João Cabral de Melo (escritor)
João Cabral de Melo (Biscoitos, Praia da Vitória, c. 1740 — Angra, 16 de maio de 1824), bacharel em leis pela Universidade de Coimbra, distinguiu-se como escritor, advogado e poeta.[1][2][3][4][5] Foi antepassado do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto.[6]
João Cabral de Melo | |
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Nascimento | 1740 Biscoitos |
Morte | 16 de maio de 1824 Angra do Heroísmo |
Cidadania | Reino de Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | servidor público, poeta, escritor |
Biografia
Nasceu na freguesia dos Biscoitos, na ilha Terceira, embora a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura o dê como natural da ilha de São Jorge, onde nos arredores da vila da Calheta também existe uma localidade denominada Biscoitos.[7]
Bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, onde concluiu o curso em 1771, aprendeu várias línguas, nomeadamente grego clássico, latim, inglês, alemão, italiano e francês.[6] Foi excelente poeta, com uma obra muito diversificada e de elevado primor técnico.[8]
Regressou a Angra, onde se empregou como escrivão da Junta Real da Fazenda, então presidida pelo capitão-general Dinis Gregório de Melo Castro e Mendonça, com quem trabalhou como secretário. Fixou-se na Bicas de Cabo Verde, arredores da cidade de Angra, onde construiu uma excelente quinta com uma notável decoração em azulejo.[9]
Depois de aposentado das suas funções públicas passou a exercer a advocacia, dedicando boa parte do seu tempo à escrita e à tradução. Colaborou na imprensa açoriana da época, tendo obra dispersa por vários periódicos.
Por não ter sido impressa, sendo usada apenas em récitas, muita da sua poesia extraviou-se, mas ainda se coligiram várias obras em português, latim e francês. Algumas produções originais foram transcritas nos Anais da ilha Terceira de Francisco Ferreira Drummond.[10] e no semanário O Anunciador da Terceira, então dirigido por António Moniz Barreto Corte Real.[6]
Belisa, uma écloga pastoril da sua autoria, está na colectânea de poesia açoriana publicada por Pedro da Silveira em 1977,[11] mas a tradução do poema de John Milton, Paraíso Restaurado, versão do inglês, tradução datada de 1796, continua inédita.
Também se dedicou a estudos genealógicos sobre algumas famílias da ilha Terceira, citados por Francisco Ferreira Drummond, mas hoje em parte incerta. Contestou em artigo publicado em O Investigador Português em Inglaterra a obra sobre os Açores (History of the Azores) atribuída a Thomas Ashe.
Foi pai do engenheiro militar, lente de Matemática e publicista Diogo de Teive Vasconcelos Cabral.
Obra
- Tábuas Históricas-Genealógicas de algumas famílias da Ilha Terceira;
- Motes glosados na ilha Terceira, no dia dos anos (9 de Junho) de D. Francisca Maria de Assis e Costa, 1790;
- Paraíso restaurado de Milton, (tradução,) que ofereceu a Luís Pinto de Sousa Coutinho, 1776;
- Ode à Condessa de São Lourenço, no dia dos seus anos na ilha Terceira, 1805.