Lucas 21

Lucas 21 é o vigésimo-primeiro capítulo do Evangelho de Lucas no Novo Testamento da Bíblia. Ele reconta os os ensinamentos de Jesus já em Jerusalém em sua última semana, principalmente o longo Discurso das Oliveiras, no qual ele profetiza sua segunda vinda, a destruição do Templo e de Jerusalém[1][2].

Segunda Vinda de Cristo.
1605-10. Por Hieronymous Francken II, atualmente na Residenzgalerie, de Salzburgo, na Áustria.

O Tostão da Viúva

Ver artigo principal: O Tostão da Viúva

Este discurso aparece em dois dos evangelhos sinóticos, em Marcos 12 (Marcos 12:41–44) e em Lucas 21:1–4, quando ele estava pregando no Templo de Jerusalém. Na história, uma viúva doa duas lepta no Templo enquanto que os ricos doam muito mais[3] e Jesus aproveita para explicar aos discípulos que os pequenos sacrifícios dos pobres significam mais para Deus do que as extravagantes doações dos ricos[3].

Profecia da Segunda Vinda de Jesus

Ver artigo principal: Discurso das Oliveiras

O Discurso das Oliveiras é um episódio da vida de Jesus que aparece nos três evangelhos sinóticos, em Mateus 24 (Mateus 24:1–31), Marcos 13 (Marcos 13:1–27) e em Lucas 21:5–36[4][5]. Nele, Jesus explica para os seus apóstolos o conceito de seu retorno do céu, para onde se acredita que Ele teria ascendido para se sentar ao lado direito do Pai. Este episódio é a base da crença cristã na Segunda Vinda de Cristo.

Primeiro, Jesus começa falando sobre o Templo, belo e ricamente decorado, profetizando que eles será destruído: «Quanto ao que vedes, dias virão, em que não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.» (Lucas 21:5–6). É similar a Mateus 24:1–2 e Marcos 13:1–2.

Temerosos, os ouvintes perguntam quando isso acontecerá e se haverá sinais. Jesus então lhes fala sobre o que veio a ser conhecido como grande tribulação, um período de «haverá grandes terremotos, pestes e fomes em diversos lugares, e haverá terrores e grandes sinais do céu. Mas antes de tudo isto vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores por causa do meu nome.» (Lucas 21:11–12). Segundo o relato de Lucas, haverá perseguições, traições e ódio, mas os fieis não teriam com o que se preocupar, pois «pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas.» (Lucas 20:19). Este trecho é similar a Mateus 24:3–14 e Marcos 13:3–13.

Jesus continua contando sobre o destino de Jerusalém, que será completamente destruída. Recomenda a fuga dos que puderem, para os montes e para os campos, pois «porque estes são dias de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito.» (Lucas 21:22). Veja também Mateus 24:15–21 e Marcos 13:14–19. Finalmente ele profetiza seu próprio retorno:

«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas, desfalecendo os homens de medo e pela expectação das coisas que sobrevêm ao mundo; pois as potestades dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do homem vir numa nuvem com poder e grande glória. Quando, porém, estas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima.» (Lucas 21:25–28)

Sua volta foi prevista também em Mateus 24:29–31 e Marcos 13:24–27.

Parábola da Figueira

Parábola da Figueira
Entre 1525 e 1530. Por Ludovico Mazzolino, atualmente no Rijksmuseum, em Amsterdã.
Ver artigo principal: Parábola da Figueira

Esta parábola, ainda no contexto da profecia da Segunda Vinda, aparece em Lucas 21:29–33 e também em Mateus 24:32–35 e Marcos 13:28–31. Ela fala sobre o Reino de Deus através de uma figueira (como já havia acontecido na igualmente breve Parábola da Figueira Estéril), que, quando começa frutificar, é sinal do que virá a acontecer. Lucas apresenta esta parábola num contexto escatológico[6], como as folhas da figueira, os sinais que ele acaba de revelar no Discurso das Oliveiras imediatamente antes, uma indicação da vinda do Reino de Deus.

Importância de manter-se vigilante

Jesus encerra o "Discurso das Oliveiras" recomendando cuidado para com os excessos da vida, que podem voltar "como um laço" sobre todos. E recomenda vigilância aos que gostariam de esperar a volta do Filho do Homem (Lucas 21:34–36).

Vida de Jesus

Lucas termina contando que Jesus vivia no Monte das Oliveiras e ia diariamente ao Templo para falar com a multidão, que acordava bem cedo para ouvi-lo (Lucas 21:37–38).

Texto

O texto original deste evangelho foi escrito em grego koiné e alguns dos manuscritos antigos que contém este capítulo, dividido em 38 versículos, são:

Ver também


Precedido por:
Lucas 20
Capítulos do Novo Testamento
Evangelho de Lucas
Sucedido por:
Lucas 22

Referências

Bibliografia