Diário de S. Paulo

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 Nota: Se procura o também extinto jornal "Diário de São Paulo" lançado em 1929, veja Diários Associados.

Diário de S. Paulo é um jornal brasileiro publicado na cidade de São Paulo. Até 2001 chamou-se Diário Popular.

Diário de S. Paulo
Diário de S. Paulo
Capa da edição publicada em 23 de janeiro de 2018 (última edição pelo grupo Cereja Comunicação Digital)
Dsp Comunicações Ltda.[1]
Periodicidadediária
Formatotabloide
SedeSão Paulo, SP
PaísBrasil
SloganA força de São Paulo
Fundação8 de novembro de 1884 (139 anos) como Diário Popular

23 de setembro de 2001 (22 anos)

Fundador(es)José Maria Lisboa
Américo de Campos
PresidentePatrícia Solimeni
Página oficialDiário de S. Paulo

História

Após fundar e trabalhar como diretor e redator do Correio Paulistano por quase vinte anos, Américo de Campos juntou-se a a seus colegas do Correio José Maria Lisboa e Rangel Pestana para fundar A Província de S.Paulo, em 1875. Em 1884, Campos e Lisboa foram demitidos pelo novo sócio da Província João Alberto Salles (1857-1904),[2] após protestarem contra a nova política editorial imposta por Salles, notadamente antilusitana.[3]

No fim de 1884, Campos e Lisboa fundaram o Diário Popular, com o apoio financeiro de Antônio Bento, abolicionista e dono do Jornal do Commercio de São Paulo, Hipólito Junior e Aristides Lobo.[4] Seu nome foi inspirado no homônimo português, e seus fundadores preconizaram sua linha editorial no primeiro número:

"[…] Não temos programa; nada valem compromissos que podem falhar, e ademais são conhecidas as ideias dos fundadores do Diário Popular e que suas individualidades valem bem um programa. A longa prática dos homens e das coisas nos ensinou a precisa independência e moderação, que será a norma das discussões em que nos empenharmos. Serão atendidas e dadas à publicidade todas as reclamações justas e feita por pessoa competente. Daremos franca inserção a artigos científicos, literários e políticos de reconhecido merecimento. A parte ineditorial será franca a todas as opiniões, exigindo-se, como de costume, responsabilidade do autor e moralidade nos escritos. Não aceitaremos "testas de ferro".

Américo de Campos

José Maria Lisboa
— Trecho do primeiro editorial do Diário Popular de 8 de novembro de 1884, republicado pelo Correio Paulistano em 11 de novembro de 1884.[5]
Capa do Diário sobre a Proclamação da República.

A primeira sede do jornal, na Rua da Imperatriz, abrigou diversos encontros entre políticos do fim do século 19, que debatiam ideias abolicionistas e republicanas.[6]

Originalmente um vespertino (o primeiro de São Paulo), caracterizava-se por ser um jornal de pequenos anúncios para pequenos negócios.[6] O balcão de publicidade costumava ficar lotado de pessoas, que escreviam seus próprios anúncios.[6] Tinha, por isso, uma tiragem razoável e, consequentemente, uma situação financeira sólida.[6][7] Dado o seu caráter "popular", era procurado para receber e intermediar donativos para as camadas mais pobres e acabou se engajando em diversas campanhas assistenciais.[8]

Após a Proclamação da República do Brasil, da qual era defensor, o jornal angariou grande popularidade. Aristides Lobo foi nomeado ministro do Interior do governo provisório,[9] Américo de Campos foi nomeado cônsul brasileiro para o Reino da Itália e José Maria Lisboa foi eleito deputado estadual por São Paulo.[10] Enquanto Lobo e Campos deixaram o jornal, voltando-se para a carreira política, Lisboa renunciou ao cargo e tornou-se o único dono do Diário Popular.

Campanha do Rio Paranapanema

Em 1977, o Diário iniciou uma campanha contra a instalação da fábrica de papel Braskraft em Angatuba, às margens do Rio Paranapanema, dado o alto risco de poluição do rio pelo empreendimento. Capitaneada pelo secretário de redação Edgard Barros e pela repórter Ane do Valle, a campanha desencadeou uma reação de outros jornais e das autoridades, que passaram de defensoras a críticas do projeto.[11] Uma CPI foi aberta pela Assembleia Legislativa de São Paulo,[12] e a fábrica desistiu do projeto e acabou se instalando no estado do Paraná. Hoje, o Paranapanema é um dos rios mais limpos do Brasil.[13]

A aquisição por Quércia

O Diário entrou na década de 1980 à venda. Numa primeira tentativa, seus proprietários desistiram do negócio.[14] Em 1987, a situação financeira era crítica. Ao mesmo tempo, o governo do Estado de São Paulo passou a realizar cada vez mais investimentos em publicidade no jornal. Em outubro de 1987, uma reportagem de O Estado de S. Paulo indicou que o Diário recebeu 11,1% dos gastos de publicidade do governo paulista naquele ano, ficando em terceiro lugar, atrás do próprio Estado, com 12,6%, e da Folha de S.Paulo, com 19,1%.[15]

Em maio de 1988, Rodrigo Lisboa Soares, bisneto de José Maria Lisboa, o fundador, anunciou a venda do Diário para Ary Carvalho, proprietário do jornal carioca O Dia, por 244 milhões de cruzados. No entanto, nos bastidores, corriam boatos de que o verdadeiro comprador era o governador de São Paulo, Orestes Quércia.[16][17] Este negou a compra do jornal até deixar a cargo público, em março de 1991, quando anunciou ter adquirido 30% do controle acionário do jornal naquele ano.[18] Na década de 2000, Quércia apresentou nova versão, de que havia adquirido o jornal em 1988, em sociedade com Carvalho.[11] Entre 1995 e 1998, o grupo de Quércia investiu 35 milhões de reais em um novo parque gráfico para o Diário.[19]

Infoglobo e anos finais

Em 2001, foi adquirido pela Infoglobo, empresa das Organizações Globo, proprietária também dos jornais O Globo e Extra. O grupo queria um jornal na região de São Paulo e mudou o título do veículo para Diário de S. Paulo,[20] mesmo nome de jornais lançados, em 1865[3][21] e em 1929, este por Assis Chateaubriand e que pertencia aos Diários Associados. A Infoglobo apresentou uma nova linha editorial para o jornal, menos popular e policial.

Em 15 de outubro de 2009, o empresário J. Hawilla, proprietário da rede de jornais Bom Dia, da empresa de marketing esportivo Traffic e da TV TEM, adquiriu o jornal, assim como o parque gráfico, localizado em Osasco.[22] Em 2 de setembro de 2013, a Traffic vendeu o controle acionário do jornal para o grupo Cereja Comunicação Digital.[23]

Após atravessar problemas financeiros e administrativos com a nova gestão, o jornal teve sua falência decretada pela 2.ª Vara de Falências de São Paulo, em 23 de janeiro de 2018,[24] saindo de circulação a versão impressa e o portal online.

Atual proprietário

Em outubro de 2019, o empresário Kléber Moreira anunciou a compra do título da Editora Cereja (detentora dos direitos) por trinta mil reais,[25] e reativou o periódico, nas versões online e impressa.[26] Apesar do anúncio, as edições foram elaboradas por meio de plágios de matérias de outros veículos.[27] Não existem dados de sua circulação impressa no Instituto Verificador de Comunicação.[28]

Prêmios

Referências

Ligações externas

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