Callithrix aurita

Espécie de sagui

O sagui-da-serra-escuro ou sagui-caveirinha (nome científico: Callithrix aurita) é um primata do Novo Mundo da família Callitrichidae, subfamília Callitrichinae endêmico da Mata Atlântica brasileira. Habita as florestas de montanha dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e leste e nordeste de São Paulo.[4]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSagui-da-serra-escuro[1][2]

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [3]
Classificação científica
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Mammalia
Ordem:Primates
Subordem:Haplorrhini
Infraordem:Simiiformes
Parvordem:Platyrrhini
Família:Cebidae
Subfamília:Callitrichinae
Género:Callithrix
Espécie:C. aurita
Nome binomial
Callithrix aurita
(E. Geoffroy in Humboldt, 1812)
Distribuição geográfica

Sinónimos
  • chrysopyga Burmeister, 1854
  • coelestis Miranda Ribeiro, 1924
  • itatiayae Avila-Pires, 1959
  • petronius Miranda Ribeiro, 1924

É ameaçado de extinção devido principalmente à grande perda de habitat ao longo de sua distribuição geográfica, mas ocorre em diversas unidades de conservação já consolidadas, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Nacional do Itatiaia, o Parque Estadual do Rio Doce e o Parque Estadual da Cantareira.[4][5]

Sagui-da-serra-escuro é uma espécie ameaçada de extinção devido ao alto grau de desmatamento da Mata Atlântica.

Distribuição geográfica

O sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, é endêmico da Mata Atlântica no sudeste do Brasil, ocorrendo nas florestas ombrófilas e semidecíduas nas Serras do Mar e Mantiqueira nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, podendo se estender para o Norte do Rio Doce em MG.[6] Forrageiam e viajam no baixo dossel e vegetação densa do sub bosque, são encontrados entre 6 e 9 metros acima do solo. Junto ao C. flaviceps são as espécies que habitam as áreas com condições climáticas mais extremas.[7]

Ocorre em floresta montana perene, semidecídua, secundária, mestiça, intercalada com estandes de bambu em altitudes de 80 a 1200 metros.[8][9]

Descrição morfológica

Possui coloração geral do corpo negra, mas também são encontrados com manchas ruivas ou pontilhados de vermelho, sem apresentar padrão geral de estrias. Inclusive, suas manchas ruivas dão o tom dourado característico que deu origem ao nome “aurita” da espécie. Sua fronte é branca, com os lados da face negros, as vezes pontilhados de vermelho. Possuem tufos intra-auriculares curtos (20 a 50 mm) e brancos, podendo variar para um tom amarronzado. Testa com ampla mancha branca ou branco-amarelada. Os pés são castanhos e as mãos cor castanha fortemente agrisalhada. Cauda negra com anéis brancos.[10]

É provavelmente a maior espécie do gênero Callithrix pesando 400-450 g e com comprimento de corpo de 19-25 cm e 27-35 cm de cauda.[11]

Ecologia

Se alimentam de resinas e outras secreções vegetais, além dos vegetais em si, como frutos e goma de árvores. Durante os períodos de seca, adapta sua alimentação passando então a utilizar material animal, como larvas de lepidoptera, orthopteras, baratas, aranhas e opiliões, cobras, lagartos, pequenos sapos e ovos de aves.[12] Estudos demonstram que esta espécie também pode se alimentar de fungos do bambu.[13]

Comportamento

Grupos normalmente de 4 a 8 indivíduos, porém é possível encontrar grupos de 11 indivíduos, com apenas um par de macho e fêmea reprodutivo com uma fêmea dominante.[7][14] Os filhotes, sempre gêmeos, nascem depois de 144 dias de gestação e são carregados pelos pais nas primeiras semanas de vida. Os irmãos mais velhos ajudam no cuidado à prole. Quando atingem a idade adulta migram para outros grupos para formarem novos pares.[15][16]Tem seu período de atividade reduzido em épocas quente-seca. Época chuvosa - 6:30-19:00/época seca - 7:30-16:30. Seus sítios para descanso estão associados a vegetação densa.[7]

Conservação

A espécie está presente na lista de espécies ameaçadas de extinção dos referidos estados onde ocorre,[17][18][19] assim como na lista nacional[20] e do mundo.[13] A sua distribuição restrita, a destruição do seu habitat, o declínio populacional, a competição com outras espécies e a hibridação devido à introdução de espécies exóticas invasoras (Callithrix jacchus e C. penicillata) estão entre as principais ameaças.[13]

Pode estabelecer simpatria com outras espécies como do gênero Cebus e Callicebus , mas não há registro com as outras formas de Callithrix.[21]

Referências

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Callithrix aurita
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