Hemorragia gastrointestinal

Hemorragia gastrointestinal é qualquer forma de hemorragia no trato digestivo, desde a boca até ao ânus.[9] Quando existe perda de sangue durante um curto período de tempo, os sintomas podem incluir vómitos com sangue vivo ou sangue escurecido, sangue nas fezes ou fezes escuras.[1] Pequenas perdas de sangue durante um período de tempo maior podem causar anemia por deficiência de ferro, o que causa fadiga ou angina de peito.[1] Outros possíveis sintomas são dor abdominal, falta de ar, palidez da pele, ou desmaio.[9][1] Algumas pessoas com micro-hemorragias não manifestam sintomas.[1]

Hemorragia gastrointestinal
Hemorragia gastrointestinal
Exame positivo para sangue oculto nas fezes
EspecialidadeGastroenterology
SintomasVómitos com sangue vivo ou sangue escurecido, sangue nas fezes, fezes escuras, fadiga[1]
ComplicaçõesAnemia por deficiência de ferro, angina de peito[1]
TiposSuperior e inferior[2]
CausasSuperior: úlcera péptica, varizes esofágicas causadas por cirrose do fígado, cancro[3]
Inferior: hemorroidas, cancro, doença inflamatória intestinal[2]
Método de diagnósticoAntecedentes médicos e exame físico, análises ao sangue, exames de sangue oculto nas fezes[1]
TratamentoTerapia intravenosa, transfusão de sangue, endoscopia[4][5]
MedicaçãoInibidores da bomba de protões, octreotida, antibióticos[6][5]
PrognósticoRisco de morte ~15%[1][7]
FrequênciaSuperior: 100 em 100 000 adultos por ano[8]
Inferior: 25 em 100 000 por ano[2]
Classificação e recursos externos
CID-10K92.2
CID-9578.9
CID-112044414353
DiseasesDB19317
MedlinePlus003133
eMedicineradio/301 radio/302 emerg/381
MeSHD006471
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A hemorragia gastrointestinal divide-se em dois tipos principais: do trato superior e do trato inferior.[2] As causas mais comuns de hemorragias do trato superior são úlcera péptica, varizes esofágicas causadas por cirrose do fígado ou cancro.[3] As causas mais comuns de hemorragias do trato inferior são hemorroidas, cancro e doença inflamatória intestinal.[2] O diagnóstico tem geralmente início com os antecedentes médicos da pessoa e um exame físico, acompanhados por análises ao sangue.[1] O sangue em pequenas quantidades pode ser detectado por um exame ao sangue oculto nas fezes.[1] Uma endoscopia, tanto dos tratos superior como inferior pode permitir localizar a área onde a hemorragia tem origem.[1] Em casos pouco evidentes, pode ser necessária imagiologia médica.[1]

O tratamento inicial foca-se na reanimação, podendo incluir terapia intravenosa e transfusões de sangue.[4] Geralmente não se recomenda transfusões de sangue, a não ser que a hemoglobina seja inferior a 70 ou 80  g/L.[7][10] Em alguns casos pode ser considerado o tratamento com inibidores da bomba de protões, octreotida ou antibióticos.[6][11][5] Quando estas medidas não são eficazes, pode ser tentado um balão esofágico nas pessoas cuja causa se presume serem varizes esofágicas.[2] Geralmente recomenda-se a realização de uma endoscopia do esófago, estômago e duodeno ou colonoscopia no prazo de 24 hoas, as quais permitem simultaneamente o diagnóstico e tratamento.[4]

As hemorragias do trato gastrointestinal superior são mais comuns que as do trato inferior.[2] Entre 50–150 em cada 100 000 adultos por ano são afetados por uma hemorragia do trato superior,[8] enquanto as do trato inferior ocorrem em apenas 20–30 em cada 100 000 adultos por ano.[2] Nos Estados Unidos, as hemorragias gastrointestinais estão na origem de 300 000 admissões hospitalares por ano.[1] O risco de morte por uma hemorragia gastrointestinal é de 5–30%.[1][7] O risco de desenvolver hemorragias é mais comum entre homens e aumenta conforme a idade.[2]

Referências