George Sand

George Sand, pseudônimo de Amandine Aurore Lucile Dupin, baronesa de Dudevant (Paris, 1 de julho de 1804Nohant, 8 de junho de 1876), foi uma romancista e memorialista francesa, considerada a maior escritora francesa.

Aurore Lucile Dupin
George Sand
George Sand em sua juventude.
Pseudônimo(s)George Sand
Nascimento1 de julho de 1804
Paris, França
Morte8 de maio de 1876 (71 anos)
Nohant, França
Nacionalidadefrancesa
Ocupação
Magnum opusA pequena Fadette

Biografia

George Sand nasceu no n°15 da rua Meslay, no dia 1 de julho de 1804, filha de Maurice e Sophie Dupin. Seu pai faleceu quando ela era ainda criança, após uma queda de cavalo, quando acompanhava o príncipe Murat em campanhas armadas. Amandine é então mandada para Nohant, aos cuidados de sua avó, Marie-Aurore de Saxe.

Sua avó era neta do célebre Marechal de França, o conde Maurício de Saxe, sendo este, filho bastardo de Augusto II, rei da Polónia e de Saxe, e da sua amante, a condessa Maria Aurora von Königsmark.

Durante sua infância, ao lado de sua avó, Amandine passava os dias brincando e descobrindo cada canto da propriedade de Nohant com seu meio- irmão Hippolyte Chatiron (filho do seu pai com uma amante da região), companheiro e parceiro em todas as suas aventuras e travessuras. Os dois estudavam em casa com um preceptor, quando não desapareciam nas profundezas da região. Sua avó preocupada com a educação e o comportamento de sua neta, a matriculou no Couvent des Anglaises em Paris e enviou Hippolyte para uma grande escola de cavalaria de uma cidade vizinha. Acontece que a menina se apaixonou pela vida silenciosa e introspectiva que levava dentro das paredes de pedra do convento e desejou ser freira. Lá, se interessou também por música e teatro e para alegrar suas amigas, decidiu criar pequenas peças de teatro e montar um grupo de meninas para representá-las.

As peças eram um sucesso, e Amandine gostava cada vez mais da vida no convento. Sua avó sabendo disso, levou a neta de volta a Nohant.

De volta ao convívio com Aurore de Saxe, ela começou a compreender e amar cada vez mais a sua avó e quando esta morreu, pouco tempo depois, Amandine sofreu de maneira inconsolável. Para que herdasse Nohant seria preciso que se casasse, assim, pouco tempo depois, ela se casou com François-Casimir Dudevant, em 1822. Desse casamento nasceram dois filhos - Maurice e Solange. Essa união, devido a infidelidades e alcoolismo de Casemir, desencadeou incontáveis problemas, culminando com o divórcio - fato incomum para a época - em 1836.

George começou a escrever para o jornal Le Figaro, com a colaboração de Jules Sandeau. Usavam, então, o pseudônimo de Jules Sand – inspirado no nome de Sandeau. Em 1831, lançaram o livro Rose et Blanche. Passou a usar o pseudônimo de George Sand em 1832, quando escreveu, sozinha (obrigada a usar um pseudônimo masculino, para ser aceita no meio literário), o romance Indiana, seu primeiro livro, seu primeiro sucesso. De 1832 a 1837, escreveu muitos outros romances, que invariavelmente eram publicados, primeiramente, como folhetins no jornal. Esses romances refletiam seus próprios desejos e frustrações, advogando o direito da mulher de ter um amor sincero e dirigir sua própria vida.

Além de seus comentados relacionamentos, Sand também tinha outros hábitos incomuns para sua época. Vestia-se com roupas masculinas por diversão ou praticidade e comodidade (como dizia). Também tinha o costume de fumar em público num tempo em que isso era inaceitável para uma mulher. Comentava-se, ainda, sobre a grande quantidade de obras que produzia como sendo uma característica pouco feminina.

George Sand teve uma vida amorosa agitada, com paixões que a influenciaram consideravelmente, como o escritor Jules Sandeau, que lhe deu o pseudônimo literário, o poeta Alfred de Musset, o advogado Michel de Bourges (entre 1835 e 1837), que a converteu aos ideais republicanos e socialistas, o músico Frédéric Chopin, a quem esteve ligada entre 1838 e 1847 e seu último amante Alexandre Manceau, gravador e dramaturgo. Depois de Jules Sandeau e antes de Alfred de Musset, teve também uma breve aventura com o escritor e arqueólogo Prosper Mérimée.

De 1838 a 1845, Sand expressou suas preocupações com os problemas sociais em romances como Consuelo (1842-1843) e O Companheiro da Viagem pela França (Le Compagnon du Tour de France, 1840). Sonhava com um mundo em que o amor fraterno unisse as classes sociais. Teve participação ativa na revolução de 1848. De 1846 a 1853, escreveu romances leves, idealizando a vida nas províncias francesas. Estes incluem Francisco, o Bastardo (François le Champi, 1847-1848), A Pequena Fada (La Petite Fadette, 1849) O Charco do Diabo (La Mare au Diable, 1846), Mauprat, 1837, entre tantos outros de igual sucesso. Finalmente, de 1854 a 1876, escreveu contos simples, à maneira das histórias de fadas. Desse período destaca-se Contos de uma Avó (Contes d'une Grand-Mère, 1873), com histórias que ela escreveu para seus netos.

Os personagens de George Sand e suas histórias são invariavelmente repletos de ingenuidade, poesia e otimismo. Como dizia a escritora: "O romance não precisa ser necessariamente a representação da realidade." Ela faz parte também dos escritores políticos, contando em sua obra mais de 70 títulos, entre novelas, contos, peças de teatro e textos políticos. Suas memórias constituem suas obras de maior interesse, especialmente A História de Minha Vida (Histoire de Ma Vie, 1854-1855) e Ela e Ele (Elle et Lui, 1859), referência à sua ligação com Alfred de Musset

George Sand faleceu no dia 8 de junho de 1876, em Nohant, na França. Alguns dos seus romances se transformariam em filmes e séries de tv, como: Mauprat (1926), Mauprat (1972), Les Beaux Messieurs des Bois Dorées (1976), La Petite Fadette (2004), La Mare au Diable (1972), Les Enfants du Siècle (1999), entre outros. Seus romances continuam a serem versionados para o teatro e realizados muitos filmes e livros sobre sua vida, assim como grupos de estudo sobre ela, seu tempo e sua obra.

Considerada a maior escritora francesa e a primeira mulher a viver de direitos literários, sua propriedade em Nohant foi doada ao governo francês, por sua neta Auror está aberta a visitação publica - Maison de George Sand. Seus restos mortais e de quase toda a sua família está no pequeno cemitério ao lado de sua casa em Nohant.

Na ocasião de sua morte Victor Hugo escreveu:

Je pleure une morte, et je salue une immortelle. - Eu choro uma morte e saúdo uma imortal. VH

Obras

  • Rose et Blanche (com Jules Sandeau, 1831);
  • Indiana (1832);
  • Valentina (Valentine, 1832);
  • Lélia (1833);
  • Le Secrétaire Intime (1834);
  • Lettres d'un Voyager (1834-1837);
  • Jacques (1834);
  • Leone Leoni (1835);
  • André (1835);
  • Simon (1836);
  • Mauprat (1837);
  • Les Maîtres Mosaïstes (1838);
  • L'Uscoque (1838);
  • La Dernière Aldini (1839);
  • Spiridon (1839);
  • Les Sept Cordes de la Lyre (1840);
  • O Companheiro da Viagem pela França (Le Compagnon du Tour de France, 1840);
  • Horace (1842);
  • Consuelo (1842-1843);
  • La Comtesse de Rudolstadt (1844);
  • Jeanne (1844);
  • Lettres à Marcie (1844);
  • Le Meunier D'Angibault (1845);
  • Teverino (1845);
  • Le Péché de Monsieur Antoine (1846);
  • O Charco do Diabo (La Mare au Diable, 1846);
  • Isidora (1846);
  • Lucrezia Floriani (1846);
  • Le Piccinino (1847);
  • Francisco, o Bastardo (François le Champi, 1847-1848);
  • A Pequena Fadette (La Petite Fadette, 1849);
  • Le Château des Désertes (1851);
  • Les Maîtres Sonneurs (1853);
  • A História de Minha Vida (Histoire de Ma Vie, 1854-1855);
  • Adriani (1854);
  • Un Hiver à Majorque (1855);
  • Le Diable aux Champs (1856);
  • Évenor et Leucippe (1856);
  • La Daniella (1857);
  • Les Dames Vertes (1857);
  • Les Beaux Messieurs de Boisdoré (1858);
  • L'Homme de Neige (1858);
  • Ela e Ele (Elle et Lui, 1859);
  • Narcisse (1859);
  • Flavie (1859);
  • Le Marquis de Villemer (1860);
  • Jean de la Roche (1860);
  • Constance Verrier (1860);
  • La Ville Noire (1860);
  • Valvèdre (1861);
  • La Famille de Germandre (1861);
  • Tamaris (1862);
  • Antonia (1862);
  • Mademoiselle la Quintinie (1863);
  • Laura;
  • Voyage Dans le Cristal (1864);
  • La Confession d'une Jeune Fille (1865);
  • Monsieur Sylvestre (1865);
  • Le Dernier Amour (1867);
  • Cadio (1868);
  • Mille de Merquem (1868);
  • Pierre Qui Roule (1870);
  • Malgrétout (1870);
  • Césarine Dietrich (1871);
  • Francia (1872);
  • Nanon (1872);
  • Contos de uma Avó (Contes d'une Grand-Mère, 1873);
  • Ma Soeur Jeanne (1874);
  • La Tour de Percemont (1876);
  • Oeuvres Complètes (1882-1883);
  • Journal Intime (1926);
  • Oeuvres Autobiographiques (1970).
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Museu George Sand

Referências

  • Histoire de ma vie. George Sand.  Balade en Essonne sur les pas des écrivains. Marie-Noëlle Craissati. Éditions Alexandrines.  George Sand à Palaiseau. Société historique de Palaiseau.  Les amis de George Sand, revue publiée par l’Association des Amis de George Sand.
  • Association des Amis de George Sand : Marie-Thérèse Baumgartner, secrétaire générale de l’association, Villa George Sand, 12 rue George Sand, BP 83, 91123 Palaiseau Cédex (répondeur et fax : 01 60 14 89 91) ou Anne Chevereau, présidente, 70 rue Velpeau, 92160 Antony (tel. et fax : 01 46 66 91 49) ou Les Amis de George Sand.
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