Eleições estaduais em Mato Grosso do Sul em 1994
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Eleições estaduais em Mato Grosso do Sul em 1994 | ||||
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3 de outubro de 1994 (Decisão em primeiro turno) | ||||
Candidato | Wilson Martins | Levy Dias | ||
Partido | PMDB | PPR | ||
Natural de | Campo Grande, MS | Aquidauana, MS | ||
Vice | Braz Melo | Ricardo Bernal | ||
Votos | 392.365 | 243.366 | ||
Porcentagem | 53,70% | 33,31% | ||
Candidato mais votado por município no 2º turno (77): Wilson Martins (69) Levy Dias (6) Sem informações (2) | ||||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais em Mato Grosso do Sul em 1994 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados brasileiros.[1][2] Foram eleitos o governador Wilson Martins, o vice-governador Braz Melo e os senadores Lúdio Coelho e Ramez Tebet, além de oito deputados federais e vinte e quatro deputados estaduais.[3][4][nota 1]
Natural de Campo Grande, o advogado Wilson Martins formou-se pela Universidade de São Paulo em 1939. Secretário-geral da prefeitura de Campo Grande quando esta cidade pertencia a Mato Grosso, aproveitou os estertores do Estado Novo e filiou-se à UDN, sendo eleito suplente do senador João Vilas Boas em 1954, prefeito de Campo Grande em 1958 e deputado federal em 1962.[5] Adversário do Regime Militar de 1964, ingressou no MDB quando impuseram o bipartidarismo mediante o Ato Institucional Número Dois.[6] Reeleito em 1966, foi cassado em 7 de fevereiro de 1969, pelo Ato Institucional Número Cinco, permanecendo sem direitos políticos por dez anos.[7][8] Quando retornou à vida pública, já existia o estado de Mato Grosso do Sul[9] e nele foi o primeiro presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. Presidente do diretório estadual do PMDB, elegeu-se governador deste estado em 1982 e senador em 1986.[10] Signatário da Constituição de 1988,[3] desgastou-se com a "ala conservadora" de seu partido e em 1990 migrou para o PSDB, votando a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992.[11] Retornou ao governo sul-mato-grossense nas eleições de 1994, via PMDB.[12][nota 2]
A disputa pelo governo do estado, ficou polarizada entre Wilson Martins (PMDB) e Levy Dias (PPR), candidatos dos partidos herdeiros do bipartidarismo do regime militar, o PMDB sucessor do MDB, e o PPR, sucessor do PDS/ARENA.
Dados fornecidos pela Justiça Eleitoral apontam 730.668 votos nominais (77,14%), 165.755 votos em branco (17,50%) e 50.736 votos nulos (5,36%), resultando no comparecimento de 947.159 eleitores.
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Wilson Martins PMDB | Braz Melo PSDB | (PMDB, PSDB, PSB, PL, PCdoB, PSD, PV) | |||
Levy Dias PPR | Ricardo Bernal PDT | (PPR, PDT, PFL, PTB, PP, PSC) | |||
Pedro Teruel PT | Mariza Rocha PPS | (PT, PPS, PMN, PSTU) | |||
Rita de Cássia PRONA | Luiz Carlos Santilli PRONA | ||||
Fontes:[13][1][nota 3] |
Natural de Rio Brilhante, o agropecuarista Lúdio Coelho graduou-se na Universidade Federal de Viçosa com curso de crédito na Universidade de Michigan, Estados Unidos. Guindado à presidência do Banco Agrícola de Dourados em 1959, estreou na política via UDN ao disputar o governo de Mato Grosso contra Pedro Pedrossian, eleito pelo PSD em 1965.[14] Afastou-se das refregas eleitorais desde então, apoiando a carreira de seu cunhado, Saldanha Derzi, e de seu irmão, Italívio Coelho. Após a criação de Mato Grosso do Sul, a cidade de Campo Grande tornou-se capital do novo estado e em 1983, Lúdio Coelho, então filiado ao PMDB, foi nomeado prefeito da mesma pelo então governador Wilson Martins. Depois de ingressar no PTB, perdeu o governo de Mato Grosso do Sul em 1986, mas elegeu-se prefeito de Campo Grande em 1988, neste caso apoiado pela União Democrática Ruralista. Em nova troca partidária, elegeu-se senador pelo PSDB em 1994.[15][16]
Advogado nascido em Três Lagoas, Ramez Tebet diplomou-se em 1959 na Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuando como promotor de justiça entre 1961 e 1964. Professor da Universidade Federal de Mato Grosso, foi nomeado prefeito de sua cidade natal em 1975, quando ela pertencia a Mato Grosso.[17][18][nota 4] Eleito deputado estadual pela ARENA de Mato Grosso do Sul em 1978, foi relator da Constituição Estadual e depois secretário de Justiça no primeiro governo Marcelo Miranda.[19][nota 5] Eleito vice-governador pelo PMDB, na chapa de Wilson Martins, em 1982, assumiu o governo estadual quando o titular renunciou para eleger-se senador em 1986. No ano seguinte, o presidente José Sarney o nomeou para comandar a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste,[20] onde permaneceu até 1990, ano de sua filiação ao PSDB.[21] Entretanto, sua eleição para senador em 1994 aconteceu pelo PMDB.[22] Ministro da Integração Nacional no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso por um curto período em 2001, deixou o cargo para eleger-se presidente do Senado Federal no mesmo ano.[23]
Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Lúdio Coelho PSDB | Jorge Haddad PSDB Sandro Fabi PSDB | (PMDB, PSDB, PSB, PL, PCdoB, PSD, PV) | |||
Ramez Tebet PMDB | Pedro Paulo Lima PMDB Pedro Ubirajara PMDB | (PMDB, PSDB, PSB, PL, PCdoB, PSD, PV) | |||
Ary Rigo PTB | Martinho da Silva Barros PTB Luiz Carlos Ortega PTB | (PPR, PDT, PFL, PTB, PP, PSC) | |||
Saldanha Derzi PP | Harrison de Figueiredo PDT Alarico Reis d'Ávila PDT | (PPR, PDT, PFL, PTB, PP, PSC) | |||
Ricardo Brandão PT | Milton Andrade Moreira PT Leonice Salles Sanches PT | (PT, PPS, PMN, PSTU) | |||
Alan Pitthan PPS | Vicente Silva da Rocha PMN Genésio Manoel dos Santos PMN | (PT, PPS, PMN, PSTU) | |||
Francisca Escobar PRONA | Henilda Carneiro do Espírito Santo PRONA Maria de Lourdes Costa Souza PRONA | ||||
Fontes:[24][1] |
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
1515 | André Puccinelli | PMDB | 65.091 | Viareggio | Itália | |
4555 | Marisa Serrano | PSDB | 40.641 | Bela Vista | Mato Grosso do Sul | |
4510 | Dilso Sperafico | PSDB | 38.462 | Santa Rosa | Rio Grande do Sul | |
2513 | Marilu Guimarães | PFL | 38.164 | Campo Grande | Mato Grosso do Sul | |
1414 | Nelson Trad | PTB | 35.019 | Aquidauana | Mato Grosso do Sul | |
4510 | Saulo Queiroz | PSDB | 30.632 | Guaíra | São Paulo | |
1212 | Oscar Goldoni | PDT | 29.595 | Anta Gorda | Rio Grande do Sul | |
3939 | Flávio Derzi | PP | 24.455 | Campo Grande | Mato Grosso do Sul | |
Fontes:[25][26][27][1][nota 6] |
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No estado elegeram-se 24 deputados estaduais.
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