Massacre de Shah Cheragh

atentado terrorista do Estado Islâmico em Xiraz, Irã, em 2022

O massacre de Shah Cheragh ocorreu em 26 de outubro de 2022, quando pelo menos 13 pessoas foram mortas e mais de 40 ficaram feridas em um tiroteio em massa no mausoléu Shah Cheragh, um local de peregrinação xiita em Xiraz, no sul do Irã.[3] O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque,[4] enquanto as autoridades iranianas também culparam os manifestantes pelos ataques.[5][6][7]

Massacre de Shah Cheragh
Massacre de Shah Cheragh
Buracos de bala no local do massacre em uma parede de Shah Cheragh
LocalXiraz, Irã
Data26 de outubro de 2022
Tipo de ataqueTiroteio em massa
Mortes13 ou 15 (incluindo 2 crianças[1])
Feridos+40
Responsável(is)Disputado, mas o Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque.[2]
Participante(s)3 homens armados, dois dos quais foram capturados

O ataque foi visto com suspeita por muitos iranianos, descrevendo-o como uma bandeira falsa para atacar os manifestantes iranianos e impedir que houvesse uma reunião na tumba de Ciro, o Grande para o Grande Dia de Ciro.[8][9]

Antecedentes

Desde os protestos eleitorais no Irã em 2009, houve grandes protestos contra o regime islâmico, que se intensificaram em setembro de 2022 devido ao suposto assassinato[10] da iraniana curda Mahsa Amini sob custódia policial, que foi presa por usar seu hijabe incorretamente.[11][12]

O Irã é uma teocracia islâmica xiita[13][14] que sofreu ataques terroristas de islâmicos sunitas e separatistas.[15][16][17]

Ataque

Em 26 de outubro de 2022, pelo menos 15 pessoas foram mortas em um tiroteio em massa no mausoléu Shah Cheragh em Xiraz, província de Fars, Irã.[18] A agência de notícias semi-oficial iraniana Tasnim afirmou que houve crianças entre os mortos.[19] As Nações Unidas condenaram o ataque ao local religioso.[20]

Os três atacantes foram descritos pela mídia estatal iraniana como aparentemente sendo terroristas takfiri. Dois agressores foram presos; o outro está foragido. Mais tarde, no mesmo dia, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque.[21] As autoridades iranianas alegaram que os agressores não eram cidadãos iranianos.[19]

Vítimas

Pelo menos treze pessoas foram mortas e mais de quarenta ficaram feridas como resultado do ataque a tiros,[3][22] incluindo mulheres e crianças.[19]

Responsabilidade

O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) reivindicou a responsabilidade pelo ataque[21] através da Amaq, a mídia de propaganda do grupo.[23] De acordo com a Voice of America Persian News Network, alguns manifestantes iranianos especularam que este ataque terrorista foi uma conspiração do governo iraniano para desviar a opinião pública dos protestos nacionais do Irã.[24]

O Instituto para o Estudo da Guerra (IEG) descreveu a possibilidade de responsabilidade do ISIS como "muito improvável". De acordo com o IEG:

O Estado Islâmico está tentando capitalizar o ataque ao mausoléu e os protestos para alimentar a instabilidade e o conflito sectário no Irã... O ataque não corresponde ao padrão típico de ataque do Estado Islâmico, sugerindo que o grupo pode não ter dirigido explicitamente o ataque. O agressor não estava usando um colete suicida e foi capturado ferido, mas vivo – uma ocorrência muito incomum para terroristas do Estado Islâmico. As declarações do Estado Islâmico reivindicando o crédito pelo ataque também foram confusas, não ofereceram detalhes além dos já disponíveis na mídia quando foram divulgadas e não tinham a especificidade que é comum nas reivindicações de crédito por ataques que o Estado Islâmico realmente dirige. O Estado Islâmico reivindicou anteriormente ataques de forma oportunista, como o tiroteio em Las Vegas em outubro de 2017... geralmente são mais relutantes em atiçar hostilidades sectárias diretamente.[25]

De acordo com o mesmo instituto, é provável que o governo iraniano explore o massacre para esvaziar os protestos e o use para redirecionar "a atenção do público para longe dos protestos e canalizar a raiva para adversários estrangeiros como o Estado Islâmico e a Arábia Saudita".[25]

O professor associado Fouad Izadi, membro da Faculdade de Estudos Mundiais da Universidade de Teerã, disse que o ataque era "uma marca registrada do ISIS", já que o grupo era conhecido por atacar mesquitas, mausoléus e santuários no passado.[1] Por outro lado, o IEG avaliou que o ataque não corresponde ao padrão típico do ISIS e o vê como uma tentativa de atiçar as tensões sectárias no Irã. Sem hipotetizar quem está por trás do ataque, o instituo espera que o regime o explore para enfraquecer e/ou suprimir os protestos em curso contra a morte de Mahsa Amini.[25]

O ataque foi visto com suspeita por muitos iranianos, descrevendo-o como uma bandeira falsa para atacar os manifestantes iranianos e impedir que houvesse uma reunião na tumba de Ciro, o Grande para o Grande Dia de Ciro.[8][9] Em 29 de outubro, os manifestantes atribuíram a responsabilidade pelo evento às autoridades e o compararam ao incêndio no Cinema Rex em 1978.[26]

Reações

O secretário-geral das Nações Unidas condenou veementemente o ataque terrorista ao mausoléu Shah Cheragh em Xiraz, Irã, reivindicado pelo Estado Islâmico. A mensagem dizia que atacar locais religiosos é hediondo e o secretário-geral enfatizou "levar à justiça os autores deste crime contra civis que exercem seu direito de praticar sua religião". Além disso, o secretário-geral expressou suas condolências às famílias enlutadas, ao povo iraniano e ao governo iraniano desejou uma rápida recuperação para os feridos.[27]

O Ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, culpou os protestos iranianos por pavimentar o terreno para o ataque ao mausoléu.[28]

Referências

Ligações externas