Josué Modesto
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Josué Modesto dos Passos Subrinho (Ribeirópolis, 22 de janeiro de 1956) é um economista e professor brasileiro. Foi reitor da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana e titular das secretarias de Estado da Fazenda e da Educação de Sergipe.
Nascido em Ribeirópolis em 22 de janeiro de 1956, filho de Silvino Modesto dos Passos e sua esposa Maria Nunes, recebeu o nome do tio, prefeito da cidade, assassinado no ano anterior, evento que levou a família a se mudar para o Mato Grosso e depois para Santo Anastácio, estado de São Paulo, onde Subrinho iniciou seus estudos. No início da década de 1970 retornou a Sergipe para cursar o científico no Colégio Castelo Branco de Aracaju, quando já era notado seu interesse pela leitura. Ao terminar o curso secundário foi aprovado em concurso para auxiliar administrativo da Universidade Federal de Sergipe, sendo lotado como atendente da Biblioteca. Na instituição também graduou-se com distinção em Economia em 1977. Na mesma época começou seu envolvimento com a política, ingressando na Ala Jovem do MDB.[1]
Prosseguiu os estudos obtendo o mestrado (1983) em Economia pela Universidade Estadual de Campinas.[2] Iniciou então uma carreira de docente na UFS. Obteve o doutorado em 1992, também pela UNICAMP.[1]
Além de lecionar, na UFS colaborou na criação do Núcleo de Pós-Gradução em Ciências Sociais, foi chefe do Departamento de Economia, coordenador da Pós-Graduação (1992-1996), vice-reitor (1996-2004) e reitor (2004-2012).[1][3] Publicou um livro, Novos Desafios da Universidade Pública (1999) e vários artigos com reflexões sobre os problemas e oportunidades que se abriam para as universidades. Segundo o historiador José Dantas, Subrinho fez parcerias com diversas instituições e empresas, procurando modernizar a administração e expandir o campo de atuação da UFS. Organizou o Centro de Excelência em Tecnologia de Petróleo e Gás (em parceria com a Petrobras), ampliou a Biblioteca Universitária com um acervo de jornais digitalizados, construiu um Fórum acadêmico (com o Tribunal de Justiça de Sergipe), ampliou significativamente o número de vagas e o corpo docente, ampliou o campus de São Cristóvão e criou o de Itabaiana, mas também enfrentou dificuldades com a burocracia do Ministério da Educação e escassez de recursos, o que produziu alguns efeitos negativos que geraram críticas. Diz Dantas que "ao final, ninguém poderá acusá-lo de omisso por deixar as oportunidades passarem nem de se acovardar diante dos enormes desafios. Sóbrio, honesto e obstinado em seus objetivos, Josué reuniu forças e deixa um legado difícil de ser superado".[1] Aposentou-se da UFS em 2022, recebendo homenagens de colegas e dos atuais administradores.[4][3]
Foi reitor pro tempore da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) em Foz do Iguaçu de 2013 a 2017,[4] sendo responsável, de acordo com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu, pela consolidação da instituição, ampliando as parcerias, enfatizando a profissionalização, democratizando o acesso à educação, implantando o Curso de Medicina e um programa de residências médicas, e cumprindo "o desafio de conduzir e preparar a UNILA para o futuro".[5]
Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em História Econômica,[6] presidente da Comissão Estadual da Verdade (2016-2018), apresentando durante seu mandato proposta para inventariamento e sinalização de lugares em Aracaju ligados à repressão e resistência aos regimes autoritários no país entre 1946 e 1981, com vistas à criação de um museu de percurso,[7][8] além de dar contribuições importantes para o Relatório Final apresentado em 2021.[9] Ocupou a Secretaria de Estado da Fazenda de Sergipe entre 2017 e 2018, e a partir de 2018, a Secretaria de Estado da Educação.[2]
Em 1992 recebeu o Prêmio Nelson Chaves de Teses da Fundação Joaquim Nabuco pelo seu trabalho sobre a escravidão.[10] Em 2013 recebeu a Medalha do Mérito Cultural Tobias Barreto do Governo do Estado de Sergipe, que reconhece serviços prestados à cultura.[11]
Em 2017 o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu publicou nota reconhecendo e agradecendo o trabalho desenvolvido frente à UNILA, "com uma administração qualificada e focada na obtenção de resultados, otimização e eficiência na aplicação dos recursos públicos, o que gerou a expansão das atividades da instituição em toda a região".[5]
Em 2018 recebeu da Prefeitura de Ribeirópolis a Medalha de Honra ao Mérito, reconhecendo a excelência do seu trabalho educativo e administrativo.[12] Em 2019 recebeu o Diploma de Honra ao Mérito Educacional do Conselho Estadual de Educação de Sergipe, reconhecendo seu comprometimento com o conhecimento e os relevantes serviços prestados à Educação sergipana. Nas palavras da conselheira Anamaria Bueno de Freitas, foi uma "justíssima homenagem, pela relevante trajetória do homenageado e sua relevante contribuição para o campo da Educação em Sergipe, realçada pela dedicação e eficiência que vem apresentando ao longo dos anos em que atua na área".[10]
Segundo Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju, "a gestão (na UFS) liderada pelo professor Josué foi responsável por marcos importantes na história da universidade, que se abriu cada vez mais para o conjunto da população e fez uma política de expansão nunca vista antes, ampliando o número de vagas, criando novos campos e aumentando a estrutura física".[13] É um dos homenageados na galeria de honra da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, que destaca os ex-dirigentes que, "além de conduzirem as suas instituições, colaboraram ativamente na discussão de alternativas para o enfrentamento das dificuldades e na busca do desenvolvimento, ressaltando a importância estratégica das atividades de ensino, pesquisa e extensão".[14]