Judaísmo chassídico

subgrupo religioso do judaísmo moderno

O judaísmo chassídico ou hassídico,[1] também chassidismo ou hassidismo[2] (no hebraico חסידים, Chasidut: "pietismo"; chassid, significa "piedoso"),[3][4] é um movimento do judaísmo haredi e asquenaze que da ênfase a alegria religiosa.[5][6][7] Difere de outras formas de prática judaica porque é organizada em grupos chamados dinastias chassídicas, governados por rabinos cuja liderança é herdada nas famílias. O rabino governante de cada grupo é considerado um tsadik ("justo"), que é visto como um intermediário entre os humanos e Deus (ao contrário do ponto de vista judaico comum, em que os indivíduos têm uma relação direta com Deus sem intermediário).[4][8][9] Este líder rabínico hereditário é chamado de rebe ou admor.[10][11]

Homens chassídicos, Nova Iorque, 2006

História

O movimento chassídico surgiu no século XVIII em reação à violência física externa e aos distúrbios espirituais internos que afligiram os judeus da Europa Oriental nas gerações anteriores, especialmente os massacres de judeus pelas forças de Khmelnytsky em 1648 e o collapso do autoproclamado messias Sabbatai Zevi em 1666.[5][6][7]

O chassidismo desenvolveu na primeira metade do século XVIII na Europa Oriental, em reação ao judaísmo legalista e intelectualizado, pelo rabino Israel ben Eliezer, um místico, curandeiro,[12][13][14] e xamã[15][16][17] mais conhecido como o Baal Shem Tov (significando "Mestre do Bom Nome"), ou pela abreviação Besht.[6][18]

O Baal Shem Tov morreu em 1760 e foi sucedido como líder dos chassidim por Dov Ber de Mezeritch, conhecido como o Maggid ("pregador") de Mezeritch, um rabino com formação acadêmica tradicional que colocou o hassidismo em uma base mais tradicionalmente erudita e enviou seus seguidores pela Europa Oriental, espalhando amplamente o hassidismo.[8][19][20][21]

Após a morte de Dov Ber em 1772, a liderança do movimento chassídico foi dividida entre diferentes rabinos, considerados possuidores de qualidades hereditárias especiais, colocando-os em um contexto próximo a Deus. Estes se tornaram os fundadores de dinastias hereditárias cujas líderes (rebes) eram considerados possuidores de qualidades hereditárias especiais, colocando-os em um contexto próximo a Deus, e eram chamados tsaddikim (singular: tsaddik), significando "justos"[8][4] ou "comprovados."[22] Os rebes mantinham a corte entre seus seguidores,[4][23][24] cuja reverência pelos líderes dinásticos muitas vezes atingia o nível de obsessão supersticiosa por seu rebe, estendendo-se até mesmo a detalhes personal da sua vida[4] como a maneira como o rebe amarrava os sapatos.[9] Essa tradição permitia, nos piores casos, rebes que eram simplesmente oportunistas corruptos.[23][24]

No final do século 18, os chassidim foram fortemente condenados por seus oponentes, conhecidos como misnagdim (que significa literalmente "oponentes"), liderados pelo Vilna Gaon[25][26] quem queimou livros hassídicos.[25] Esses judeus anti-chassídicos se opunham tão violentamente aos chassidim que às vezes denunciavam seus rebes ao governo czarista anti-semita sob falsas acusações, incluindo subversão, espionagem e traição. Os rebes chassídicos presos pelo governo após denúncias de seus companheiros judeus, os misnagdim, incluíam Shneur Zalman de Liadi, primeiro rebe da dinastia Chabad Lubavitch, e Asher Perlov da dinastia Karlin-Stolin.[27]

Bem que os chassidim e mitnagdim permaneçem distintos, ao longo do século 19 a hostilidade entre eles quase desapareceu[28] quando encontraram um terreno comum em sua oposição unida às crescentes forças do secularismo e o Iluminismo Judaico.[25][27]

Após o assassinato em massa de judeus europeus pela Alemanha nazi no Holocausto, as dinastias hassídicas que sobreviveram mudaram as suas sedes para cidades em Israel ou nos Estados Unidos.[29][6]

Ver também

Referências