João Francisco Lopes Rodrigues
João Francisco Lopes Rodrigues (Salvador, 19 de dezembro de 1825 — Salvador, 11 de outubro de 1893) foi um educador, pintor e artista brasileiro, tendo ficado famoso por seus retratos e obras religiosas.
Filho de Manuel Lopes Rodrigues e Ana Constança dos Reis, casou-se com Isabel Teixeira Machado e teve seis filhos, entre eles Manuel Lopes Rodrigues, também famoso pintor.[1]
Está sepultado no Mosteiro de São Bento da Bahia, no jazigo da família.[2]
Carreira
Foi aluno na Aula Pública de Desenho da Bahia, estudando com José Rodrigues Nunes e também foi assistente de Teófilo de Jesus. Tornou-se professor de desenho e pintura e foi quem ensinou as primeiras lições para seus filhos, Antônio, Maria Constança e Manoel Lopes Rodrigues, sendo este último o que obteve maior projeção com a pintura.[2][3]
Foi um dos professores que fizeram parte do grupo que formou o Liceu de Artes e Ofícios. É nomeado Cavaleiro da Ordem da Rosa em 1874, pelos serviços prestados ao Império e à província da Bahia. Em 1877, começa a trabalhar como desenhista da Repartição de Obras Públicas da Bahia, tornando-se depois efetivo.[2]
Em Belo Horizonte, foi responsável pelas das obras da Igreja Matriz de Carinhanha. Era auxiliar de Miguel Navarro Cañizares e junto com ele é um dos fundadores da antiga Academia de Belas Artes da Bahia, onde lecionou desenho e pintura de 1877 a 1893, foi também professor de estudos de gesso e roupagem em 1880, além de ter sido seu diretor. Também foi sócio da Sociedade Montepio dos Artistas da Bahia, segundo historiadora Maria Conceição Barbosa da Costa e Silva.[3][4]
Obras
Seu nome e sua obra são associadas ao que se convencionou chamar de escola baiana de pintura. Conforme as práticas dos pintores desta escola,
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/02/Jo%C3%A3o_Francisco_Lopes_Rodrigues_-_Retrato_do_Conselheiro_Jonathas_Abbott.jpg/180px-Jo%C3%A3o_Francisco_Lopes_Rodrigues_-_Retrato_do_Conselheiro_Jonathas_Abbott.jpg)
João Francisco produz várias imagens religiosas, normalmente encomendas para as igrejas católicas do estado da Bahia. Entretanto ele não se restringiu somente à isso. Em sua produção, destacam-se além das pinturas religiosas, também os retratos, naturezas-mortas e vários desenhos de plantas de projetos. Entre os retratos que produziu, está o do Imperador Dom Pedro II, algumas autoridades religiosas e Jonathas Abbott, colecionador de arte. De desenho de plantas destaca-se o Monumento Riachuelo.[2]
O Museu de Arte da Bahia adquiriu a coleção de pinturas do médico Jonathas Abbott, o que permitiu conhecer um pouco sobre o trabalho de João Francisco, cuja documentação, registros são insuficientes.[5]
Entre suas obras, estão:
- Jesus Cristo cercado de Crianças (1890) - na Casa Pia [6]
- Tainhas (1860) - no Museu de Arte da Bahia [7]
- Retrato Conselheiro Pedro Luiz Pereira de Souza (1882) - na Associação Comercial da Bahia
- Pássaros Mortos (1861) - no Museu de Arte da Bahia
- Bananas - Coleção Particular Denacy de Castro Lima (bisneta de João Francisco Lopes Rodrigues)[4]
- Bacalhau e Garoupa (1890) - no Museu de Arte da Bahia
- A Lavadeira - no Museu Carlos Costa Pinto
- Retrato de D. Luiz da Conceição Saraiva - Bispo do Maranhão (1863) - no Mosteiro de São Bento
- Retrato do Imperador Dom Pedro II - um está no Montepio dos Artistas, o outro na Associação Comercial da Bahia
- Retrato do Conselheiro Jonathas Abbott - no Museu de Arte da Bahia