Panteão Nacional

(Redirecionado de Igreja de Santa Engrácia)
 Nota: Para o Panteão Real, veja Panteão da Dinastia de Bragança.

O Panteão Nacional, criado por Decreto de 26 de setembro de 1836,[1] encontra-se instalado em Lisboa, na Igreja de Santa Engrácia, desde 1 de dezembro de 1966.[2]

Panteão Nacional
Igreja de Santa Engrácia
Panteão Nacional
Fachada principal da Igreja de Santa Engrácia
TipoPanteão
Estilo dominanteManeirismo
barroco
neobarroco
ArquitetoJoão Antunes
Luís Amoroso Lopes
Início da construção1568
Fim da construção1966
Inauguração7 de dezembro de 1966
Proprietário inicialIgreja Católica
Função inicialigreja paroquial
Proprietário atualEstado Português
Função atualPanteão Nacional (espaço museológico)
DiretorSantiago Macias
ReligiãoCatólica
Websitewww.panteaonacional.gov.pt
Património Nacional
Classificação Monumento Nacional
Ano1910
DGPC71214
SIPA4721
Geografia
PaísPortugal
CidadeLisboa
Coordenadas38° 42' 54.1" N 9° 7' 28.8" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Altar da Igreja de Santa Engrácia (Panteão Nacional) e órgão de Joaquim Peres Fontanes

É ainda reconhecido o estatuto de Panteão Nacional, sem prejuízo da prática do culto religioso, ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, e ao Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.[3]

Antes da conclusão das obras da Igreja de Santa Engrácia, de 1836 a 1966 o Panteão Nacional ficou instalado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Em 2022, registou 146.070 entradas, sendo um dos monumentos mais visitados do país.[4]

História

Objetivo

O Panteão Nacional destina-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.As honras do Panteão podem consistir na deposição, no Panteão Nacional, dos restos mortais dos cidadãos distinguidos ou na afixação, no Panteão Nacional, de lápide alusiva à sua vida e à sua obra.[3]

A ideia

A decisão de "panteonizar" ilustres figuras portuguesas não é recente. Em 1836, o então ministro Passos Manuel decreta a edificação de um Panteão Nacional mas sem local ainda escolhido. O objetivo na época seria dignificar os heróis que se sacrificaram na Revolução de 1820 e reerguer a memória coletiva para grandes homens entretanto caídos no esquecimento, como Luís de Camões. Para a memória coletiva dos portugueses, no entanto, o Mosteiro dos Jerónimos, o Mosteiro da Batalha ou mesmo São Vicente de Fora (com os sepultamentos de muitos dos Bragança e dos cardeais-patriarcas de Lisboa) permaneceram durante muito tempo como os verdadeiros panteões portugueses do que aquele que viria a ser definido oficialmente mais tarde.[5]

Igreja de Santa Engrácia (Lisboa)

A Igreja de Santa Engrácia localiza-se na atual freguesia de São Vicente (subdivisão de São Vicente de Fora), em Lisboa, Portugal. Ainda incompleto, passa a ter o estatuto de monumento nacional em 1910 e depois a função de Panteão Nacional com a Lei n.º 520, de 29 de abril de 1916.[5][6]

Foi aberto ao público com esse estatuto depois de concluídas as suas obras a 1 de dezembro de 1966 com missa inaugural presidida pelo Cardeal Cerejeira e na presença do Presidente da República Américo Tomás e do Presidente do Conselho Oliveira Salazar.

Estilisticamente é considerado o primeiro monumento barroco no país, é coroado por um zimbório gigante (construção moderna segundo projeto de Luís Amoroso Lopes) e o seu interior está pavimentado com vários tipos de mármore colorido.

História

O actual templo situa-se no local de uma igreja erguida em 1568, por determinação da Infanta D. Maria,[5] filha de D. Manuel I, para receber o relicário da virgem mártir Engrácia de Saragoça e por ocasião da criação da freguesia de Santa Engrácia. Essa antiga igreja fora construída no local de um templo de meados do século XII[7] mas foi severamente danificada por um temporal no ano de 1681. A primeira pedra do actual edifício é lançada no ano seguinte, em 1682. As obras perduraram tanto tempo que deram azo à expressão popular "obras de Santa Engrácia" para designar algo que nunca mais acaba. A igreja só foi concluída em 1966, 284 anos após o seu início, por determinação expressa do governo da época,[5] após avanços e recuos na sua construção e até ter servido de armazém de armamento do Arsenal do Exército e de fábrica de sapatos nos séculos XIX e XX.

Portal de entrada da igreja com representação de Santa Engrácia

Aliada à dita expressão popular, também está ligada uma outra história. Nos registos da paróquia local, há referências ao 'Desacato de Santa Engrácia', ocorrido a 15 de janeiro de 1630, envolvendo o jovem Simão Pires Solis.[7] Conta-se que era cristão-novo e foi acusado de roubar o relicário de Santa Engrácia.[7] Simão fora denunciado ao Tribunal do Santo Ofício pelos vizinhos das redondezas, uma vez que era frequentemente visto à noite perto daquela zona. Não querendo revelar os verdadeiros motivos que o faziam estar tantas vezes à noite ali por perto, e apesar de se declarar inocente, fora condenado à fogueira no Campo de Santa Clara, a 31 de janeiro de 1631.[8] Antes de morrer, e ao passar pela Igreja de Santa Engrácia, lança-lhe uma maldição, dizendo "É tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!“. Só mais tarde é que o verdadeiro assaltante é identificado e percebido o motivo pelo qual Simão nada dissera de concreto em sua defesa: estava enamorado de uma jovem fidalga, Violante, freira no Convento de Santa Clara, próximo a Santa Engrácia, e tinham pretendido fugir juntos naquela noite uma vez que o seu relacionamento era proibido pelo pai da moça.[7]

Breve cronologia

A igreja em 1863 ainda sem a sua célebre cúpula
Cenotáfios do Infante Dom Henrique, Pedro Álvares Cabral e Luís Vaz de Camões
  • 1568: A Infanta D. Maria manda erguer uma igreja dedicada a Santa Engrácia de Saragoça por ocasião da formação da freguesia lisboeta com o mesmo nome;
  • 1630: Referência nos arquivos paroquiais do chamado 'desacato de Santa Engrácia', de 15 de janeiro, de onde provém a lenda de maldição do monumento;
  • 1681: Um grande temporal deixa o monumento gravemente danificado;
  • 1682: Início das obras de reconstrução;
  • 1755: O terramoto do 1.º de novembro não causa grandes danos no edifício;
  • 1836: Decreto de Passos Manuel de 26 de setembro, que visa a edificação de um Panteão Nacional mas não escolhe um local concreto;
  • Finais do século XIX e inícios do século XX: Torna-se depósito de armamento do Arsenal do Exército e fábrica de sapatos;
  • 1910: Atribuído o estatuto de monumento nacional;
  • 1916: Atribuída a função de Panteão Nacional à ainda incompleta Igreja de Santa Engrácia, pela Lei n.º 520, de 29 de abril;[6]
  • 1965: Criada uma comissão para definir o conceito e o programa do panteão;
  • 1966: Finalizadas as obras de reconstrução. Missa inaugural celebrada pelo Cardeal Cerejeira. Trasladados solenemente os corpos de Almeida Garrett, Guerra Junqueiro, João de Deus, Óscar Carmona, Sidónio Pais e Teófilo Braga em cerimónia entre os dias 1 e 5 de dezembro do mesmo ano;
  • 1990: Trasladação do corpo do Marechal Humberto Delgado a 5 de outubro;[9][10]
  • 2000: Publicação da Lei n.º 28/2000, de 29 de novembro, que define e regula as honras do Panteão Nacional. São definidas as atuais honras de panteão: «homenagear e perpetuar a memória dos cidadãos que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.»;[11]
  • 2001: Trasladação do corpo de Amália Rodrigues, a 8 de julho;
  • 2003: Publicação da Lei n.º 35/2003, de 22 de agosto, que atribui o estatuto de panteão nacional à Igreja de Santa Cruz, em Coimbra;[12]
  • 2004: Trasladação do corpo de Manuel de Arriaga, a 16 de setembro;
  • 2007: Trasladação do corpo de Aquilino Ribeiro, a 19 de setembro;[13][14][15][16][17]
  • 2014: Trasladação do corpo de Sophia de Mello Breyner a 2 de julho;[18][19]
  • 2015: Trasladação do corpo de Eusébio da Silva Ferreira, a 3 de julho.[20][21]
  • 2016: A deposição no panteão nacional dos restos mortais dos cidadãos distinguidos passa a só poder ocorrer 20 anos após a sua morte, enquanto a afixação de lápide alusiva à sua vida e à sua obra pode realizar-se cinco anos após a morte. É concedido o estatuto de Panteão Nacional ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.[3]
  • 2021: Afixação, a 19 de outubro, de uma lápide alusiva à vida e obra de Aristides de Sousa Mendes, nos termos da alteração, em 2016, à lei que regula a concessão de honras de panteão, mantendo-se os restos mortais do homenageado no cemitério de Cabanas de Viriato.[22]
  • 2023: cerimónia de trasladação de Eça de Queiroz prevista para 27 de setembro, mas suspensa, devido a uma providência cautelar interposta por alguns descendentes de Eça de Queiroz junto do Supremo Tribunal Administrativo, que referiu que os descendentes que interpuseram a providência cautelar representam uma minoria dos descendentes de Eça de Queiroz e reconheceu tanto a inexistência de disposições de última vontade de Eça de Queiroz sobre o seu sepultamento como a legitimidade da Assembleia da República para tomar a decisão de conceder honras de panteão, tendo solicitado à Assembleia da República a emissão de resolução fundamentada sobre as honras de panteão. Em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal Administrativo não concedeu provimento ao recurso apresentado por alguns descendentes de Eça de Queiroz, pelo que a trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz é possível e deverá ser marcada nova data para a cerimónia.[23][24][25]

Visitas

Exposição temporária alusiva ao centenário da República

Entre 2008 e 2014, o número de visitantes foi sempre acima dos 50 mil, tendo ultrapassado os 100.000 a partir de 2015:

Honras de Panteão

Cenotáfios

RetratoPersonalidadeVidaActividadeTúmuloCenotáfio
D. Nuno Álvares Pereira,
Santo Condestável
7.º Conde de Barcelos
1360–1431
(† 71 anos)
militarIgreja do Santo Condestável, Lisboa
Infante D. Henrique,
1.º Duque de Viseu
GMC
1394–1460
(† 66 anos)
descobridorMosteiro da Batalha
D. Afonso de Albuquerque,
2.º Vice-Rei da Índia
1.º Duque de Goa
ComSE
1453–1515
(† 62 anos)
conquistadorIgreja da Graça, Lisboa
Pedro Álvares Cabral
CavC
1467–1520
(† 53 anos)
navegadorIgreja da Graça, Santarém
D. Vasco da Gama,
3.º Vice-Rei da Índia
1.º Conde da Vidigueira
CavC
1469–1524
(† 55 anos)
navegadorMosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Luís Vaz de Camões1524–1580
(† 56 anos)
poetaMosteiro dos Jerónimos, Lisboa

Túmulos

RetratoPersonalidadeVidaActividadeHonras de PanteãoTúmulo
João de Almeida Garrett,
1.º Visconde de Almeida Garrett
CavTEComCComNSC
1799–1854
(† 55 anos)
escritor7 de dezembro de 1966
João de Deus
GCSE
1830–1896
(† 65 anos)
poeta7 de dezembro de 1966
Sidónio Pais,
4.º Presidente da República
GCTE
1872–1918
(† 46 anos)
político7 de dezembro de 1966
Abílio Guerra Junqueiro
GCSE
1850–1923
(† 72 anos)
poeta7 de dezembro de 1966
Teófilo Braga,
2.º Presidente da República
1843–1924
(† 80 anos)
político

escritor

7 de dezembro de 1966
Marechal Óscar Carmona,
11.º Presidente da República
GCTEComCGCAComSE
1869–1951
(† 81 anos)
militar
político
7 de dezembro de 1966
Marechal Humberto Delgado
ComCGCAComSEGCLOIP
1906–1965
(† 58 anos)
militar5 de outubro de 1990
Amália Rodrigues
GCSEGCIH
1920–1999
(† 79 anos)
fadista8 de julho de 2001
Manuel de Arriaga,
1.º Presidente da República
1840–1917
(† 76 anos)
político16 de setembro de 2004
Aquilino Ribeiro
ComL
1885–1963
(† 77 anos)
escritor19 de setembro de 2007
Sophia de Mello Breyner Andresen
GColSEGCIH
1919–2004
(† 84 anos)
poetisa2 de julho de 2014
Eusébio da Silva Ferreira
GCIHGCM
1942–2014
(† 71 anos)
futebolista3 de julho de 2015

Lápides

RetratoPersonalidadeVidaAtividadeHonras de PanteãoTúmuloLápide
Aristides de Sousa Mendes
GCCGCL
1885–1954
(† 68 anos)
diplomata19 de outubro de 2021Cemitério de

Cabanas de Viriato

Honras de Panteão históricas

Originalmente pensado para o Mosteiro de São Vicente de Fora, onde se encontra o Panteão da Dinastia de Bragança e o Panteão dos Patriarcas de Lisboa, de 1836 até 1966 o Panteão Nacional ficou alojado no Mosteiro dos Jerónimos. Nestes dois mosteiros encontram-se túmulos de personalidades a quem o Parlamento concedeu Honras de Panteão.

Túmulos no Mosteiro dos Jerónimos

RetratoPersonalidadeVidaActividadeHonras de PanteãoTúmulo
Luís Vaz de Camões1524–1580
(† 56 anos)
poeta1880
D. Vasco da Gama,
3.º Vice-Rei da Índia
1.º Conde da Vidigueira
CavC
1469–1524
(† 55 anos)
navegador1880
Alexandre Herculano1810–1877
(† 67 anos)
escritor
historiador
1888
Fernando Pessoa1888–1935
(† 47 anos)
poeta13 de Junho de 1985

Túmulos no Mosteiro de São Vicente de Fora

No século XIX o Parlamento concedeu Honras de Panteão a dois estadistas liberais, os Marechais Duque da Terceira e Duque de Saldanha, que por especial ordem régia foram trasladados para o Panteão Real da Dinastia de Bragança.

RetratoPersonalidadeVidaActividadeHonras de PanteãoTúmulo
António José de Sousa Manuel de Meneses,
Marechal Duque da Terceira
GCTEGCNSCComCGCA
1792–1860
(† 68 anos)
militar
político
11 de Agosto de 1863
João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun,
Marechal Duque de Saldanha
GCTEGCNSCGCCGCSE
1790–1876
(† 86 anos)
militar
político
21 de Novembro de 1880

Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)

Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa
Ver artigo principal: Mosteiro dos Jerónimos

O Mosteiro dos Jerónimos foi fundado em 1495 pelo Rei D. Manuel I. Aí foi instalado o novo Panteão Real da Dinastia de Avis. Neste mosteiro foram sepultados os Reis, Príncipes e Infantes da Dinastia de Avis durante e após o reinado do fundador.

De 1836 a 1966 o Panteão Nacional ficou instalado no Mosteiro dos Jerónimos. Durante 130 anos aí foram concedidas as Honras de Panteão previstas aquando da criação do Panteão Nacional em 1836. Após a conclusão das obras da Igreja de Santa Engrácia, em 1966 ocorreu a trasladação solene para o Panteão Nacional de vários homenageados que anteriormente estavam sepultados no Mosteiro dos Jerónimos. Permaneceram contudo túmulos históricos de várias personalidades, algumas das quais foram homenageadas com cenotáfios no Panteão Nacional.

Em 2016 foi oficialmente reconhecido o estatuto de Panteão Nacional ao Mosteiro dos Jerónimos.

Reis de Portugal

RetratoSoberanoVidaReinadoCasamentosTúmulo
D. Manuel I
o Venturoso
14.º Rei de Portugal
1469–1521
(† 52 anos)
1495–1521
(26 anos)
D. Isabel de Aragão
D. Maria de Aragão
D. Leonor de Áustria
D. João III
o Piedoso
15.º Rei de Portugal
1502–1557
(† 55 anos)
1521–1557
(36 anos)
D. Catarina de Áustria
D. Sebastião I
o Desejado
16.º Rei de Portugal
1554–1578
(† 24 anos)
1557–1578
(21 anos)
sob Regência
1557–1568
solteiro
Cardeal-Rei D. Henrique I
o Casto
17.º Rei de Portugal
1512–1580
(† 68 anos)
1578–1580
(1 ano)
clérigo

Rainhas

RetratoRainhaVidaTitulaturaCasamentosTúmulo
D. Maria de Aragão,
Rainha de Portugal
Infanta de Aragão e Castela
1469–1521
(† 52 anos)
1495–1521
(17 anos)
D. Manuel I
D. Catarina de Áustria,
Rainha de Portugal
Regente|Regente do Reino de Portugal
Arquiduquesa de Áustria
1507–1578
(† 52 anos)
1525–1557
(32 anos)
Regente
1957–1962
D. João III

Príncipes

Infantes

Patriarcas de Lisboa

RetratoPatriarcas de LisboaVidaEpiscopadoTúmulo
D. Francisco de Saldanha da Gama1723–1776

(† 53 anos)

1759–1776

(17 anos)

D. Fernando de Sousa e Silva1712–1786 († 73 anos)1779–1786 (8 anos)

Mosteiro de Santa Cruz (Coimbra)

Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra
Ver artigo principal: Mosteiro de Santa Cruz

O Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, foi fundado em 1131 pelo Arcediago D. Telo, D. João Peculiar e S. Teotónio (primeiro Prior do Mosteiro e primeiro Santo de Portugal), com o patrocínio de D. Afonso Henriques, 1.º Rei de Portugal. Nele foi instalado o primeiro Panteão Real de Portugal. Aí se encontram os túmulos de D. Afonso Henriques e do seu filho e sucessor D. Sancho I, bem como das suas consortes, as Rainhas D. Mafalda de Sabóia e D. Dulce de Aragão.

Os actuais túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I datam de 1515, quando por ordem de D. Manuel I de Portugal, durante a sua visita a Coimbra, os primitivos túmulos medievais foram substituídos por túmulos ricamente decorados em estilo manuelino.

O reconhecimento da dignidade de Panteão Nacional ao Mosteiro de Santa Cruz, aprovado em 2003, destina-se à prestação de honras ao primeiro Rei de Portugal e seus sucessores aí sepultados.[28]

Reis de Portugal

RetratoSoberanoVidaReinadoCasamentosTúmulo
D. Afonso Henriques
O Conquistador
1.º Rei de Portugal
1106–1185
(† 79 anos)
1139–1185
(46 anos)
D. Mafalda de Sabóia
D. Sancho I
O Povoador
2.º Rei de Portugal
1154–1211
(† 56 anos)
1185–1211
(25 anos)
D. Dulce de Aragão

Rainhas

RetratoConsorteVidaTitulaturaCasamentosTúmulo
D. Mafalda de Sabóia1125–1157
(† 32 anos)
1146–1157D. Afonso Henriques
D. Dulce de Aragão1160–1198
(† 38 anos)
1185–1198D. Sancho I

Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha)

Ver artigo principal: Mosteiro da Batalha

Reis de Portugal

RetratoSoberanoVidaReinadoCasamentosTúmulo
D. João I de Portugal
O de Boa Memória
10.º Rei de Portugal
1357–1433

(† 76 anos)

1385–1433

(48 anos)

D. Filipa de Lencastre
D. Afonso V de Portugal
O Africano
12.º Rei de Portugal
1432–1481

(† 49 anos)

1438–1481

(43 anos)

D. Isabel de CoimbraD. Joana de Castela
D. João II de Portugal
O Príncipe Perfeito
13.º Rei de Portugal
1455–1495

(† 40 anos)

1481–1495

(14 anos)

D. Leonor de Viseu

Rainhas

RetratoConsorteVidaTitulaturaCasamentosTúmulo
D. Filipa de Lencastre1360–1415

(† 55 anos)

1387–1415D. João I de Portugal
D. Isabel de Coimbra1432–1455

(† 23 anos)

1447–1455D. Afonso V de Portugal

Referências

Ligações externas

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