Margarita Salas
Margarita Salas, ilustríssima 1ª Marquesa de Canero (Valdés, 30 de novembro de 1938 – Madri, 7 de novembro de 2019) foi uma bioquímica espanhola, notável por seu trabalho com biologia molecular e genética. Seu trabalho definiu as futuras pesquisas em DNA.
Margarita Salas | |
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Conhecido(a) por | descoberta do Φ29 DNA polimerase |
Nascimento | 30 de novembro de 1938 Valdés, Astúrias, Espanha Franquista |
Morte | 7 de novembro de 2019 (80 anos) Madri, Espanha |
Residência | Espanha |
Nacionalidade | espanhola |
Cônjuge | Eladio Viñuela |
Alma mater | Universidade Complutense de Madrid |
Prêmios |
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Orientador(es)(as) | Alberto Sols |
Instituições | Universidade Complutense de Madrid |
Campo(s) | bioquímica e genética |
Foi a inventora de uma maneira mais rápida, mais simples e mais confiável de replicar vestígios de DNA em quantidades grandes o suficiente para testes genômicos completos. Sua invenção baseada na phi29 DNA polimerase é agora amplamente utilizada em oncologia, ciência forense e arqueologia.
Em 2000, foi premiada no Prêmio L'Oréal-UNESCO para mulheres em ciência.
Biografia
Margarita nasceu em Valdés, em 1938.[1][2][3] Seu pai era um renomado psiquiatra espanhol.[4] Formou-se em química pela Universidade Complutense de Madrid, com doutorado em 1963 tendo Alberto Sols como seu orientador, do Conselho Superior de Investigações Científicas.[4] No mesmo ano, casou-se com Eladio Viñuela e depois de defender seu doutorado, em agosto do ano seguinte, o casal viajou para os Estados Unidos para trabalhar com Severo Ochoa, ganhador do Nobel.[4][5][6][7]
Ao retornarem à Espanha, Margarita e o marido abriram um laboratório de pesquisa em biologia molecular no Centro de Pesquisa Biológica em Madri. Viñuela começou a estudar um vírus africano na década de 1970, enquanto Margarita enveredou pela pesquisa com DNA.[8] Margarita foi professora da Faculdade de Química da Universidade Complutense de Madrid de 1968 a 1992. Foi pesquisadora do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, em 1974[4] e diretora do mesmo de 1992 a 1994.[9][7]
Foi eleita presidente da Sociedade Espanhola de Bioquímica, em 1988. Foi diretora da Fundação de Pesquisa Biomédica do Hospital Gregorio Marañón (2001–2004) e do Instituto da Espanha (1995–2003).[7] Promoveu a pesquisa espanhola na área de bioquímica e biologia molecular, orientou mais de quarenta estudantes de doutorado e publicou mais de 300 artigos científicos. Foi professora honorária no Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha na área de biotecnologia.[9][7] Registrou oito patentes em seu nome, tendo apresentado quase 400 artigos e resumos em seminários e congressos. A patente relacionada à sua descoberta do Φ29 DNA polimerase gerou mais lucro para o Conselho Espanhol de Pesquisa do que qualquer outra patente já registrada no país.[7]
DNA polimerase
Até o começo da década de 1980, as técnicas de reação em cadeia de polimerase já eram usadas, mas eram lentas e levavam a erros a cada centena de pares de DNA, o que tornava sua aplicação inviável fora dos laboratórios de pesquisa.[2][10]
Em sua estada no laboratório de Severo Ochoa, Margarita determinou a direcionalidade da leitura da informação genética. Ela também descobriu e caracterizou a polimerase de DNA do fago Φ29, que tem aplicações biotecnológicas devido às suas altas propriedades de amplificação de DNA.[11]
Sua pesquisa permitiu que quantidades vestigiais de DNA fossem replicadas de maneira mais rápida e confiável, tornando a análise de DNA acessível em campos como arqueologia, oncologia e ciência forense, onde somente quantidades vestigiais podem ser recuperadas.[2][10]
Morte
Margarita morreu em 7 de novembro 2019[12], em Madri, aos 80 anos, devido à uma parada cardíaca.[3][13][14]
Prêmios
Em 2000, foi agraciada no Prêmio L'Oréal-UNESCO para mulheres em ciência.[7][15] Foi membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos, da Academia Europeia de Ciência e Arte, da Real Academia de Ciências da Espanha, da Fundação Severo Ochoa e da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.[4][7]
A Universidade de Oviedo lhe concedeu um doutorado honorário, bem como a Universidade da Estremadura, Universidade de Múrcia e a Universidade de Cádiz.[4] A Real Academia Espanhola lhe concedeu a Cadeira I em 20 de dezembro de 2001, que ela assumiu em 2003.[4] Em 8 de julho de 2008 foi agraciada pelo rei Juan Carlos I com o título hereditário de Marquesa de Canero.[2][16]
Em 2018 Margarita foi agraciada com o Premio al Inventor Europeo, por suas expressivas contribuições na área de genética e biologia molecular.[7][14]