Mogi Mirim

município brasileiro do estado de São Paulo, com vocação industrial e agrícola
 Nota: se procura o rio de mesmo nome, veja Rio Mojimirim.
 Nota: Para outros significados de Mogi, veja Mogi.

Mogi Mirim[nota 1] é um município da região leste de São Paulo, no Brasil.[8] O município é formado pela sede e pelo distrito de Martim Francisco[9][10].

Mogi Mirim
  Município do Brasil  
Igreja Matriz São José
Igreja Matriz São José
Igreja Matriz São José
Símbolos
Bandeira de Mogi Mirim
Bandeira
Brasão de armas de Mogi Mirim
Brasão de armas
Hino
LemaNata sum e paulistarum robore
"Nasci da bravura dos paulistas"[1]
Gentílicomogimiriano
Localização
Localização de Mogi Mirim em São Paulo
Localização de Mogi Mirim em São Paulo
Localização de Mogi Mirim em São Paulo
Mogi Mirim está localizado em: Brasil
Mogi Mirim
Localização de Mogi Mirim no Brasil
Mapa
Mapa de Mogi Mirim
Coordenadas22° 25' 55" S 46° 57' 28" O
PaísBrasil
Unidade federativaSão Paulo
Municípios limítrofesMogi Guaçu, Itapira, Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira, Holambra, Engenheiro Coelho e Conchal
Distância até a capital155 km
História
Fundação1720
Emancipação22 de outubro de 1769 (254 anos)
-de Nossa Senhora do Desterro do Matto Grosso de Jundiahy
Administração
Distritos
Prefeito(a)Paulo de Oliveira e Silva (PDT, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2]499 km²
População total (Estimativa IBGE/2021[3])94 098 hab.
Densidade188,6 hab./km²
Climatropical de altitude (Cwa)
Altitude640 m
Fuso horárioHora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010)0,784 alto
PIB (IBGE/2020[4])R$ 5 068 397 751,06
PIB per capita (IBGE/2020[4])R$ 53 867,97

Etimologia

Do tupi: mboîa, cobra, e 'y, rio. Mirim é o adjetivo "pequeno". Os dois primeiros termos estão em relação genitiva, o que dá a ideia de origem, pertencimento, e enseja a inversão dos termos (conforme indicam as setas). A composição resultante seria mboîy. A semivogal î pode ter som de "gê" em início de sílaba; daí a origem desse som no topônimo.[11]

"Mogi Mirim" se originou do tupi antigo moî'ymirim, que significa "pequeno rio das cobras" (moîa, mboîa, "cobra" + 'y, "rio" + mirim, "pequeno"),[12] referindo-se ao Rio Mojimirim. Nos termos da nova reforma ortográfica, a grafia correta do município seria Mojimirim, pois prescreve-se o uso da letra J para palavras de origem tupi-guarani. Ao longo dos anos, a grafia M'Boijy foi alterada para Boigy, depois para Mogy, Mogi e finalmente para Moji.[13]

Ademais, deve-se escrever junto porque, embora a sílaba "ji" seja tônica, não é acentuada graficamente. E somente quando acentuadas graficamente é que devem receber a hifenização. Exemplo: Ceará-mirim. Caso não seja acentuada graficamente (ainda que a sílaba seja tônica), não se deve colocar o hífen. Exemplos: Mojimirim, Mojiguaçu.[14] Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu etc.

Contudo, mesmo que em desacordo com as normas ortográficas vigentes no país desde 1943 e desde o Acordo Ortográfico de 1990[15], ocorreu o advento da lei municipal nº 4.974/10, e o Poder Legislativo municipal mudou a grafia oficial para "Mogi Mirim".[5]

História

O povoado da região, que era habitada por índios caiapós, iniciou-se por volta de 1720, com a passagem de bandeirantes paulistas que se dirigiam ao estado de Goiás em busca de ouro, através do antigo caminho de Goyaz. O arraial de Mojimirim já possuía bom número de habitantes em 29 de julho de 1747, quando começaram a ser cavados os alicerces da primitiva igreja Matriz de São José. A freguesia foi criada em 1751, desmembrada da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo, atual Mogi Guaçu. A elevação da freguesia de São José de Mogi Mirim a vila se deu em 22 de outubro de 1769, após cisão do município de Nossa Senhora do Desterro do Mato Grosso de Jundiaí. A vila de São José de Mogi Mirim passou a abranger um enorme território, com limites no rio Atibaia e no rio Grande, este na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Com o passar do tempo, foram se formando arraiais e povoados como Franca, Casa Branca, Rio Claro, Mogi Guaçu, Itapira, São João da Boa Vista, Serra Negra, Pinhal e inúmeros outros.

Pela lei número dezessete, de 3 de abril de 1849, o presidente da província de São Paulo, padre Vicente Pires da Mota, elevou a vila de Mogi Mirim à categoria de cidade. Por lei provincial de 17 de julho de 1852, Mogi Mirim passou a ser sede de comarca.

Em 1886, os fazendeiros de Mogi Mirim começaram a angariar o trabalho de imigrantes estrangeiros, principalmente italianos, espanhóis e, posteriormente, sírio-libaneses e japoneses), que tiveram importante participação nas plantações de café e de algodão e nas ferrovias da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

Ferrovias

História da linha

Foto do álbum da Companhia Mogiana.

Uma grande parte da história de Mogi Mirim está em sua ferrovia, que teve sua inauguração (ainda sem trilhos) na data de 27 de agosto de 1875, por Dom Pedro II e que foi terminada em 1886, na altura da estação de Entroncamento. Desde então, foram feitas várias reformas, tornando o leito da linha atual muito diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Suas modificações mais significativas foram feitas nos anos de 1926, 1929, 1951, 1969, 1964, 1972, 1973 e 1979, sendo que colocaram-se novas versões nos trechos reformados. A partir de 1971, a linha integrou-se à Ferrovia Paulista SA (FEPASA). Atualmente, a ferrovia existente no município está sob concessão da Rede Ferroviária Federal.

Estação

Estação de Mogi Mirim, lado da plataforma, anos 1910.

Inaugurada em 1875, a Estação Ferroviária de Mogi Mirim foi uma das primeiras da extinta Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Fica próxima à área central da cidade e foi desativada em 1979, quando as companhias paulistas já haviam sido reunidas na Fepasa. A desativação se deu em consequência da remoção das linhas férreas do centro da cidade para ponto localizado na zona leste, no contexto da redefinição do trecho de Guedes a Mato Seco. Dessa estação, saía o Ramal de Itapira, que chegava até Jacutinga. Fora do centro urbano, foi construída uma nova estação ferroviária na variante pela Fepasa, para atendimento de passageiros.

O novo terminal funcionou primeiramente como um vagão adaptado em uma plataforma e posteriormente como uma estação definitiva, que operou entre 1988 e 1997, quando os trens de passageiros foram desativados na variante. Alguns anos depois, a nova e pequena estação da cidade foi demolida.[16]

A antiga estação foi incorporada ao patrimônio da prefeitura na ocasião da construção do trecho inicial da avenida Adib Chaib. Foi reformada e modernizada em 2007, sendo, atualmente, sede de alguns órgãos públicos municipais.

A estação já serviu como terminal de ônibus urbanos, como sede da guarda Municipal e como sede do departamento de educação, entre outras finalidades.Em agosto de 2006, iniciou-se a restauração da antiga estação, para transformá-la em uma unidade de educação, obedecendo ao projeto do arquiteto Eduardo Lima, que alterou algumas características originais da estação ferroviária. As obras exigiram investimentos municipais de 843 000 reais, inclusos os custos de equipamentos e mobiliário.[carece de fontes?] Atualmente, fica ao lado do espaço Cidadão.

Demografia

População

Crescimento populacional
AnoPopulação Total
187221 468
189015 075−29,8%
190019 63230,2%
191032 04663,2%
192037 70017,6%
192544 02216,8%
192957 76131,2%
193442 442−26,5%
193745 3746,9%
194040 625−10,5%
194651 06425,7%
195029 783−41,7%
195824 190−18,8%
196027 78314,9%
197036 30130,7%
198050 63339,5%
199164 75327,9%
200081 46725,8%
201086 5056,2%
202292 5587,0%
Fontes:[17][18][19]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas SEADE

Índices

Mortalidade infantil até um ano (por mil nascidos vivos em 2009): 6,7

IDH-M 2000=0,825

IDH-M Renda=0,781

IDH-M Longevidade=0,794

IDH-M Educação=0,710

Administração

Bairros

O município de Mogi Mirim é subdividido em 120 bairros e um distrito, Martim Francisco.

Economia

Setor industrial

Mogi Mirim possui dois distritos industriais:

  • José Marangoni, localizado à margem da rodovia SP-147, em local antigamente conhecido como Parque da Empresa.
  • Luiz Torrani, localizado às margens da rodovia SP-340.

O setor é diversificado, com indústrias de vários ramos:

  • Metalurgia e autopeças: Lindsay, Fundição Regali Brasil, Eaton, Sabó, Tenneco, Metal 2, Allevard Molas, Forusi Metais Sanitários, Cortag, DAB Automotiva, Enaplic, Layr Fornos, Baumer.
  • Elétrica: Super Watts, Eletrofer, Isotrafo, Fermogi, Balestro, Marangoni, .
  • Alimentos e bebidas: Mars, AmBev.
  • Calçados: Alpargatas.
  • Papeleiro: Sulamericana.
  • Pneus e Borracha: Grupo Morecap, Moregreen Pisos Ecológicos.

Setor agrícola

O setor agrícola também é importante, em razão de grandes plantações de mandioca e de laranja.[carece de fontes?]

Setor de serviços

O setor de serviços conta com sedes de empresas tais como:

Setor comercial

O setor comercial é bem estruturado, possuindo em seu comércio grandes redes de lojas e bancos, como exemplo:

Infraestrutura

Saneamento

A Estação de Tratamento de Esgoto de Mogi Mirim: 75% de esgoto tratado no município e 90% de esgoto tratado na área urbana, e é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

Educação

  • Educação Básica:
    • Escola Técnica Pedro Ferreira Alves[24]
    • CEL - Centro de Estudo de Línguas (Escola Estadual Monsenhor Nora)
  • Educação Superior:
    • Fatec Mogi Mirim "Arthur de Azevedo"[25]
    • Faculdade Santa Lúcia (Associação Educacional e Assistencial Santa Lúcia)[26]

Saúde

  • Serviço de Reabilitação da Rede Lucy Montoro, gerido pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês
  • Hospital 22 de Outubro
  • Hospital Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim
  • CEM - Centro de Especialidades Médicas
  • SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - 192

Cultura

Há dois museus:

  • Museu Histórico e Pedagógico Doutor João Teodoro Xavier
  • Centro de Memória

Conta com dois centro culturais:

  • Centro Cultural Professor Lauro Monteiro de Carvalho e Silva
  • Casa da Cultura de Martim Francisco

Bibliotecas:

  • Biblioteca Pública Municipal Guilherme de Almeida
  • Biblioteca Pública de Mogi Mirim

Grupos de teatro atuantes:

  • Cia Imagem Pública
  • Vidraça Cia de Teatro
  • Cia Usina de Teatro
  • Cia de Teatro Vias de Ato

Grupos de Dança atuantes:

  • Grupo The Kings Dance (Desde 1999)
  • Companhia de Dança Força G

Comunicações

Telefonia

A cidade era atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB), que inaugurou em 1970 a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1973[27] passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que em 1998 foi privatizada e vendida para a Telefônica[28], sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[29] para suas operações de telefonia fixa e móvel..

Jornal

Possui quatro jornais:

Rede de televisão

  • STV Mogi Mirim, antiga SecTV[34]
  • Mogi Play (Web TV)[35]

Emissoras de rádio

  • Rádio Comunitária Visão FM 87,5[36]
  • Rádio Bandeirantes FM 91,1[37]
  • Rádio Bandeirantes AM 1110[37]
  • Transertanejo AM 610

Religião




Religião em Mogi Mirim (2010)[8]

  Catolicismo (66.13%)
  Protestantismo (21.34%)
  Espiritismo (2.41%)
  Outras religiões / Sem religião (10.12%)

O Censo 2010 contabilizou 86.505 habitantes em Mogi Mirim, sendo que 57.203 declararam-se católicos, 18.464 protestantes e 2.086 espíritas. O restante da população pertence a outros credos religiosos, ou não tem nenhuma filiação.[8]

Igreja Católica

O município pertence à Diocese de Amparo[38], sendo que a igreja principal é a Matriz de São José[39]. O município possui atualmente 7 paróquias.[40] Pode-se encontrar a lista dessas paróquias aqui.

O padroeiro de Mogi Mirim é São José, cuja comemoração, no dia 19 de março, é feriado municipal.[41]

Igrejas Protestantes

O município possui os mais diversos credos protestantes, pentecostais e neopentecostais como a Congregação Cristã no Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, Igreja Metodista, Igreja Batista, Assembleia de Deus, igrejas adventistas, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, e diversas outras denominações com grande crescimento nas últimas décadas.

Turismo

Praça Matriz de São José.

Pontos de interesse turístico

  • Igreja Matriz São José
  • Praça Rui Barbosa
  • Praça Floriano Peixoto, também conhecida como Jardim Velho
  • Estação Educação, antiga estação ferroviária (totalmente reformada)
  • Voçoroca (área de erosão)
  • Cachoeira de Cima (barragem)
  • Pedreira de Grava
  • Complexo do Lavapés, também conhecido como Zerão
  • Zoológico Municipal de Mogi Mirim "Luiz Gonzaga Amoêdo Campos"[42]

Gastronomia

  • Polo Gastronômico de Mogi Mirim, com uma variedade de bares e restaurantes

Esportes

Transporte

Aeroporto

A cidade possui um aeroporto dotado das seguintes características:[nota 2]

  • Indicador de localidade (padrão ICAO): SDMJ
  • Localização geográfica:22° 24' 36" S 46° 54' 19" O
  • Classificação: aeródromo civil público.
  • Pistas: duas pistas de terra, cabeceiras 12 e 30, de 1500 metros de comprimento por 30 metros de largura.[nota 3]

Acessos rodoviários

Frota de Veículos
AnoQuantidade
200231 491
200535 569
201050 328
201464 480
202075 641
  • SP-340: interliga Campinas e o sul de Minas Gerais. Cruza Mogi Mirim pelo lado oeste
  • SP-191: interliga Mogi Mirim a Araras e Rio Claro
  • SP-147: interliga Mogi Mirim a Limeira (oeste) e Itapira (leste)

Acessos ferroviários

Feriados municipais

Cidades-irmãs

Notas

Referências

Ligações externas