Cartel de Medellín

antiga facção criminosa colombiana internacional liderada por Pablo Escobar

O Cartel de Medellín foi uma rede de traficantes de drogas muito bem organizada, originária da cidade de Medellín, na Colômbia. O cartel de drogas operava na Colômbia, Bolívia, Peru, Honduras, Estados Unidos, bem como no Canadá entre 1972 e 1993. Embora a organização tenha começado como uma rede de contrabando no final da década de 1960, foi somente em 1976 que a organização se voltou para o tráfico de cocaína. Este foi o resultado de Escobar ter sido apresentado à lucrativa ideia do contrabando de cocaína pelo colega traficante colombiano Griselda Blanco.[3] O Cartel chegava a faturar cerca de 60 milhões de dólares por dia, isto é, 720 milhões de dólares por semana e quase 3 bilhões ao mês.[4]

Cartel de Medellín
Local de fundaçãoMedellín, Colômbia
Anos ativo1972 - 1993[1]
Território (s)Colômbia
Líder (es)Pablo Escobar[2]
AtividadesNarcotráfico
Lavagem de dinheiro
Atentados a bomba
Extorsão
Extorsão mediante sequestro
Suborno
Sequestro
Assassinato
Corrupção política
Tráfico de armas
Ocultação de cadáver
Terrorismo
AliadosCartel de Guadalajara

Cartel dos Beltrán-LeyvaCartel de SinaloaCartel de JuárezCartel do GolfoLos ZetasAlianza de SangreCartel de TijuanaCartel de La CostaCartel del Norte del ValleMara SalvatruchaFamília GambinoYakuza

RivaisCartel de Cáli, Los Pepes

Dos 21 anos de existência do Cartel de Medellín, em quase todos eles, o faturamento anual com narcotráfico chegava a 40 bilhões de dólares americanos.

Início

O Cartel de Medellín foi fundado pelo traficante e também considerado terrorista pelos EUA (política muito comum adotada por aquele país, onde quem discorda ou concorre é intitulado terrorista) Pablo Escobar em 1972, responsável pela maior parte das exportações de drogas para os Estados Unidos, Europa e Oriente médio e se tornou o maior cartel de drogas que o mundo já viu, o maior império criminoso do mundo e Pablo Escobar seu rei.[5]

O Cartel ganhou muito de sua força e influência após a morte de muitos políticos e traficantes rivais ao Cartel, o que o levou a se fortalecer nas sombras como uma entidade unificada, ganhando mais poder e dinheiro. O Cartel também financiava as campanhas eleitorais de políticos da região de Medellín.[6]

Por volta dessa época, no início dos anos 1980, sequestros feitos por grupos guerrilheiros. levou o Estado a colaborar com grupos criminosos como os formados por Escobar e os Ochoas. O sequestro de Carlos Lehder, bem como o sequestro da irmã dos Ochoas em 1981, levaram à criação de exércitos privados financiados por cartéis que foram criados para combater guerrilheiros que tentavam redistribuir suas terras para os camponeses locais, sequestrá-los ou extorquir as FARC.[5]

O grupo MAS (Muerte a Secuestradores) era um grupo paramilitar criado no início dos anos 80 pelo cartel de Medellín em retaliação pelo sequestro de uma das irmãs dos irmãos Ochoa e outros traficantes de drogas pelo grupo Movimiento 19 de Abril, "M-19" (grupo guerrilheiro nacionalista de esquerda).[7] Os paramilitares também assassinaram sindicalistas, jornalistas e militantes comunistas, supostamente simpatizantes de grupos guerrilheiros (FARC, ELN, M-19).[8]

Em 1982, a cocaína ultrapassou o café como principal produto de exportação colombiano.[9]

Auge

Pablo Escobar

Em meados da década de 1980, o ACDEGAM (Associação de Agricultores e Agricultores do Médio Magdalena), para cuidar tanto da logística como das relações públicas da organização, e para fornecer uma frente legal para vários grupos paramilitares, e o MAS tiveram um crescimento significativo.[8] Em 1985, Pablo Escobar começou a canalizar grandes quantias de dinheiro para a organização para pagar equipamentos, treinamento e armamento. O dinheiro para projetos sociais foi cortado e redirecionado para o fortalecimento do MAS. Fuzis de batalha modernos, como o AKM, FN FAL, Galil e HK G3, foram comprados dos militares, INDUMIL e vendas privadas financiadas por drogas. A organização tinha computadores e administrava um centro de comunicações que funcionava em coordenação com o escritório estadual de telecomunicações. Eles tinham 30 pilotos e uma variedade de aeronaves e helicópteros de asa fixa. Instrutores militares britânicos, israelenses e americanos foram contratados para ensinar em centros de treinamento paramilitar.[10][11]

Escobar era conhecido por ostentar sua riqueza e passou a fazer parte da lista de bilionários da Forbes por sete anos seguidos, entre 1987 e 1993.[12] Sua luxuosa propriedade multimilionária "Hacienda Nápoles" tinha seu próprio zoológico, e ele supostamente comia de sólidos conjuntos de jantar de ouro. Escobar era conhecido por investir os lucros do tráfico de drogas em bens de luxo, propriedades e obras de arte.[13] Ele também teria escondido seu dinheiro em "enseadas escondidas", supostamente enterrando-o em suas fazendas e sob o chão em muitas de suas casas.[5]

O cartel foi apresentado e referenciado em inúmeras obras de cultura popular.

  • Profissão de Risco: filme de 2001 sobre os traficante de drogas George Jung, Carlos Lehder (chamado Diego Delgado no filme) e o Cartel de Medellín.
  • Narcos: é uma série da Netflix (2015–2017) que narra a vida de Pablo Escobar e a ascensão do Cartel de Medellín. A primeira e a segunda temporada retratam sua ascensão ao status de um poderoso traficante de drogas, bem como seus atos narcoterroristas, guerra contra o governo colombiano e, finalmente, sua morte. O papel de Escobar é interpretado pelo ator brasileiro Wagner Moura. A organização de Medellín também é brevemente retratada e mencionada na série spinoff Narcos: México.
  • American Made: filme ficcional de 2017 sobre o traficante de drogas Barry Seal (Tom Cruise) e o Cartel de Medellín, liderado por Jorge Ochoa ( Alejandro Edda).

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Referências

Ligações externas

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