Eleições legislativas na Grécia em janeiro de 2015
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Eleições legislativas na Grécia em 2015 Primeiro-ministro 300 lugares no Parlamento Helênico | |||||||||||
26 de janeiro de 2015 | |||||||||||
Demografia eleitoral | |||||||||||
Votantes : | 6.330.786 | ||||||||||
63.9% 2.2% | |||||||||||
SYRIZA | |||||||||||
Votos: | 2.246.064 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 149 109.9% | ||||||||||
36.3% | |||||||||||
ND | |||||||||||
Votos: | 1.718.815 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 76 41.1% | ||||||||||
27.8% | |||||||||||
XA | |||||||||||
Votos: | 388.447 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 17 5.6% | ||||||||||
6.3% | |||||||||||
POTAMI | |||||||||||
Votos: | 373.868 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 17 | ||||||||||
6.1% | |||||||||||
KKE | |||||||||||
Votos: | 338.138 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 15 25% | ||||||||||
5.5% | |||||||||||
ANEL | |||||||||||
Votos: | 293.371 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 13 35% | ||||||||||
4.8% | |||||||||||
PASOK | |||||||||||
Votos: | 289.482 | ||||||||||
Assentos obtidos: | 13 60.6% | ||||||||||
4.7% | |||||||||||
Composição do Parlamento depois das eleições | |||||||||||
Governo: Syriza (149) ANEL (13) | ND (76) XA (17) Potami (17) KKE (15) PASOK (13) | ||||||||||
Primeiro-ministro da Grécia | |||||||||||
As eleições legislativas gregas de 2015 ocorreram em 25 de janeiro de 2015 para eleger todos os 300 membros do Parlamento Helênico de acordo com a Constituição. A eleição ocorreu antes do previsto devido à incapacidade do Parlamento em eleger um novo presidente em 29 de dezembro de 2014.[1] O partido de esquerda Syriza obteve a maior parte dos assentos – 149 dos 151 necessários para formar uma maioria absoluta – e seu líder, Alexis Tsipras, foi jurado como novo primeiro-ministro em 26 de janeiro após forjar uma coligação com o partido Gregos Independentes (ANEL) - o Governo Tsipras.
A Nova Democracia (ND) do ex-primeiro-ministro Antonis Samaras perdeu 53 assentos, atingindo seu pior desempenho desde que foi fundado em 1974. O social-democrata PASOK, parceiro de coligação da ND, perdeu 20 assentos, caindo para a sétima posição e menos de 5% dos votos. Pela primeira vez desde o fim da ditadura militar, a Grécia não será governada por nenhum dos dois partidos. Ainda na oposição, o nazi-fascista Aurora Dourada se tornou o 3° maior partido político, com 17 assentos, devido em parte à perda de apoio dos demais partidos. O recém-criado O Rio, de centro-esquerda e pró-União Europeia, também obteve 17 assentos. Em seguida veio o Partido Comunista da Grécia (KKE) com 15 assentos e 5,5% dos votos. Em 6° lugar ficou o ANEL, populista de direita e anti-austeridade, que obteve 13 assentos e 4,8% dos votos e formará o novo governo com o Syriza. Os demais partidos não atingiram a cláusula de barreira do Parlamento Helênico (3%) e, portanto, não tiveram direito a ocupar nenhum assento.
Desde a eclosão da crise financeira global, em 2007, a Grécia passou por longos períodos de recessão econômica (julho a dezembro de 2007, abril de 2008 a março de 2009 e julho de 2009 a dezembro de 2013).,[2] O mercado privado deixou de ser uma fonte de empréstimos para o governo grego em maio de 2010, quando o país atingiu uma taxa de endividamento de 146%. O país se viu obrigado a escolher entre duas alternativas: aceitar os termos de um empréstimo da troika (Eurogrupo, FMI e BCE) ou o calote da dívida, o que lhe forçaria a abandonar o euro. O governo Samaras escolheu a primeira opção e, em troca da implementação de reformas econômicas, privatizações e medidas de austeridade, a Grécia receberia empréstimos de €245,6 bilhões de maio de 2010 até março de 2016, com uma moratória dos juros até 2020. O país também foi recompensado por credores privados com uma reestruturação da dívida - cerce de €127,1 forams cortados da dívida em 2012 - e com a renegociação da forma de pagamento.
O governo Samaras foi formado após as eleições de junho de 2012 após um acordo feito entre os partidos Nova Democracia (ND), Movimento Socialista Pan-helénico (PASOK) e Esquerda Democrática (DIMAR). O líder da ND, Antonis Samaras foi jurado primeiro-ministro e os membros do PASOK e do DIMAR se recusaram a participar do gabinete dele, que foi composto por membros da ND e por políticos sem partido.[3] Em abril de 2013, o governo detinha o apoio de 167 deputados, uma queda significativa dos 179 após o acordo ser forjado. Dos 12 membros do Parlamento que deixaram o governo, nove foram expulsos por votarem contra os pacotes de austeridade e três deixaram-no de maneira voluntária.[4]
Em 21 de junho de 2013, o DIMAR abandonou o governo em protesto à decisão unilateral de Samaras de fechar a emissora de televisão estatal do país dez dias antes. O PASOK também se opôs à medida, embora tenha permanecido no governo.[5][6][7][8][9] A mais alta corte administrativa da Grécia, o Conselho de Estado, condenou a medida.[6][7][9] A decisão do DIMAR deixou o governo Samaras com 153 deputados, apenas dois a mais que a maioria absoluta.[7][8][9] Antonis Manitakis, minsitro da reforma administrativa e Antonis Roupakiotis, ministro da justiça, ambos independentes, também deixaram o governo.[8][9] O DIMAR emitiu nota afirmando que, apesar de ainda poder apoiar o governo em algumas votações, iria apoiar a formação de um governo do Syriza no futuro.[10]
Em fevereiro de 2014, começaram as especulações de que o governo grego iria pedir um terceiro empréstimo à troika.[11][12] O Ministério das Finanças da Alemanha estimou que o pacote, se estabelecido, seria em torno de 10-20 bilhões de euros.[11] Devido à recuperação da economia grega, com o primeiro superávit desde 2012, a queda no desemprego e o retorno do crescimento real do PIB,[2] o governo grego voltou a emitir títulos públicos em 2014, com o intuito de preencher seus vácuos financeiros com verba oriunda do capital privado.[13] Cerca de €6 bilhões foram arrecadados com a venda de títulos de três e cinco anos em 2014 e o governo Samaras planejava vender títulos de 7 e 10 anos em 2015.[14]
Durante a segunda metade de 2014, o governo grego voltou a negociar com a troika. As negociações foram sobre se o país estava cumprindo as condições exigidas para os empréstimos, para assegurar a ativação do pagamento da última parcela do ano e sobre uma possível atualização do programa de empréstimos em 2015-2016. Quando foi calculado o impacto do orçamento para 2015, houve uma discordância: os cálculos do governo grego mostravam que ele havia cumprido as metas do plano fiscal de 2013-2016, enquanto os cálculos da troika mostravam o contrário. Segundo a troika, há um fosso financeiro de €2,5 bilhões, que deve ser tratado com medidas adicionais de austeridade..[15] O governo grego insistiu que seus cálculos eram mais precisos que os da troika e submeteu o orçamento sem alterações ao Parlamento, onde ele foi aprovado por 155 votos a favor e 134 contra em 7 de dezembro.
O Parlamento grego deveria eleger um novo presidente da República em dezembro de 2014. Segundo a legislação grega, o partido no poder apresenta um candidato, que deve ser aprovado por 200 deputados em dois turnos de votação e 180 no terceiro e último turno.[16] O candidato da ND, Stavros Dimas, não conseguiu esse número de votos em nenhuma das três sessões realizadas para escolher o novo presidente grego, em 17, 23 e 29 de dezembro; ele obteve menos de 170 votos todas as vezes. A Constituição grega determina que, nesse caso, um novo parlamento deve ser eleito. O atual presidente Karolos Papoulias baixou um decreto dissolvendo o Parlamento a pedido de Samaras em 31 de dezembro.[17] O novo Parlamento, cuja eleição foi precipitada pela falta de um presidente-eleito, será empossado em 5 de fevereiro e tem até 8 de fevereiro para dar início à escolha do novo presidente.[18]
A Grécia possuía, a época do pleito, 9.911.495 eleitores aptos para votar. Os eleitores foram obrigados a se deslocarem até os distritos eleitorais em que estão inscritos para votar uma vez que a eleição não contou com o recurso do voto em trânsito. Muitos gregos não puderam viajar para seus distritos eleitorais de origem, o que pode explicar o alto índice de abstenção (embora o comparecimento tenha sido 1,4% maior do que na última eleição). O voto é obrigatório na Grécia,[19] mas nenhuma das sanções ou penas previstas na lei[20] jamais foram aplicadas aos cidadãos que não votaram.[21]
250 assentos são distribuídos com base na representação proporcional, com uma cláusula de barreira de 3% que deve ser atingida pelos partidos para entrarem no Parlamento. Votos brancos e nulos, assim como os votos para partidos que não atingiram a cláusula de barreira, são desconsiderados para o cálculo dos assentos. Os outros 50 assentos são dados como prêmio para o partido que obtiver a pluralidade dos votos. A maioria parlamentar é atingida quando um partido ou coligação atingir a metade mais um (151 de 300) do total de assentos. Ao todo, 22 partidos participaram das eleições, dos quais sete conseguiram atingir a cláusula de barreira e entrar no Parlamento.
Partido | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | |
---|---|---|---|---|---|---|
SYRIZA | 2 245 978 | 36,3 | 9,4 | 0000000000000149 149 / 300 | 78 | |
Nova Democracia | 1 718 694 | 27,8 | 1,9 | 0000000000000076 76 / 300 | 53 | |
Aurora Dourada | 388 387 | 6,3 | 0,6 | 0000000000000017 17 / 300 | 1 | |
O Rio | 373 924 | 6,1 | Novo | 0000000000000017 17 / 300 | Novo | |
Partido Comunista da Grécia | 338 188 | 5,5 | 1,0 | 0000000000000015 15 / 300 | 3 | |
Gregos Independentes | 293 683 | 4,8 | 2,7 | 0000000000000013 13 / 300 | 7 | |
Movimento Socialista Pan-helénico | 289 469 | 4,7 | 7,6 | 0000000000000013 13 / 300 | 20 | |
Movimento de Socialistas Democratas | 152 557 | 2,5 | Novo | 0000000000000000 0 / 300 | Novo | |
União de Centristas | 110 923 | 1,8 | 1,5 | 0000000000000000 0 / 300 | = | |
Teleia | 109 500 | 1,8 | Novo | 0000000000000000 0 / 300 | Novo | |
Concentração Popular Ortodoxa | 63 669 | 1,0 | 0,6 | 0000000000000000 0 / 300 | = | |
Outros | 95 900 | 1,6 | 0000000000000000 0 / 300 | |||
Votos Inválidos | 149 484 | 2,4 | 1,4 | |||
Total | 6 330 356 | 100 | 300 | |||
Eleitorado/Participação | 9 949 684 | 63,6 | 1,1 |
Percentual dos votos | ||||
---|---|---|---|---|
SYRIZA | 36,34% | |||
ND | 27,81% | |||
XA | 6,28% | |||
POTAMI | 6,05% | |||
KKE | 5,47% | |||
ANEL | 4,75% | |||
PASOK | 4,68% | |||
KIDISO | 2,46% | |||
EK | 1,79% | |||
TELEIA | 1,77% | |||
Outros | 2,60% |
Distribuição dos assentos | ||||
---|---|---|---|---|
SYRIZA | 49,67% | |||
ND | 25,33% | |||
XA | 5,67% | |||
POTAMI | 5,67% | |||
KKE | 5,00% | |||
ANEL | 4,33% | |||
PASOK | 4,33% |
Constituição | ||
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