Daniele Barbaro

Tradutor e comentarista veneziano

Daniele Matteo Alvise Barbaro (também chamado Barbarus; Veneza, 8 de Fevereiro de 1513 - 1570) foi um tradutor e comentarista veneziano do Vitrúvio.

Daniele Barbaro
Daniele Barbaro
Daniele Barbaro retratat per Paolo Veronese amb els llibres escrits per ell mateix.
NascimentoDaniele Matteo Alvise Barbaro
8 de fevereiro de 1513
Veneza (República de Veneza)
Morte13 de abril de 1570 (57 anos)
Veneza (República de Veneza)
ResidênciaPalazzi Barbaro, Villa Barbaro
CidadaniaRepública de Veneza
Irmão(ã)(s)Marcantonio Barbaro
Alma mater
Ocupaçãotradutor, matemático, padre, diplomata
ReligiãoIgreja Católica

Biografia

Era filho de Francesco di Daniele Barbaro e Elena Pisani, filha do banqueiro Alvise Pisani e de Cecilia Giustinian.[1] Barbaro estudou filosofia, matemática e óptica na Universidade de Pádua.

Daniele Barbaro, por Paolo Veronese

Seu irmão era Marcantonio Barbaro. Juntos construíram a Villa Barbaro.[2][3]

Barbaro teve uma significativa carreira política, servindo ao governo veneziano como embaixador em Londres, junto ao patriarca da Aquileia e representante da República de Veneza no Concílio de Trento (1561).[2][3]

Foi retratado pelo pintor Paolo Veronese (1565-67).

Em 1557 foi eleito coadjutor (sacerdote adjunto) do Patriarca da Aquileia e tradutor do Vitrúvio, Giovanni Grimani.[2][3]

Produção e relações humanistas

A fama de Barbaro deve-se principalmente à sua vasta produção de escritos nas artes, matemática e cartas. Humanista, foi amigo e admirador de personalidades como Andrea Palladio (1508-1580), Pietro Bembo (1470-1547) e Torquato Tasso (1544-1595).[2][3]

Publicações

Pratica della perspettiva, 1569

Barbaro pode ter projetado o Palazzo Trevisan em Murano, sozinho ou em colaboração com Palladio. Como na Villa Barbaro, Paolo Veronese e Alessandro Vittoria provavelmente também trabalharam no projeto, que foi concluído em 1557.[4]

Seus trabalhos incluem:

  • (1542) Exquisitae in Porphyrium Commentationes.[5]
  • (1542) Predica de' sogni, publicada sob o pseudônimo de Reverendo padre Hypneo da Schio.[5]
  • (1544) Editou uma edição dos comentários sobre a Retórica de Aristóteles escritos por seu tio-avô Ermolao Barbaro.[6][5]
  • (1545) Editou uma edição do Compendium scientiae naturalis de Ermolao Barbaro.
  • (1556) Uma tradução italiana com comentários estendidos dos Ten Books of Architecture de Vitruvius, publicados como Dieci libri dell'architettura di M. Vitruvio.[7][8] A obra foi dedicada ao cardeal Ippolito II d'Este, patrono da Villa d'Este em Tivoli.[4][5]
  • (1567) Mais tarde, publicou simultaneamente uma edição italiana revisada e uma edição latina intitulada M. Vitruvii de architectura. As ilustrações originais do trabalho de Vitrúvio não sobreviveram, e as ilustrações de Bárbaro foram feitas especialmente por Andrea Palladio, e gravadas por Johann Chrieger. Além de importante como discussão da arquitetura, o comentário de Bárbaro foi uma contribuição ao campo da estética em geral. El Greco, por exemplo, possuía uma cópia. Traduções anteriores haviam sido feitas, por Frei Giovanni Giocondo (1511) e Cesare Cesariano (1521), mas esta obra foi considerada a versão mais precisa até hoje. Barbaro explicou claramente algumas das seções mais técnicas e discutiu a relação entre natureza e arquitetura, embora também tenha reconhecido a maneira como a perícia teórica e arqueológica de Palladio contribuiu para o trabalho.[4][5]
  • (1567) Dell'Eloquenza Dialogo[5]
  • (1568) La pratica della perspettiva, um livro sobre perspectiva para artistas e arquitetos. Este trabalho descreve como usar uma lente com uma câmera obscura.[4][5]
  • um tratado inédito e inacabado sobre a construção de relógios solares (De Horologiis describendis libellus, Veneza, Biblioteca Marciana, Cod. VIII, 42, 3097). Este último trabalho deveria ter discutido outros instrumentos também, incluindo o astrolábio, o planisfério do matemático espanhol Juan de Rojas, o instrumento de navegação cruzado, o torquetum, um instrumento astronômico e o holômetro de Abel Foullon, um instrumento de topografia.

Referências

Fontes