De Havilland Canada DHC-2 Beaver

O de Havilland Canada DHC-2 Beaver é uma aeronave monomotor, asa alta, a hélice, com capacidade STOL desenvolvida pela de Havilland Canada, conhecida inicialmente como um bush plane. É utilizado para transporte de cargas e passageiros, serviços agrícolas e foi amplamente adotado por forças armadas como uma aeronave utilitária. O Exército dos Estados Unidos comprou centenas desta aeronave; nove DHC-2 ainda estão em serviço pela Patrulha Aérea Civil para busca e salvamento. Um Beaver da Força Aérea Real da Nova Zelândia auxiliou a expedição de Sir Edmund Hillary para o Pólo Sul. Mais de 1.600 Beaver's foram prduzidos até 1967, quando a linha original de produção foi interrompida.[1]

DHC-2 Beaver
De Havilland Canada DHC-2 Beaver
Um Beaver Mk.I da Adlair Aviation Ltd..
Descrição
Tipo / MissãoAvião STOL de Transporte Utilitário uso civil e militar
País de origem Canadá
Fabricantede Havilland Canada
Período de produção1947-1967
Quantidade produzida1657
Desenvolvido emDe Havilland Canada DHC-3 Otter
Primeiro voo em16 de agosto de 1947 (76 anos)
Introduzido em1948
Tripulação1
Passageiros6
Carga útil953 kg (2 100 lb)
Especificações (Modelo: DHC-2)
Dimensões
Comprimento9,22 m (30,2 ft)
Envergadura14,63 m (48,0 ft)
Altura2,74 m (8,99 ft)
Área das asas23,2  (250 ft²)
Alongamento9.2
Peso(s)
Peso vazio1 361 kg (3 000 lb)
Peso carregado2 313 kg (5 100 lb)
Propulsão
Motor(es)1 x motor a pistão radial Pratt & Whitney R-985
Potência (por motor)450 hp (336 kW)
Performance
Velocidade máxima255 km/h (138 kn)
Velocidade de cruzeiro230 km/h (124 kn)
Alcance (MTOW)732 km (455 mi)
Teto máximo5 486 m (18 000 ft)
Razão de subida5,2 m/s
Notas
Referência: Donald 1997, p. 328.

Devido a seu grande sucesso, a Royal Canadian Mint comemorou o Beaver em uma edição especial da moeda canadense quarter (referente a 0,25 CAD) em Novembro de 1999.

Projeto e Desenvolvimento

Um Beaver operado pela Freebird Wilderness Tours, no Aeroporto de Niederrhein, Alemanha
De Havilland Canada DHC-2 Beaver Mk1
Painel de Instrumentos de um DHC-2 -- observe o manche para um só piloto, ele pode ser passado ao copiloto durante o voo.
deHavilland DHC-2 Mk 3 Turbo Beaver's anfíbio do Ministério de Recursos Naturais canadense em Dryden, 1995
Conversão do Wipaire Boss Beaver com motor PT-6, mantendo a forma original do estabilizador vertical com flutuadores, no Aeroporto Municipal de Bartow, Florida em 2011

Após a guerra, a de Havilland Canada focou-se no mercado civil, imaginando que os contratos militares não iriam garantir a estabilidade de seu negócio. A empresa contratou então Punch Dickins, um famoso bush pilot, como Diretor de Vendas, começando com um programa extensivo de coleta de solicitações de outros pilotos, a fim de entender o que eles precisavam em uma nova aeronave. Quase que sem variação, os pilotos pediram por muito mais potência nos motores e capacidade STOL, em um projeto que poderia ser facilmente adaptado com rodas, ski's ou flutuadores. Quando os engenheiros da de Havilland notaram que isto resultaria em uma performance ruim em cruzeiro, um piloto respondeu "Só precisa ser mais rápido que um trenó puxado por cachorros". Outras sugestões também foram importantes no desenvolvimento da aeronave para este tipo de voo; portas foram instaladas em ambos os lados da aeronave, de forma que o carregamento fosse fácil, não importando o tamanho do porto a qual estaria atracado. As portas foram também projetadas para serem largas o suficiente para que um tambor de 45 galões imperiais fosse colocado na aeronave.

Versões

Beaver I
Monomotor de transporte utilitário com performance STOL.
Beaver AL Mk 1
Monomotor de transporte utilitário com performance STOL para o Exército Britânico.
C-127
desiganção original para o DHC-2 utilizado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, re-designado L-20.[2]
YL-20
Aeronave de testes para as Forças Armadas dos Estados Unidos.
L-20A Beaver
Monomotor de transporte utilitário com performance STOL para o Exército dos Estados Unidos, mais tarde designado como U-6A em 1962, 968 aeronaves construídas.
L-20B Beaver
Similar ao L-20A, mas com poucas mudanças em equipamentos. Seis aeronaves vendidas para o Exército dos Estados Unidos. Re-designado como U-6B em 1962.
U-6A
Aeronave L-20A do Exército dos Estados Unidos redesignada
U-6B
Aeronave L-20B do Exército dos Estados Unidos redesignada
Beaver II
Uma aeronave produzida com motor radial à pistão Alvis Leonides.[3]
Wipaire Super Beaver
Conversão das aeronaves restantes das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Wipaire Boss Turbo-Beaver
Versão convertida para motor turbo-hélice PT-6, mantendo a forma do estabilizador vertical
Turbo-Beaver III
Motorizado com um Pratt & Whitney PT6A-6 ou -20 de 431 kW (578 ehp).
Airtech Canada DHC-2/PZL-3S
Conversão pela Airtech Canada nos anos 1980, usando motores radiais PZL-3 de 600 hp (450 kW)
Volpar Model 4000
Foi uma conversão da década de 1970 pela Volpar, voando pela primeira vez em Abril de 1972 com um nariz modificado, adaptando um turbo-hélice AiResearch TPE331-2U-203 com uma hélice de três pás. Outras mudanças incluíam um novo estabilizador vertical e leme.[4]
Viking DHC-2T Turbo Beaver
Beavers remanufaturados pela Viking Air, adaptado com motores Pratt & Whitney Canada PT6A-34 de 680hp.

Operadores

Civis

O DHC-2 é popular em empresas de voo charter, forças policiais e pequenas empresas de taxi aéreo, bem como aeronaves privadas e de empresas. Ambas as Real Polícia Montada do Canadá e o Controle de Fronteiras Finandesas operam a aeronave.

Operadores Militares

Modelo do Exército Americano
U-6A Beaver no National Museum of the United States Airforce
U-6A Beaver em exibição
 Argentina
 Austrália
  • Força Aérea Real da Austrália - Cinco em serviço entre 1955-1964.
    • Antarctic Flight RAAF
    • No. 1 Air Trials Unit
 Áustria
 Burma
  • Força Aérea de Burma
Camboja
  • Força Aérea Real da Cambodia recebeu três L-20 dos Estados Unidos no final da década de 1950.[5]
 Chile
 Colômbia
 Cuba
  • Força Aérea Cubana
República Dominicana
  • Força Aérea de Dominica
 Finlândia
  • Força Aérea Finlandesa
  • Controle de Fronteiras Finlandesa
 França
Gana
  • Força Aérea de Gana
 Grécia
Haiti
  • Forças Armadas do Haiti
Indonésia
 Iran
  • Força Aérea Imperial Iraniana
 Quênia
  • Força Aérea de Kenia (em operação entre 1964-83)
 Laos
  • Força Aérea Real de Lao
 Países Baixos
 Nova Zelândia
Omã
  • Força Aérea Real de Omã
 Panama
  • Forças Públicas do Panamá
 Paraguai
  • Força Aérea do Paraguai - 4 U-6A doados pelo MAP em 1975
 Peru
  • Força Aérea do Peru
Filipinas
  • Força Aérea das Filipinas
 Tailândia
 Turquia
Uganda
 Reino Unido
  • Exército Britânico adquiriu 46 Beavers.[3]
    • Aden Protectorate, 15 do Exército Britânico (A.A.C) (7 Beavers operando no aeródromo de Falaise, Little Aden)
 Estados Unidos
Iugoslávia
 Zâmbia

Outros

Acidentes e incidentes

Houve 211 incidentes envolvendo o DHC-2 e 442 mortes.[8]

Aeronaves em Exibição

  • Canada Aviation and Space Museum - DHC-2[1]
  • National Museum of the U.S. Air Force, Wright-Patterson AFB, U-6A, USAF S/N 51-16501[6]
  • Há um U-6A em exibição no New England Air Museum, Windsor Locks, CT
  • DHC-2 na Bass Pro Shops em Vaughan Mills, Vaughan

Veja também

  • Projeto relacionado:
    • de Havilland Canada DHC-3 Otter
  • Aeronaves similares:
    • Fairchild F-11 Husky
    • Gippsland GA8
    • Helio Courier
    • Max Holste M.H. 1521 Broussard
    • Murphy Moose
    • Noorduyn Norseman
    • PAC Cresco
    • Pilatus PC-6 Porter

Referências

Notas
Bibliografia

Ligações Externas

Commons
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