Estação Ferroviária da Póvoa

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária da Póvoa (nome anteriormente grafado como "Povoa")[2] é uma interface ferroviária de passageiros da Linha do Norte, que serve a localidade de Póvoa de Santa Iria, em Portugal.

Póvoa
Estação Ferroviária da Póvoa
visão geral da estação, em 2019
Identificação:31146 POA (Póvoa)[1]
Denominação:Apeadeiro de Póvoa
Classificação:A (apeadeiro)[1]
Linha(s):Linha do Norte (PK 17+470)
Coordenadas:38°51′33.15″N × 9°3′51.6″W

(=+38.85921;−9.06433)

Mapa

(mais mapas: 38° 51′ 33,15″ N, 9° 03′ 51,6″ O; IGeoE)
Município:border link=Vila Franca de XiraVila Franca de Xira
Serviços:
Estação anteriorComboios de Portugal Comboios de PortugalEstação seguinte
Lis-Oriente
Lis-Apolónia
 R Alverca
Entroncam.to
Tomar
Santa Iria
Lis-Apolónia
  Alverca
Entroncam.to
P-Campanhã
Santa Iria
Sintra
 S Alverca
terminal
Santa Iria
Lis-Apolónia
 AZ Alverca
Azambuja
Santa Iria
Alcântara-T.
  
  Alverca
Cast.Ribat.

Coroa: Coroa 2 Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
2317 2318 2322 2325 2327 2537 2538
Serviço de táxis
Serviço de táxis
VFX
Equipamentos:Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Elevadores Telefones públicos Caixas Multibanco Parque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Website:
Vista das plataformas em 2019
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim, Estação Póvoa de Varzim ou Apeadeiro de Póvoa da Arenosa.
Vista da estação para sul

Descrição

Situa-se em Póvoa de Santa Iria, tendo acesso pela Rua dos Marinheiros.[3]

Em dados de 2011, tinha quatro vias de circulação, todas com 301 m de comprimento; as plataformas tinham todas 90 cm de altura e 222 m de extensão.[4] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Campanhã).[5]

História

Ver artigo principal: História da Linha do Norte
Vista da estação para sudoeste, sobre o estuário do Tejo.

Século XIX

Antes da instalação do caminhos de ferro, em meados do Século XIX, o principal meio de transporte entre Lisboa e a Póvoa de Santa Iria e outras povoações ribeirinhas era a navegação fluvial ao longo do Rio Tejo.[6] Porém, este meio de comunicação era lento e pouco seguro, tornando-o pouco adequado às necessidades da região, que carecia de um meio de transporte mais avançado para fomentar o seu desenvolvimento.[6]

Aviso de 1881 da Companhia Real, onde esta gare aparece com o nome original: Povoa.

No programa para o concurso do Caminho de Ferro de Lisboa à Fronteira de Espanha, publicado em 1852, estipulou-se que a primeira secção, de Lisboa a Santarém, tivesse passagem pelas proximidades da Póvoa de Santa Iria.[7] O primeiro lanço desta linha, entre Lisboa-Santa Apolónia e Carregado, que foi inaugurado em 28 de Setembro de 1856.[8][9]

Com a instalação das linhas férreas e a modernização da rede viária, a Póvoa de Santa Iria e as outras povoações na região entraram numa grande fase de expansão industrial e urbana, provocando o declínio da navegação fluvial.[6]

Durante a construção das oficinas na estação de Santa Apolónia, a maior parte dos operários foram os habitantes de Póvoa de Santa Iria e outras povoações da zona, e durante algum tempo tornou-se um fenómeno habitual a deslocação diária de dezenas de pessoas desde as suas habitações até às estações ferroviárias, onde apanhavam os primeiros comboios até Braço de Prata e depois o comboio operário até Santa Apolónia, fazendo o percurso inverso no fina do dia.[6]

Século XX

Em 1901, o edifício desta estação foi totalmente reedificado.[10]

No orçamento da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para 1902, foi incluída a construção de uma via transversal nesta Estação.[11]

A linha férrea vai ser essencial para a germinação do ideal republicano na localidade no início do século XX.[12]

Em 16 de Janeiro de 1914, foi organizado um comboio especial do Porto a Lisboa com tropas a bordo, durante uma grande greve da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, viagem que demorou cerca de 27 horas devido a diversos actos de sabotagem praticados pelos grevistas, incuindo o levantamento de carris em Póvoa de Santa Iria.[13] Dois dias depois, um comboio descarrilou entre Póvoa e Sacavém devido a sabotagem na via férrea, provocando três feridos.[14]

Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses iniciou as obras de um novo edifício nesta estação,[15] que foi concluído no ano seguinte.[16]

Edifício da estação construído na década de 1990.

Na Década de 1980, os Caminho de Ferro Portugueses iniciaram um grande programa de modernização da Linha do Norte, que incluiu a quadruplicação da via férrea entre Braço de Prata e Alverca, a instalação de novos equipamentos de sinalização e a reconstrução de várias estações, incluindo a da Póvoa.[17] Este programa foi depois continuado pela Rede Ferroviária Nacional.[18]

A 5 de Maio de 1986 ocorreu uma colisão entre dois comboios (um rápido e um regional) nesta estação, vitimando 17 mortos e mais de 80 feridos.[19]

Na Década de 1990, a estação da Póvoa foi alvo de obras no âmbito do programa de modernização da Linha do Norte, iniciado pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses e terminado pela Rede Ferroviária Nacional.

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
  
(n) Azambuja  Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja  Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha  Setúbal (u)
**(n) Carregado  Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo  Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira  Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra  Penteado (a)
(n) Alverca  Moita (a)
(n) Póvoa  Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria  Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela  Lavradio (a)
(n) Sacavém  Barreiro-A (a)
(n) Moscavide  Barreiro (a)
(n) Oriente  (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata  Terreiro do Paço (a)
  Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia  Coina (u)
(z) Marvila  Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro  Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos  Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios  Pragal (u)
  Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica  Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia  Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira  Santos (c)
(z) Alcântara-Terra  Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora  Belém (c)
(s) Queluz-Belas  Algés (c)
(s) Monte Abraão  Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena  Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém  Paço de Arcos (c)
  Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças  Rio de Mouro (s)
(s) Mercês  Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins  Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra  Parede (c)
(s) Sintra  São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo  São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada  Estoril (c)
(o) Mafra  Monte Estoril (c)
(o) Malveira  Cascais (c)
**(o) Jerumelo  

2019-2021[]

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**) continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Referências literárias

No Guia de Portugal de 1924, é descrita a estação de Póvoa de Santa Iria e a via férrea em redor:

Sucedem-se agora os grandes rectângulos das marinhas, apenas interrompidos por uma ou outra fábrica, entre elas a de produtos químicos da - 22 Km Póvoa de Santa Iria (E.). Pov. à esq.
— PROENÇA, Raúl e DIONÍSIO, Santana, Guia de Portugal, p. 590

Ver também

Referências

Bibliografia

  • LOURENÇO, António Dias (1995). Vila Franca de Xira: Um concelho do país. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. 284 páginas 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • PROENÇA, Raúl; DIONÍSIO, Santana (1991) [1924]. Guia de Portugal: Generalidades, Lisboa e arredores. Col: Guia de Portugal. Volume 1 de 5 3.ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 696 páginas. ISBN 972-31-0544-6 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 

Leitura recomendada

  • CRUZ, Assunção (2008). Póvoa de Stª Iria: Guia da Freguesia: Comercial, turístico, toponímico. Amadora: Rotacomercial 
  • GODINHO, António da Silva; LOPES, João Luís (2005). Cronologia da história da Póvoa: Póvoa de Santa Iria: Perde-se no tempo a memória da sua formação. [S.l.]: Grafis. 109 páginas 
  • LÁZARO, João; MARTINS, Diogo (2013). Republicanismo na Póvoa de Santa Iria na alvorada do 5 de Outubro de 1910: Elementos para a história da freguesia. Quinta da Piedade: Dom Martinho. 82 páginas. ISBN 978-989-98179-0-6 
  • QUEIRÓS, Amílcar (1976). Os Primeiros Caminhos de Ferro de Portugal: As Linhas Férreas do Leste e do Norte. Coimbra: Coimbra Editora. 45 páginas 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 
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Ligações externas

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