João Cosme da Cunha

cardeal católico português (1715-1783)

João Cosme da Cunha (dito «Cardeal da Cunha»), C.R.S.A., (Lisboa, 20 de Outubro de 1715 – Lisboa, 31 de Janeiro de 1783) foi um cardeal português, arcebispo de Évora e inquisidor-geral de Portugal.

João Cosme da Cunha
Cardeal da Santa Igreja Romana
Arcebispo de Évora
Info/Prelado da Igreja Católica
O cardeal da Cunha
Atividade eclesiástica
OrdemOrdem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho
DioceseArquidiocese de Évora
Nomeação24 de março de 1760
PredecessorD. Frei Miguel de Távora, C.R.S.A.
SucessorD. Joaquim Xavier Botelho de Lima
Mandato1760 - 1783
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral22 de maio de 1740
Nomeação episcopal2 de janeiro de 1746
Ordenação episcopal29 de junho de 1746
por D. Tomás Cardeal de Almeida
Nomeado arcebispo24 de março de 1760
Cardinalato
Criação6 de agosto de 1760
por Papa Clemente XIII
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Lisboa
20 de outubro de 1715
Morte Lisboa
31 de janeiro de 1783 (67 anos)
Nome religiosoFrei João de Nossa Senhora da Porta
Nome nascimentoJoão Cosme da Cunha
ProgenitoresMãe: Isabel de Noronha
Pai: Manuel Carlos de Távora
Funções exercidas-Bispo-coadjutor de Leiria (1746)
-Bispo de Leiria (1746-1760)
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Biografia

Filho de D. Manuel Carlos de Távora, conde de São Vicente, e D. Isabel de Noronha, era formado em leis. Tomou o hábito de Santa Cruz em 1738, sob o nome de Frei João de Nossa Senhora da Porta. Foi ordenado diácono em 15 de Maio e padre em 22 de Maio de 1740.

Em 28 de Março de 1746 foi nomeado Bispo-coadjutor de Leiria, sucedendo ao episcopado em 8 de Abril do mesmo ano, sendo consagrado em 29 de Junho pelo cardeal Tomás de Almeida, Patriarca de Lisboa.

Diz-se que, logo após o terramoto de 1755, percorreu descalço pelos escombros das ruas de Lisboa, com um baraço ao pescoço e um crucifixo apenas, clamando pelo arrependimento dos vivos e oração pelos mortos.

Em 1759 veio a ser escolhido pelo rei para o arcebispado de Évora, tendo sido confirmado pelo papa em 1760, embora continuasse a residir em Lisboa a pedido do conde de Oeiras, seu protector desde que, ainda bispo de Leiria, escrevera uma pastoral acusando os Jesuítas de conivência com a tentativa de regicídio de 3 de setembro de 1758. Intelectualmente medíocre e de cultura rudimentar, soube no entanto insinuar-se no espírito do Rei e do Marquês de Pombal, mantendo durante anos grande influência na corte. O marquês de Pombal viria a nomeá-lo inspector na reedificação da capital. Em 1768 foi escolhido para presidir à recém-criada Real Mesa Censória.

Em 1760, ano em que foi nomeado conselheiro de Estado e regedor da Casa da Suplicação, aprovou o degredo dos irmãos ilegítimos do rei, os chamados Meninos de Palhavã, para o Buçaco. Em 1768 aprovou o encarceramento sem julgamento do bispo de Coimbra, D. Miguel da Anunciação, que só foi libertado em 1777.

A 6 de fevereiro de 1770 foi nomeado inquisidor-geral de Portugal, cargo que manteve até à sua morte em 1783.[1] A 6 de Agosto de 1770, a pedido do Marquês de Pombal, foi elevado ao cardinalato pelo Papa Clemente XIV. Não viria, porém, a assistir ao longuíssimo Conclave de 1774-1775, que elegeu como pontífice Pio VI.

Em 1772, foi nomeado ministro assistente ao despacho, cargo que manteve até ao final do consulado do Marquês de Pombal, em 1777.[2]

Teria sido o intrigador que causou em 1774 a desgraça de José de Seabra da Silva.

Na sua arquidiocese promoveu a tradução do catecismo de Montpellier (de influência Jansenista).

Referências

Ligações externas

Precedido por
D. Álvaro de Abranches e Noronha

Bispo de Leiria

17461760
Sucedido por
D.Frei Miguel de Bulhões e Sousa
Precedido por
D. Frei Miguel de Távora

Arcebispo de Évora

17601783
Sucedido por
D. Joaquim Xavier Botelho de Lima