Podemos (Brasil)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Disambig_grey.svg/20px-Disambig_grey.svg.png)
O Podemos (PODE), originalmente chamado Partido Trabalhista Nacional (PTN), é um partido político brasileiro de centro-direita[12][13] à direita. A legenda tem sido comandada pela família Abreu (Dorival de Abreu, José Masci de Abreu e Renata Abreu) desde sua fundação em 1995. Em 2016, mudou seu nome para "Podemos" inspirado no slogan da campanha de Barack Obama à presidência dos EUA, "sim, nós podemos" (em inglês: "yes, we can"); oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio de 2017.[14][15][16]
Podemos | |
---|---|
Número eleitoral | 20 |
Presidente | Renata Abreu[1] |
Vice-presidente | Pastor Everaldo |
Secretário-geral | Luiz Cláudio Freire de Souza França |
Tesoureiro-geral | José Carlos Oliveira Melo |
Fundação | 5 de março de 1995 (29 anos)[2] |
Registro | 2 de outubro de 1997 (26 anos)[1] |
Sede | Lago Sul, Brasília, Distrito Federal[3] |
Ideologia | Conservadorismo liberal[4] Anteriormente: Janismo[2] Trabalhismo |
Espectro político | Centro-direita à direita |
Ala de juventude | Podemos Jovem[5] |
Ala negra | Podemos Afro[5] |
Ala feminina | Podemos Mulher[5] |
Fusão | Incorporou o PHS e o PSC |
Membros (2024) | 813.728 filiados[6] |
Governadores (2024)[7] | 0 / 27 |
Prefeitos (2020)[8] | 219 / 5 568 |
Senadores (2024)[9] | 7 / 81 |
Deputados federais (2024)[10] | 15 / 513 |
Deputados estaduais (2022) | 48 / 1 024 |
Vereadores (2020)[11] | 3 038 / 56 810 |
Cores | Verde Azul |
Slogan | "Juntos podemos mudar o Brasil" |
Sigla | PODE |
Página oficial | |
podemos | |
Política do Brasil |
Em dezembro de 2018, o partido incorporou o Partido Humanista da Solidariedade (PHS).[17] Em 2022, iniciou o processo de incorporação do Partido Social Cristão (PSC), realizando convenção conjunta em dezembro do mesmo ano.[18] Em 16 de junho de 2023, a incorporação foi homologada pelo TSE.[19] Com a incorporação, seu número eleitoral passou a ser 20.[1][20]
Em abril de 2024 possuía 813.728 filiados, sendo o nono maior partido brasileiro.[6][9]
História
Fundação
O PTN foi fundado em 25 maio de 1995, ganhando o registro provisório no mesmo ano.[2] Obteve o registro definitivo em 2 de outubro de 1997,[1] tendo sido dirigido pelo ex-deputado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB, 1945-1965)[21] Dorival de Abreu.[2] A agremiação pretendia recriar o Partido Trabalhista Nacional (1945-1965), partido que veio a eleger Jânio Quadros, fundado, na origem, por uma dissidência nacionalista do PTB "getulista".[2]
1998 a 2016
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/thumb/7/70/Ptn-logo.jpg/213px-Ptn-logo.jpg)
Nas eleições de 1998, lançou como candidata à presidência sua secretária geral, Thereza Ruiz, obtendo votação superior a 100 mil votos e ficando em 10º lugar.[22]
Em São Paulo, apresentou o candidato a governador Fred Corrêa nas eleições de 2006 mas foi derrotado ao obter apenas 4.523 votos e ficar em 14º lugar.[23] Entretanto, elegeu 6 deputados estaduais no país.[2]
Entre 2008 e 2012, elegeu 28 prefeitos, 748 vereadores e 6 deputados estaduais.[2]
Após o falecimento de Dorival, seu irmão, o ex-deputado federal José de Abreu, dirigiu a legenda até 2013, sendo substituído pela sua filha, a também deputada federal Renata Abreu.
No pleito de 2014, elegeu 4 deputados federais, sendo eles: João Carlos Bacelar Batista (BA), Christiane Yared (PR), Edson Moreira (MG) e Renata Abreu (SP). Na época, também elegeu 14 deputados estaduais mas manteve um desempenho eleitoral pouco significativo.
Devido sua pouca projeção, a sigla que era tradicionalmente trabalhista e nacionalista,[24][25][2] gradualmente acomodou seu programa às novas preferências políticas, passando a também agremiar nomes mais à direita e adotar uma perspectiva conservadora liberal. Nesse liame, com a janela partidária no início do ano de 2016, vários parlamentares trocaram de legenda e o destino de alguns deles foi o PTN que, à época, passou a ter 13 deputados federais. Ainda como PTN, obteve o maior crescimento proporcional no número de prefeituras nas eleições de 2016.[15]
Troca de nome e história recente
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d8/Logo-podemos.png/200px-Logo-podemos.png)
Em maio de 2017, o então "Partido Trabalhista Nacional" foi autorizado a mudar de nome e passou a ser denominado "Podemos".[14] A mudança foi uma tentativa de modernização devido à crise político-econômica de 2014.[26] Baseado em pesquisas e estudos de consultorias, a organização foi renomeada por inspiração no mote "sim, nós podemos" (yes, we can) da campanha de Barack Obama à presidência dos EUA em 2008 e sem qualquer relação com o partido espanhol homônimo. A essa época, a bancada do partido foi caracterizada como de centro-direita com parlamentares conservadores pelo presidente do diretório estadual na Bahia, João Carlos Bacelar Batista, enquanto que a nova organização buscaria o centrismo, segundo seus dirigentes.[27][15][28][29]
Ainda em 2017, passou a ter representatividade no Senado Federal com a filiação de Alvaro Dias (ex-PV) e de Romário, que havia deixado o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em agosto, o partido recebeu a filiação de José Medeiros (ex-PSD), senador pelo Mato Grosso.
Em virtude da delação da JBS, em 18 de maio do mesmo ano, foi o primeiro partido a abandonar a base aliada do governo Michel Temer, saindo também do bloco partidário do qual integrava ao lado do Progressistas e do Avante (na época chamado de Partido Trabalhista do Brasil, PTdoB), então declarou-se independente em relação ao governo.[30] Posteriormente, fez o mesmo com os deputados estaduais Chiquinho da Mangueira e Jorge Moreira Teodoro, conhecido como Dica, por votarem para livrar os colegas Jorge Picciani, então presidente da Alerj, Paulo Melo e Edson Albertassi da prisão, sendo estes alvos da Operação Cadeia Velha.[31] Por fim, expulsou o deputado Alexandre Baldy após o mesmo aceitar o cargo de ministro das cidades no governo do então presidente Michel Temer.[32]
Como candidato à presidência nas eleições de 2018, lançou Alvaro Dias.[33] Para acompanhá-lo, Paulo Rabello de Castro, um ex-presidente do BNDES e do IBGE, foi escolhido como candidato a vice-presidente.[34] No pleito da campanha, foi defendido um pacto social para refundar a República, o aumento de investimentos nos setores de educação, além de uma reforma tributária e política do país.[35]
Em 21 de dezembro de 2018, incorporou o PHS.[17]
Nas eleições municipais de 2020, elegeu 1.524 vereadores e 99 prefeitos, entre os quais, seu primeiro prefeito de uma capital: Eduardo Braide em São Luís, Maranhão.[36] Em 2021, o partido passou a filiar importantes nomes, dissidentes do governo de Jair Bolsonaro, como o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e o general Santos Cruz.[37][38]
Em 2022, o partido conseguiu superar a cláusula de barreira nas eleições gerais.[39]
Em 22 novembro de 2022, foi anunciada a incorporação do PSC ao Podemos, para que o primeiro continuasse recebendo o fundo partidário e tivesse acesso ao tempo de propaganda eleitoral na televisão e rádio.[40][41] A convenção conjunta dos partidos, que formalizou a incorporação, foi realizada em 8 de dezembro de 2022.[42][43] Em 16 de junho de 2023, o TSE homologou a incorporação.[19] De início, a incorporação seria uma fusão, com a criação de um novo partido Podemos com o número eleitoral 20.[41] Em 5 de março de 2024 foi oficializada a mudança do número eleitoral, deixando de ser 19 e passando a ser 20.[20]
Ideologia
Segundo representantes como sua presidente nacional, Renata Abreu, o Podemos não é de esquerda ou de direita, mas "para a frente", defensor de mais participação popular no processo de tomada de decisões.[27][44][45][46]
O partido defende uma democracia participativa por meio de mais mecanismos de democracia direta no Brasil, seja através de plebiscitos e referendos (como proposto na PEC 330/2017, de autoria de Renata Abreu, que propõe que a cada eleição o povo possa votar em mais do que candidatos, mas também em temas importantes de interesse da maioria),[47] veto popular (como defende a PEC 331/2017, também de Renata Abreu, que pretende incluir na constituição o direito do povo de vetar leis já aprovadas)[48] ou direito de revogação (conforme propõem a PEC 37/2016, de Alvaro Dias,[49] e a PEC 332/2017, de Renata Abreu).[50]
Na análise clássica das ciências políticas, é definido como estando entre o centro e a direita por englobar, em sua ideologia, a defesa da distribuição de renda,[51][52][53] da política verde,[54][55] dos direitos da mulher,[56][57][58] do liberalismo econômico moderado contrário a medidas como privatização de empresas estratégicas,[59][60][61][62][63] do voto facultativo, do desarmamento civil[64][65][66] e de políticas de prevenção ao uso de drogas.[67][68][69] Ademais, por ter adotado uma postura anticorrupção após sua renovação em 2017, é favorável ao fim do Foro Privilegiado, à prisão em segunda instância, à transparência com contas/contratos públicos,[70] à Operação Lava-Jato e contra o aumento do fundo eleitoral e partidário.[71]
Organização
Parlamentares atuais
Deputados estaduais atuais (28) | |||
---|---|---|---|
UF | Deputado(a) | ||
AC | Chico Viga* | ||
PB | Lindolfo Pires | ||
AM | Dermilson Chagas* | ||
AM | Wilker Barreto* | ||
RO | Cássia Muleta | ||
DF | Jorge Vianna | RO | Cirone Deiró |
ES | Marcelo Santos* | RR | Aurelina Medeiros |
MG | Zé Reis* | ||
PA | Igor Normando* | ||
PB | Branco Mendes | SP | Márcio da Farmácia |
PB | Edmilson Soares | SP | Murilo Félix+ |
Observações: Em 2018, o Podemos elegeu 22 deputados estaduais.[7] Nomes marcados com o símbolo * foram eleitos em 2018 por outros partidos. Nomes marcados com o símbolo + são suplentes empossados. Logo após a eleição de 2018, processos na Justiça Eleitoral deixaram Tiago Falcão (AM) e Jean Mendonça (RO) sem cargos. Rodrigo Maroni (RS) e Jânio Natal (BA) saíram do partido em março de 2020 e maio de 2020 respectivamente. Aprígio (SP) tornou-se prefeito de Taboão da Serra em janeiro de 2021. |
Deputados federais atuais (15)[10] | |||
---|---|---|---|
UF | Deputado(a) e Legislaturas | Imagem | |
BA | Raimundo Costa 56.ª, 57ª | ![]() | |
ES | Doutor Victor 57.ª | ||
ES | Gilson Daniel 57ª | ![]() | |
GO | Glaustin da Fokus* 56.ª, 57ª | ||
MA | Fabio Macedo 57ª | ||
MG | Igor Timo 56ª, 57ª | ![]() | |
MG | Nely Aquino 57ª | ||
PB | Ruy Carneiro* 54.ª,56.ª, 57ª | ![]() | |
RJ | Sargento Portugal 57ª | ||
RS | Mauricio Marcon 57ª | ![]() | |
SP | Bruno Ganem 57ª | ![]() | |
SP | Renata Abreu 55ª, 56ª, 57.ª | ![]() | |
PR | Luiz Carlos Hauly+ 57ª | ![]() | |
Observações: Em 2022, o Podemos elegeu 12 deputados federais.*Eleitos em outros partidos.[72] |
Número de filiados
Data | Filiados[6] | Crescimento anual | |
---|---|---|---|
dez./2006 | 72.742 | — | — |
dez./2007 | 90.176 | ![]() | +24% |
dez./2008 | 92.836 | ![]() | +3% |
dez./2009 | 88.317 | ![]() | -5% |
dez./2010 | 100.384 | ![]() | +14% |
dez./2011 | 120.826 | ![]() | +20% |
dez./2012 | 127.216 | ![]() | +5% |
dez./2013 | 129.418 | ![]() | +2% |
dez./2014 | 130.312 | ![]() | +7% |
dez./2015 | 139.343 | ![]() | +7% |
dez./2016 | 161.508 | ![]() | +16% |
dez./2017 | 162.123 | ![]() | +0,4% |
dez./2018 | 167.160 | ![]() | +3% |
dez./2019 | 364.394 | ![]() | +117% |
dez./2020 | 415.448 | ![]() | +14% |
dez./2021 | 407.915 | ![]() | -1,8% |
dez./2022 | 405.212 | ![]() | -0,6% |
dez./2023 | 796.884 | ![]() | +96,6% |
Desempenho eleitoral
Legislatura | Bancada | % | ± |
---|---|---|---|
50ª (1995–1999) | 0 / 513 | 0,00 | ![]() |
51ª (1999–2003) | 0 / 513 | 0,00 | ![]() |
52ª (2003–2007) | 0 / 513 | 0,00 | ![]() |
53ª (2007–2011) | 0 / 513 | 0,00 | ![]() |
54ª (2011–2015) | 0 / 513 | 0,00 | ![]() |
55ª (2015–2019) | 4 / 513 | 0,77 | ![]() |
56ª (2019–2023) | 11 / 513 | 2,14 | ![]() |
57.ª (2023–2027) | 12 / 513 | 2,33 | ![]() |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais
Participação e desempenho do PODE nas eleições estaduais de 2022[74] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos. Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição.
|
Participação e desempenho do PODE nas eleições estaduais de 2018[74] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 11 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao PODE durante a eleição.
|
Eleições presidenciais
Ano | Imagem | Candidato(a) à presidência | Candidato(a) à vice-presidência | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
1998 | — | Thereza Ruiz (PTN) | Eduardo Gomes (PTN) | Sem coligação | 166.138 (0,23%) | 10ª |
2010 | ![]() | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Para o Brasil Seguir Mudando | 55.752.529 (56,05%) | 1ª |
2014 | ![]() | Aécio Neves (PSDB) | Aloysio Nunes (PSDB) | Muda Brasil | 51.036.040 (48,36%) | 2ª |
2018 | ![]() | Alvaro Dias (PODE) | Paulo Rabello de Castro (PSC) | Mudança de Verdade | 859.574 (0,8%) | 9ª |
2022 | ![]() | Simone Tebet (MDB) | Mara Gabrilli (PSDB) | Brasil para Todos (MDB, Federação PSDB Cidadania e PODE) | 4.915.423 (4,16%) | 3ª |