Dialeto sertanejo

Dialeto Sertanejo
Falado(a) em: Mato Grosso
 Mato Grosso do Sul
 Goiás
 Minas Gerais
Região: Em grande parte da Região Centro-Oeste do Brasil e áreas próximas
Total de falantes:33.647 milhões de falantes
Posição: Não se encontra entre os 100 primeiros
Família:Indo-europeia
 Língua portuguesa
  Português brasileiro
   Dialeto Sertanejo
Estatuto oficial
Língua oficial de: sem reconhecimento oficial
Regulado por: sem regulamentação oficial
Códigos de língua
ISO 639-1:--
ISO 639-2:---

O dialeto sertanejo é um dialeto do português brasileiro. É falado no sudoeste, centro-sul e leste de Mato Grosso, noroeste de Mato Grosso do Sul, no centro-norte de Goiás, e em pequenas porções do oeste de Minas Gerais.[1][2][3][4][5]

Este dialeto é um desenvolvimento do dialeto caipira, que sofreu forte influência das ondas migratórias que correram em direção ao Centro-Oeste brasileiro principalmente após a construção de Brasília e da abertura das rodovias Belém-Brasília e BR-364. A interação cultural de imigrantes falantes dos dialetos mineiro, sulista e nordestino construiu o que hoje é conhecido como dialeto sertanejo. Ainda hoje grandes porções de Goiás e Mato Grosso do Sul ainda falam o dialeto caipira.

Variantes

Há algumas variantes dialetais neste modo de falar, tais como:

Algumas características

Além da nunca palatalização de fricativas (/s/ e /z/) e da sempre palatalização de /di/ e /ti/ em palavras como "instinto" [ĩs'tʃĩtu] e "desde" ['dezdʒi] (características de outros dialetos), também vemos nesse dialeto uma certa alternância entre o "r" surdo (/ɾ/) e "r" aproximante alveolar (/ɹ/), onde, por exemplo, a palavra "porta" tanto pode ser falada ['pɔɾtɐ] como ['pɔɹtɐ], dependendo da região, suas proximidades e seu histórico de ocupação.[9]

Vocábulos locais (Mato Grosso)

  • Vôte = Credo
  • Guria = Menina
  • Guri = Menino
  • Gurizada = Galera
  • Pebolim = Totó
  • Quebra - Mola = Lombada
  • "Dar o balão" = Rotatória
  • Canháem = Credo (2)
  • Digoreste = Muito bom, ótimo.
  • Apanhar = Surra
  • Tchá por Deus = Expressão de espanto ou indiferença
  • Espia-lá = Olha lá.
  • Moage = Frescura

Vocábulos locais (Goiás)

  • Custoso = Pessoa de gênio difícil[10]
  • Dar rata = Passar vergonha
  • Dar conta = Conseguir
  • Paia = Ruim
  • Prego = Pessoa inconveniente
  • Pelejar = Insistir, tentar
  • Que nem = "Assim como", indica semelhança
  • Coró = Qualquer tipo de lagarta
  • De sal e de doce = Equivalentes a "salgado" e "doce", respectivamente
  • Mocozar ou mocar = Roubar, esconder. Surrupiar
  • Quando é fé = De repente
  • Botar fé = Concordar, apoiar, creditar
  • Grilar = Irritar-se
  • Caçar = Procurar
  • Ridicar = Agir de forma egoísta sobre alguma coisa
  • Pior (que sim) = Afirmativa. Exemplo: "Parece que vai chover" "Pior..."
  • Ter base = Ter fundamento. Em negação, indica situação inacreditável
  • Skinny = Salgadinho industrial
  • Uai = Interjeição de dúvida ou surpresa
  • Trem = Coisa
  • Dar trela = Rir muito, achar graça. Incentivar

Referências


Ver também

Bibliografia

  • NASCENTES, Antenor - Bases para a elaboração do atlas lingüístico do Brasil - Rio de Janeiro: MEC, 1961.
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