Patriota (Brasil)
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Patriota | |
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Número eleitoral | 51[1] |
Presidente | Ovasco Resende [2][1] |
Fundação | 9 de agosto de 2011 (12 anos) |
Registro | 19 de julho de 2012 (11 anos)[1] |
Dissolução | 9 de novembro de 2023 (7 meses) |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia | Nacionalismo brasileiro[3] Conservadorismo social[3] Conservadorismo verde[3] Liberalismo econômico[3] Anticomunismo[3] Populismo de direita[3] Militarismo[3] |
Espectro político | Direita à extrema-direita[4][5][6][7] Histórico: Centro-direita |
Religião | Cristianismo[3] |
Think tank | Fundação Ecológica Nacional |
Ala de juventude | Juventude Patriota[8] |
Ala feminina | Mulher Patriota[9] |
Sucessor | PRD (fusão com o PTB) |
Fusão | Incorporou o PRP |
Cores | Verde Amarelo Azul Branco |
Slogan | "Por um Brasil Patriota." |
Página oficial | |
patriota51 | |
Política do Brasil |
O Patriota foi um partido político brasileiro conservador e religioso de direita à extrema-direita [10][11][12] fundado em 2011 e registrado definitivamente em 2012.[1] Seu nome anterior era Partido Ecológico Nacional (PEN), utilizado pelos membros até agosto de 2017[13][14][15][16] e alterado oficialmente pelo TSE em abril de 2018.[17] Em março de 2019, o Patriota incorporou o extinto Partido Republicano Progressista (PRP) ao mesmo tempo, deixou de utilizar a sigla "PATRI".[18]
Em outubro de 2022, em convenção nacional, o partido decidiu se fundir com o PTB, depois de não ter atingido a cláusula de barreira nas eleições gerais no Brasil em 2022,[19][20] para formar o partido Partido Renovação Democrática (PRD). A fusão foi homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral em 9 de novembro de 2023.[21][22][23]
Inicialmente, o então PEN se declarava um partido ambientalista. Desde a renomeação, o partido passou a defender o aumento no investimento das forças armadas e a segurança pública e a adoção do modelo econômico Liberal para ajudar no desenvolvimento econômico do país.[24]
Com a candidatura de Cabo Daciolo, deputado que se tornou conhecido após os debates presidenciais de 2018 por sua personalidade distinta e falas polêmicas, o partido adotou uma nova agenda religiosa e militarista.[25] Em 2020, com a candidatura de Arthur do Val à Prefeitura de São Paulo, o partido passou a ter então uma ala minoritária associada ao MBL e ao liberalismo, apesar de ser conservador e apoiador de Jair Bolsonaro.
O partido foi fundado em 9 de agosto de 2011. Seu primeiro presidente do partido era ligado à Assembleia de Deus,[26] mas o Partido acolhe filiados de todos os credos. Para a eleição presidencial de 2014, e no momento de sua fundação, a agremiação partidária tinha interesse em atrair a candidatura de Marina Silva, caso o registro do partido Rede Sustentabilidade (REDE) não obtivesse sucesso. Entretanto, a política optou pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Consequentemente o partido acabou entrando para a coalizão Muda Brasil, liderada pelo PSDB, partido do então candidato a presidência Aécio Neves e naquele ano o PEN só conseguiu eleger dois parlamentares. Adilson Barroso, presidente e fundador do partido, não conseguiu o número necessário de votos para se eleger ao cargo de deputado federal.[27] Nas eleições estaduais, o PEN participou de várias coligações amplas, ajudando a eleger onze governadores e nove senadores de diversos partidos, que compõem o governo federal ou que fazem oposição a ele.
Em 2016, o Partido Ecológico Nacional protocolou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a prisão em segunda instância,[28] como também fez a Ordem dos Advogados do Brasil. O entendimento favorável à possibilidade de prisão obtido em fevereiro foi mantido em outubro, ou seja, foi aprovado em duas ocasiões por maioria dos ministros.[28] A sentença foi vista pela sociedade como uma aliada na luta contra a impunidade,[29][30] tendo apoio da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Associação Nacional dos Procuradores da República, Associação dos Magistrados do Brasil, Procuradoria-Geral da República, juiz federal Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.[31][32] Posteriormente, no entanto, esse entendimento seria derrubado.
No segundo semestre de 2017, após o Partido Social Democrata Cristão (PSDC) negar interesse em filiar o político Jair Bolsonaro, este e o partido anunciaram a filiação dele ao PEN. Somado a isso, foi posta no perfil do partido no Facebook uma enquete para sugerir um novo nome para o PEN. Dentre as cinco opções dadas, havia a continuação do nome, a homenagem ao Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) e outras três novas denominações: Pátria Amada Brasil (PAB), Patriotas e Republicanos.[27][33]
Em 10 de agosto o comando nacional optou pela nova denominação Patriota.[34] Em 26 de setembro de 2017, no contexto da crise político-econômica de 2014,[35] o PEN entrou com pedido de alteração de nome e sigla junto ao TSE, visando se descolar da crise política.[36][37] A autorização pelo TSE foi obtida em 26 de abril de 2018, sendo rejeitada a contestação da organização política Patriotas (de sigla PATRI também) que buscava registrar-se como partido político no tribunal.[17][38][39][40]
Após um conflito interno, em janeiro de 2018, Jair Bolsonaro desistiu da filiação ao Patriota e optou por se filiar ao Partido Social Liberal (PSL). Entretanto, o partido manteve a proposta de mudança de nome e estatuto. Adilson Barroso, presidente do partido, também falou na possibilidade de duas outras opções se candidatarem a presidência da república, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa e o cirurgião plástico Dr. Rey,[41] que era filiado ao partido desde 2014. No entanto, acabou lançando como candidato o ex-bombeiro e deputado Cabo Daciolo à presidência.[42] Daciolo recebeu 1.348.323 votos (1,26%), terminando em 6º lugar, ficando a frente de candidatos fortes como Marina Silva, Alvaro Dias e Henrique Meirelles.[43][44][45]
Logo após a instituição do novo estatuto partidário do Patriota, muitos políticos e militantes não concordaram com alguns preceitos. O deputado Walney Rocha (PATRI-RJ) e o deputado Júnior Marreca (PATRI-MA), este último aliado do governador do Maranhão Flávio Dino (atualmente no PSB), atacaram a regra que proibia que candidatos do partido se aliassem com partidos de extrema-esquerda, e chegaram a protocolar uma ação judicial que barrava a instituição do novo estatuto.[40]
Devido a não superarem a cláusula de barreira nas eleições de 2018, ficando sem acesso ao fundo partidário, o Partido Republicano Progressista (PRP) foi incorporado pelo Patriota, de forma que assim, juntos alcançaram o limiar mínimo exigido para acesso ao fundo partidário.[46] Em 28 de março de 2019, o plenário do TSE aprovou a incorporação do PRP ao Patriota e a solicitação para deixar de usar a sigla "PATRI".[47]
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 49 prefeituras e 719 vereadores. O partido, naquele ano, abrigou o deputado estadual Arthur do Val, que concorreu à prefeitura de São Paulo,[48] assim como candidatos ligados ao Arthur e ao Movimento Brasil Livre (MBL). No ano seguinte, em meio à filiação de Flávio Bolsonaro e às novas tratativas para a filiação do agora presidente da República, Jair Bolsonaro, Rubinho Nunes, membro do MBL e vereador de São Paulo, saiu do Patriota e foi para o PSL.[49][50]
A tentativa de filiação dos Bolsonaro, no entanto, abriu uma guerra político-jurídica interna no partido. Em fins de maio, o então presidente, Adílson Barroso, promoveu uma convenção para realizar mudanças no estatuto partidário, na diretoria, e anunciar a possibilidade de filiação de Jair Bolsonaro. No entanto, membros da Executiva do partido, sobretudo advindos do antigo PRP, contestaram o cumprimento dos ritos estatutários necessários para que essas mudanças fossem realizadas.[51] Assim, ingressaram como ação judicial, onde obtiveram decisão liminar para anular os registros efetuados por Adílson Barroso.[52] Paralelamente, convocaram outra convenção onde decidiram afastar por 90 dias o presidente do partido, assumindo em seu lugar o vice-presidente, Ovasco Resende, que era o presidente do antigo PRP.[53] Com a disputa interna, a ida de Bolsonaro para a legenda foi novamente descartada.[54]
Em 2022, o partido não conseguiu superar a cláusula de barreira nas eleições gerais.[19][20] Consequentemente, em 26 de outubro de 2022, foi aprovada, em convenção nacional, a sua fusão com o partido PTB, para o partido resultante continuar recebendo recursos do fundo partidário e tenha acesso ao tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio.[55] O novo partido é o chamado Partido Renovação Democrática (PRD), usando o número 25. A fusão foi homologada peloTribunal Superior Eleitoral em 9 de novembro de 2023.[21][22][23]
Deputados estaduais à época da incorporação (21) | |||
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UF | Deputado(a) | UF | Deputado(a) |
AM | Felipe Souza* | PA | Raimundo Santos |
AM | Josué Neto* | PB | Wallber Virgolino |
BA | Josafá Marinho+ | PB | Janduhy Carneiro+ |
CE | Elvilo Araújo+ | RJ | Célia Jordão*+ |
ES | Capitão Assumção* | RJ | Elton Cristo*+ |
ES | Marcos Madureira*+ | RJ | Val Ceasa |
ES | Rafael Favatto | RO | Marcelo Cruz* |
GO | Amauri Ribeiro* | RR | Odilon Filho |
MG | Doorgal Andrada | RR | Nilton do Sindpol |
MG | Dr. Paulo | SP | Arthur do Val* |
MS | Lidio Lopes | ||
Observações: Em 2018 o Patriota elegeu 16 deputados estaduais.[58] Nomes marcados com o símbolo * foram eleitos por outros partidos. Nomes marcados com o símbolo + são suplentes empossados. Os deputados Apóstolo Luiz Henrique (CE), Bruno Gonçalves (CE), Felipe Leitão (PB), Nizo (CE), Paulo Corrêa Júnior (SP) e Wagner Neto (GO) foram eleitos em 2018 pelo Patriota mas saíram do partido. Pastor Tom (BA) foi eleito pelo Patriota mas teve o mandato cassado em junho de 2020. Renato Cozzolino (RJ) foi eleito pelo PRP, se filiou ao Patriota, mas trocou novamente de partido. |
Data | Filiados[18] | Crescimento anual | |
---|---|---|---|
dez./2012 | 248 | ![]() | +100% |
dez./2013 | 7.735 | ![]() | +3.019% |
dez./2014 | 12.520 | ![]() | +62% |
dez./2015 | 39.412 | ![]() | +15% |
dez./2016 | 72.645 | ![]() | +84% |
dez./2017 | 75.397 | ![]() | +4% |
dez./2018 | 80.019 | ![]() | +6% |
dez./2019 | 310.906 | ![]() | +88,5% |
dez./2020 | 337.065 | ![]() | +8% |
dez./2021 | 330.157 | ![]() | -2% |
dez./2022 | 326.510 | ![]() | -1,1% |
Eleição | Mandatos | % | ± |
---|---|---|---|
20162016[61] | 00040000000000000525 525 / 57 941 | 0,90 | 0998![]() |
20202020[62] | 00060000000000000719 719 / 56 810 | 1,26 | 0998![]() |
Eleição | Mandatos | % | ± |
---|---|---|---|
20142014 | 00290000000000000009 9 / 27 | 33,3 | 0978![]() |
20182018 | 00290000000000000015 15 / 54 | 27,7 | 0978![]() |
Eleição | Mandatos | % | ± |
---|---|---|---|
20142014 | 00290000000000000015 15 / 1 059 | 1,41 | 0978![]() |
00290000000000000084 84 / 1 059 | 7,93 | 0978![]() | |
20182018 | 00290000000000000016 16 / 1 059 | 1,51 | 0978![]() |
00290000000000000038 38 / 1 059 | 3,58 | 0978![]() |
Participação e desempenho do Patriota nas eleições estaduais de 2022[63] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos. Em negrito estão os candidatos filiados ao Patriota durante a eleição.
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Participação e desempenho do Patriota nas eleições estaduais de 2018[63] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 15 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao Patriota durante a eleição.
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Participação e desempenho do PEN nas eleições estaduais de 2014[63] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (11 governadores e 9 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao PEN durante a eleição.
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Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
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2014 | ![]() | Aécio Neves (PSDB) | Aloysio Nunes (PSDB) | Muda Brasil | 51.036.040 (48,36%) | 2ª |
2018 | ![]() | Cabo Daciolo (PATRI) | Suelene Balduino (PATRI) | Sem coligação | 1 348 323 (1,26%) | 6ª |
Ordenados pelos respectivos números eleitorais | |
Com registro definitivo |
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Com registro provisório |
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