Nazarenos (seita)

Os nazarenos (ou nazorianos; grego: Ναζωραῖοι, Nazōraioi)[1] era uma designação dada aos cristãos primitivos no século I d.C., bem como atualmente o termo hebraico נוֹצְרִי (nôṣrî) e o termo árabe نصارى ainda são utilizados para designar os cristãos. No século IV d.C. é registrado o uso desse termo para referir a um grupo marginal sectário dentro do cristianismo.

O termo

O registro mais antigo do uso do termo foi encontrado em Atos dos Apóstolos 24:5, no qual Paulo de Tarso é designado como um líder da seita dos Nazarenos ("πρωτοστάτην τε τῆς τῶν Ναζωραίων αἱρέσεως"). Naquela época, o termo designava seguidores de Jesus de Nazaré.

A seita do Século IV

Com o passar do tempo, o termo foi utilizado no século IV para designar uma seita de cristãos judeus que continuavam a observar as regras rituais descritas Torá, diferentemente dos cristãos gentios que não observavam tais regras[2].

Foram pela primeira vez descritos por Epifânio de Salamina[3] e, posteriormente, mencionados por Jerônimo[4], Eusébio de Cesareia [5] [6] e Agostinho de Hipona[7]. Sendo, que esses autores fizeram distinções entre os nazarenos descritos nos tempos em que escreviam e o significado do termo empregado em Atos 24:5[8].

De acordo com Epifânio, os nazarenos do século IV (Ναζωραιοι) originalmente se converteram ao cristianismo pregado pelos apóstolos. Durante a Primeira guerra judaico-romana, esses convertidos fugiram de Jerusalém para Pereia (a nordeste de Jerusalém) e, posteriormente, se espalharam para a Beréia (Alepo) e Basã, onde se estabeleceram permanentemente[9].

Os nazarenos eram grupos de seguidores de Jesus que cumpriam as prescrições do Pentateuco; usavam o Evangelho dos Hebreus, rejeitando quase todos os outros textos do Novo Testamento; aceitavam o nascimento virginal de Jesus[10] [11]. Sobre as crenças dos nazarenos é registrado:

No final do século XI, o Cardeal Humberto de Mourmoutiers sustentou que um grupo de cristãos que vivia na Lombardia e guardava o sábado seria de remanescente da seita dos nazarenos. Entretanto, Humberto, provavelmente, se referia aos pasagianos[12]. Por volta de 1250, Gregório de Bérgamo, fez uma sustentação no mesmo sentido.

Referências

Ver também