Palácio da Justiça (Manaus)

palácio em Manaus, Amazonas

O Palácio da Justiça é um edifício histórico brasileiro localizado na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro da cidade de Manaus. Está situado exatamente atrás do famoso Teatro Amazonas e conta com mais de dois mil metros quadrados de área edificada em alvenaria de pedra e tijolo. Foi construído no século XIX especificamente para atender às instalações do Poder Judiciário do Estado do Amazonas na época.[2]

Palácio da Justiça
Palácio da Justiça (Manaus)
Fachada principal do Palácio da Justiça
Nomes alternativosCentro Cultural Palácio da Justiça
TipoPalácio da Justiça
Estilo dominanteArquitetura clássica
Início da construção1894
Fim da construção1900
Inauguração21 de abril de 1900 (124 anos)
Restauro2001
Função inicialSede do Poder Judiciário do Estado do Amazonas
Proprietário atualGoverno do Estado do Amazonas
Função atualMuseu
Atração turística
Centro cultural
Patrimônio Histórico
Visitantes20 000[1]
Aberto ao públicoSim
Websitecultura.am.gov.br
Dimensões
Altura12 m
Número de andares2
Área2 515 m²
Património nacional
ClassificaçãoPatrimônio Histórico e Artístico do Amazonas[1]
Geografia
País Brasil
CidadeManaus, AM
LocalidadeAvenida Eduardo Ribeiro, Centro
Coordenadas3° 07' 49" S 60° 01' 28" O
Mapa
Localização do Palácio da Justiça no Centro de Manaus

Inaugurado em 1900, é um dos principais exemplares da arquitetura clássica do período áureo da borracha. Foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas em 1980, e, os nomes dados às salas que o compõe, homenageiam personalidades ligadas à sua implantação e ao Poder Judiciário do Estado do Amazonas.[1]

Atualmente o prédio é administrado pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e funciona como Centro Cultural Palácio da Justiça (CCPJ). O espaço é aberto à visitação pública e, também, à promoção das artes, por meio de exposições, espetáculos musicais, teatro, cinema e apresentação de palestras. O Palácio da Justiça recebe cerca de 20 mil visitantes por ano.[1]

História

Palácio da Justiça, em 1906. Arquivo Nacional.

Em 18 de abril de 1894 o governador Eduardo Ribeiro assina contrato com a empresa Moers & Moreton, no valor de 654 contos e 259 933 réis, para a construção do Palácio da Justiça, um edifício de dois andares e imponente fachada de linhas arquitetônicas clássicas, com mais de cinco mil metros quadrados de área edificada em alvenaria de pedra e tijolo, destinado especificamente às instalações do Poder Judiciário do Estado doAmazonas.[2]

A construção do Palácio da Justiça foi iniciada imediatamente. A estrutura do edifício, as obras de alvenaria dos dois pisos e a armação do telhado já estavam praticamente concluídas quando Eduardo Ribeiro transmitiu o governo ao seu sucessor Fileto Pires Ferreira em 23 de julho de 1896. Daí em diante as obras foram desaceleradas e menos de oito meses depois, 15 de março de 1897, o contrato de construção foi rescindido amigavelmente por proposta dos empreiteiros Moers & Moreton.[2]

A construção ficou paralisada, e para reduzir despesas o governador Fileto Pires mandou fazer alterações no projeto do edifício e contratar, por administração direta, apenas as obras e serviços emergenciais, necessárias para garantir a preservação do valioso patrimônio, que estava exposto ao sol e à chuva e começava a apresentar sinais de deterioração. Fez-se então a cobertura do prédio, substituindo-se toda a estrutura de madeira, que além de estar apodrecida não tinha a inclinação adequada para receber as telhas de marselha escolhidas para o telhado. Corrigiram-se as rachaduras das paredes, consolidaram-se as estruturas do edifício (cuja estabilidade estava ameaçada), “reforçando-se os seus alicerces em todos os ângulos salientes com blocos de alvenaria de pedra e cimento”, travadas “com tirantes de ferro”.[2]

Sua inauguração foi realizada em 21 de abril de 1900 no governo do então Coronel José Cardoso Ramalho Júnior. É um dos principais exemplares da arquitetura clássica do período áureo da economia da borracha e suas linhas estruturais seguem o estilo renascentista.[1]

Características arquitetônicas

O Palácio está localizado em ponto privilegiado da Avenida Eduardo Ribeiro, bem atrás do Teatro Amazonas. Possui portões de ferro fundido importados de Glasgow, na Escócia, e calçada e escadarias em pedra de Liós, de Lisboa. O teto do hall é revestido em estuques com paredes em imitação de mármore. A imponente escada principal tem guarda-corpo metálico, com arcos dourados com seis hermas ou cariátides, importadas de Lisboa. O piso do hall é de ladrilhos hidráulicos. O segundo andar é decorado com balaustradas, óculos, tetos recobertos com estuques, colunas, cartelas e paredes marmorizadas, piso de madeira (acapu e pau-amarelo).[1]

A mobília é centenária. Destaca-se o relógio do tipo carrilhão, da década de 1920, com estrutura de jacarandá baiano e maquinário suíço. Tem também mesa feita de mogno, conjunto de mesas, cadeiras e espelho que vieram da última restauração, em 2002, além de móveis modernos, do funcionamento do Poder Judiciário até 2006 e lustre original feito de bronze e cristais.[1]

Patrimônio Histórico

O Palácio da Justiça foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Amazonas pelo Decreto n.º 5218, de 3 de outubro de 1980, assinado pelo governador José Lindoso.[1]

Ao longo dos anos, passou por várias obras de conservação e restauração, especialmente a realizada entre 2001 e 2002, sendo inaugurado como Centro Cultural Palácio da Justiça em junho de 2006, portanto merecendo cuidados específicos e atenção especial por partes daqueles que o utilizam. Construído sobre uma área elevada da cidade, é protegido por um robusto muro com balaustradas, uma obra centenária localizada bem atrás do famoso Teatro Amazonas.

Galeria

Ver também

Referências


Ligações externas