401:051:375
(1:)47:06:41:405:198:016
(1:)43:11:56:28:26:4038:1159:017
(1:)41:33:45:14:03:4513:1920:498
(1:)38:33:36:368:0112:499
(1:)35:10:02:28:27:24:261:22:412:16:0110
(1:)33:45451:1511
(1:)29:21:54:02:1527:5948:4912
(1:)27:00:03:452:414:4913
(1:)25:48:51:35:06:4029:3153:4914
(1:)23:13:46:40561:4615

É possível que colunas adicionais estivessem presentes na parte quebrada da tableta, à esquerda destas colunas. A conversão desses números de notação sexagesimal para decimal apresenta ambiguidades adicionais, pois a notação sexagesimal babilônica não especificava o valor posicional do primeiro dígito de cada número.

Interpretação

Em cada linha, o número na segunda coluna pode ser interpretado como o lado mais curto s de um triângulo retângulo, e o número na terceira coluna pode ser interpretado como a hipotenusa d do triângulo. O número na primeira coluna ou é a fração ou , onde l denota o lado mais comprido do mesmo triângulo. Os acadêmicos ainda diferem, entretanto, em como estes números foram gerados.

Notas

Referências

  • Bruins, Evert M. (1949). «On Plimpton 322, Pythagorean numbers in Babylonian mathematics». Koninklijke Nederlandse Akademie van Wetenschappen Proceedings. 52: 629–632 
  • Bruins, Evert M. (1951). «Pythagorean triads in Babylonian mathematics: The errors on Plimpton 322». Sumer. 11: 117–121 
  • Neugebauer, O. (1951). The Exact Sciences in Antiquity 2nd ed. Copenhagen: Munksgaard. Available as a Dover reprint, ISBN 978-0486223322 
  • Robson, Eleanor (2001). «Neither Sherlock Holmes nor Babylon: a reassessment of Plimpton 322». Historia Math. 28 (3): 167–206. doi:10.1006/hmat.2001.2317. MR1849797 

Ligações externas

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