Hipocalcemia

Hipocalcemia é a concentração de cálcio no sangue inferior ao normal.[5] O valor normal varia entre 2,1 e 2,6 mmol/L (8,8–10,7 mg/dl, 4,3–5,2 mEq/L), definindo-se hipocalcemia como qualquer valor inferior a 2,1 mmol/l.[1][3][6] Nos casos ligeiros e de progressão lenta é comum não se manifestarem sintomas.[2][4] Nos restantes casos os sintomas mais comuns são perturbações da sensibilidade táctil, espasmos, crises epilépticas, confusão ou paragem cardíaca.[1][2]

Hipocalcemia
Hipocalcemia
Cálcio na tabela periódica
EspecialidadeEndocrinologia
SintomasPerturbações da sensibilidade, espasmos, crises epilépticas, confusão[1][2]
ComplicaçõesParagem cardíaca.[1][2]
CausasHipoparatiroidismo, deficiência de vitamina D, insuficiência renal, pancreatite, intoxicação por bloqueadores dos canais de cálcio, rabdomiólise, síndrome da lise tumoral, bifosfonatos[1][2]
Método de diagnósticoCálcio no soro < 2,1 mmol/L (cálcio corrigido ou cálcio ionizado)[1][2][3]
TratamentoSuplementos de cálcio, vitamina D, sulfato de magnésio.[1][2]
Frequência~18% das pessoas hospitalizadas[4]
Classificação e recursos externos
DiseasesDB6412
eMedicine241893
MeSHD006996
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As causas mais comuns são hipoparatiroidismo e deficiência de vitamina D.[2] Entre outras possíveis causas estão a insuficiência renal, pancreatite, intoxicação por bloqueadores dos canais de cálcio, rabdomiólise, síndrome da lise tumoral e medicamentos como bifosfonatos.[1] O diagnóstico é geralmente confirmado medindo no sangue os níveis de cálcio corrigido ou cálcio ionizado.[2] Algumas alterações específicas podem ser diagnosticadas com um electrocardiograma (ECG).[1]

O tratamento inicial para os casos graves consiste na administração de cloreto de cálcio e possivelmente sulfato de magnésio.[1] Entre outros possíveis tratamentos estão a administração de vitamina D, magnésio e suplementos de cálcio.[2] Quando a hipocalcemia é causada por hipoparatiroidismo, podem também ser recomendados hidroclorotiazida, quelantes de fosfato e uma dieta com baixo teor de sódio.[2] Cerca de 18% das pessoas hospitalizadas apresentam hipocalcemia.[4]

Sinais e sintomas

Quando se desenvolve lentamente pode não ter sintomas". Casos moderados ou bruscos podem gerar[7]:

Complicações

Em casos severos podem resultar em[8]:

Causas

Existem muitas possíveis causas de hipocalcemia sendo as mais comuns[9][7]:

Causas incomuns[9][7]:

Fisiopatologia

O equilíbrio das concentrações de cálcio é mantido pelo paratormônio (PTH), pelos metabólitos da vitamina D, pela massa óssea e pelos rins. O estado de normocalcemia corresponde a 4,5-5,5 mEq/L ou 9,0-11,0 mg%. É importante frisar que a calcemia corresponde à soma do cálcio ionizado (fração fisiologicamente ativa e que corresponde a cerca de 30% do cálcio circulante), do cálcio não-ionizado e do cálcio ligado às proteínas plasmáticas.

Diagnóstico

Sinal de Chvostek e Trousseau

Existem dois testes comuns para identificar hipocalcemia: Sinal de Chvostek e Sinal de Trousseau.

O sinal de Chvostek consiste em percutir o nervo facial em sua porção inferior ao arco zigomático para provocar uma reação de espasmo facial. Porém tem risco de 29% de falso negativo e 10% de falso positivo, sendo um mal preditor.[10] O Sinal de Trousseau consiste em induzir falta de oxigênio no braço (hipoxia) com o equipamento de medir pressão arterial (tensiometro) para provocar espasmos no punho e dedos. Esse possui apenas 6% de falso negativo e 1% de falso positivo, sendo assim muito mais confiável que o anterior.[9]

Exames de sangue

Por estarem fortemente associados com a regulação do cálcio é importante investigar além dos níveis de cálcio também os níveis de vitamina D, de paratormona, de fosfatos e de magnésio.[7]

Eletrocardiograma

O ECG é importante para analisar se existem arritmias e intervalo QT prolongado.[7]

Tratamento

Suplementos de cálcio e vitamina D por via oral ou intravenosa dependendo da urgência, tratamento da causa primária e melhor inclusão de cálcio na dieta. Alimentos ricos em cálcio, além dos laticínios, incluem[11]:

É importante também melhorar o consumo de vitamina D e magnésio, pois são deficiências nutricionais muito comuns.

Ver também

Referências

Ligações externas