Estação Ferroviária da Cruz Quebrada

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária da Cruz Quebrada é uma estação da Linha de Cascais, que serve a localidade de Cruz Quebrada, e é explorada pela rede de comboios suburbanos de Lisboa, em Portugal. Foi a estação de transbordo e término jusante nominal do Ramal do Estádio Nacional, enquanto este ramal funcionou.

Cruz Quebrada
Estação Ferroviária da Cruz Quebrada
dístico da plataforma, em 2023
Identificação:69104 CQU (Crz.Quebrada)[1]
Denominação:Apeadeiro de Cruz Quebrada
Administração:Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação:A (apeadeiro)[1]
Tipologia:C [3]
Linha(s):
Altitude:5 m (a.n.m)
Coordenadas:38°41′59.58″N × 9°15′7.98″W

(=+38.69988;−9.25222)

Mapa

(mais mapas: 38° 41′ 59,58″ N, 9° 15′ 07,98″ O; IGeoE)
Município:border link=Oeiras (Portugal)Oeiras
Serviços:
Estação anteriorComboios de Portugal Comboios de PortugalEstação seguinte
Caxias
Oeiras
Cascais
 C Algés
Cais Sodré

1980s:
Cascais todas Oeiras todas Oeiras semi-rápido
Coroa: Coroa 1 Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1527
Equipamentos:Parque de estacionamento Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes
Inauguração:[quando?]
Website:
Aspetos da estação da Cruz Quebrada, em 2023.

Descrição

Localização e acessos

Arruamento de acesso e exterior do edifício da estação da Cruz Quebrada, em 2017.

Esta interface situa-se no extremo sudeste da Avenida Ferreira Godinho, que aqui termina em beco, junto à praia homónima e à foz do Rio Jamor, na sua margem direita, situando-se a localidade nominal na margem oposta — há acesso pedonal ao respetivo centro (igreja), numa distância de menos de meio quilómetro via i.a. travessia pedonal instalada na ponte ferroviária contígua à estação;[4] o acesso rodoviário, que recorre a ponte mais a montante, cobre cerca do dobro desta distância.[5]

Infraestrutura

Como apeadeiro de uma linha em via dupla, esta interface apresenta-se nas duas vias de circulação (I e II) cada uma acessível por plataforma com 143 m de comprimento e 110 cm de altura.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado direito do sentido ascendente, para Cascais).[6][7]

Vias e plataformas da Cruz Quebrada com comboios chegando e partindo, em 2009.

Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Cruz Quebrada, contratada à C.P., que contribui aqui para a eletrificação da Linha de Cascais.[3]

Serviços

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano no serviço “Linha de Cascaistipicamente com 69 circulações diárias em cada sentido entre Cais do Sodré e Cascais ou Oeiras; passam sem paragem nesta interface 33 circulações do mesmo tipo, entre Cais do Sodré e Cascais.[8]

História

Ver artigo principal: História da Linha de Cascais

Século XIX

A estação insere-se no lanço entre Cascais e Pedrouços da Linha de Cascais, que foi inaugurado em 30 de Setembro de 1889 pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, desde logo utilizando via dupla.[9]

Um alvará de 15 de Outubro de 1891 autorizou o empresário Jaime Henrique Pereira Bramão a construir um caminho de ferro no tipo americano entre esta estação e Carnaxide,[10] tendo a concessão sido prolongada até São José de Ribamar em 10 de Março de 1892.[11]

Décadas de 1910 e 1920

Em 7 de Agosto de 1918, a Linha de Cascais foi subarrendada à Sociedade Estoril.[12] Esta empresa iniciou um programa de modernização da linha, que incluiu a instalação da tracção eléctrica, inaugurada em 15 de Agosto de 1926, e reconstrução total desta estação.[13]

Passageiros chegando à praia da Cruz Quebrada, vindos da estação — note-se a via já eletrificada, em setembro de 1931.

Esta estação é a segunda das quatro referidas por Fernando Pessoa no poema “Anti-Gazetilha” (Sol 1926.11.13; mais tarde incluído como “O Comboio Descendente” em numerosas antologias e musicado nos anos 1980 por Zé Mário Branco), que descreve um sinuoso e improvável «comboio descendente» que segue de «Queluz à Cruz Quebrada», «da Cruz Quebrada a Palmela», e «de Palmela a Portimão».[14][15]

Décadas de 1930 e 1940

Em 1933, a Sociedade Estoril fez obras de reparação no edifício da estação.[16]

Em 1 de Setembro de 1939, a Gazeta dos Caminhos de Ferro Noticiou que o Ministério das Obras Públicas iria publicar em breve um decreto sobre a alteração do traçado da Linha de Cascais no lanço entre esta estação e Alcântara-Mar, devido às obras de construção da Estrada marginal entre Lisboa e Cascais.[17]

Em 1944, foi inaugurado o Ramal do Estádio Nacional, entre esta estação e aquele complexo desportivo.[18]

Década de 1970

Em 13 de Dezembro de 1976, terminou o contracto com a Sociedade Estoril para a exploração da Linha de Cascais, passando esta para a posse directa dos Caminhos de Ferro Portugueses.[19]

Vista geral, com a ponte sobre o Jamor ao fundo, em 2009.

Década de 1990

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
  
(n) Azambuja  Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja  Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha  Setúbal (u)
**(n) Carregado  Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo  Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira  Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra  Penteado (a)
(n) Alverca  Moita (a)
(n) Póvoa  Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria  Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela  Lavradio (a)
(n) Sacavém  Barreiro-A (a)
(n) Moscavide  Barreiro (a)
(n) Oriente  (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata  Terreiro do Paço (a)
  Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia  Coina (u)
(z) Marvila  Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro  Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos  Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios  Pragal (u)
  Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica  Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia  Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira  Santos (c)
(z) Alcântara-Terra  Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora  Belém (c)
(s) Queluz-Belas  Algés (c)
(s) Monte Abraão  Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena  Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém  Paço de Arcos (c)
  Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças  Rio de Mouro (s)
(s) Mercês  Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins  Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra  Parede (c)
(s) Sintra  São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo  São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada  Estoril (c)
(o) Mafra  Monte Estoril (c)
(o) Malveira  Cascais (c)
**(o) Jerumelo  

2019-2021[]

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**) continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Durante a década de 1990, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses realizou várias obras de modernização na Linha de Cascais, no âmbito de um programa de requalificação das redes ferroviárias suburbanas de Lisboa, tendo sido construídas várias novas subestações de tracção eléctrica, uma delas nesta estação.[20]

Ver também

Referências

Comboio na Cruz Quebrada, em 2023.

Bibliografia

  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • Reis, Francisco; Gomes, Rosa; Gomes, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856 - 2006. Lisboa: CP - Comboios de Portugal e Público - Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 

Leitura recomendada

  • CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4 
  • GOMES, Levy Nunes (2006). Cruz Quebrada - Dafundo: Património e Personalidades. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras - Gabinete de Comunicação. 171 páginas. ISBN 989-608-030-5 
  • NETO, Paula; VALENÇA, Costa (2013). Ao ritmo de Cruz Quebrada - Dafundo. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras. 73 páginas. ISBN 978-989-608-161-4 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 
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Ligações externas

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