Címon

Címon (em grego: Κίμων, transl. Kímon, Atenas, ca. 510 a.C.Cítio, 449 a.C.), filho de Milcíades (Κίμων ὁ Μιλτιάδου) foi um estadista e general ateniense. Contribuiu decisivamente para firmar o domínio de Atenas sobre os Estados marítimos gregos e tornou-se o principal dirigente da Liga de Delos, que veio a reunir 150 cidades.[1]

Címon
Címon
Nascimento510 a.C.
Atenas Antiga
Morte450 a.C.
Lárnaca, Salamina
CidadaniaAtenas Antiga
Progenitores
CônjugeIsodice
Filho(a)(s)Lacedaemonius, Thessalus, Eleius
Irmão(ã)(s)Elpinice
Ocupaçãopolítico, Militar

Era tido como belo e afável de maneiras e o melhor general que Atenas jamais conheceu. Desejava tanto quanto Péricles manter a supremacia ateniense no mar, mas ao contrário dele via com bons olhos a natural liderança espartana no continente.

Família

Seu pai foi Milcíades, o general que derrotou os persas na batalha de Maratona.[2]

Milcíades, chamado de Milcíades, o Jovem, era filho de Címon, irmão, por parte de mãe, de Milcíades, o Velho;[3] o nome do pai de Címon, pai de Milcíades, o Jovem, era Esteságoras.[4] Milcíades, o Velho, governava o principado ateniense de Quersoneso da Trácia; morrendo sem filhos, foi sucedido por Esteságoras, filho do seu irmão Címon.[3] Após o assassinato de Esteságoras,[3] Milcíades, o Jovem, foi enviado ao Quersoneso pelos filhos de Pisístrato,[Nota 1] e tornou-se o tirano do Quersoneso.[5] Milcíades se casou com Hegesípile, filha do rei Oloro, da Trácia.[5][6]

A mãe de Címon era Hegesípile, filha do rei Oloro da Trácia.[6] Seus meio-irmãos, filhos de Milcíades, eram Elpinice,[7][8] que se casou com Cálias II,[8] e seu irmão mais velho Metíoco, que foi capturado pelos fenícios, levado a Dario I e bem tratado, recebendo casa e uma mulher persa.[9]

Elpinice, meio-irmã de Címon, foi casada com ele (a lei de Atenas autorizava o casamento entre meio-irmãos por parte de pai).[8] Címon, porém, estava privado da liberdade por causa de uma multa que seu pai recebera e que eles não conseguiram pagar, então Cálias II, que era muito rico, propôs pagar as dívidas se ele se casasse com Elpinice.[8] Címon, a princípio, desprezou a proposta, mas Elpinice, dizendo que não deixaria um filho de Milcíades morrer na prisão podendo impedir isto, aceitou se casar.[8]

Címon teve vários filhos, cujos nomes faziam alusão à sua admiração por Esparta.[10] Seus filhos gêmeos foram chamados de Lacedemônio e Eleio; a mãe deles, segundo Estesímbroto de Tasos, era uma mulher de Cleitor (atual Cleitor, Arcádia).[10] Segundo Diodoro, o Topógrafo, seus três filhos, Lacedemônio, Eleio e Téssalo, foram filhos de Isódice, filha de Euriptólemo, filho de Mégacles.[10]

Carreira militar e política

Destacou-se primeiramente na batalha de Salamina, em 480 a.C. A seguir, sob o comando de Aristides, participou das campanhas de Chipre e Bizâncio, afastou o general e regente espartano Pausânias, uma vez que havia suspeitas de que este mantinha entendimentos com os persas. Em 475 a.C. Címon derrotou os persas em Eion, expulsando-os de praticamente toda a Trácia. Com a tomada de Siro em 470 a.C., consolidou seu nome, trazendo para Atenas os supostos ossos de Teseu.

Com a morte de Aristides e o ostracismo de Temístocles, Címon tornou-se a figura dominante na política ateniense, liderando o Partido Conservador de Atenas. Em 466 a.C. derrotou completamente as forças persas de terra e mar, consolidando a Liga de Delos e entre 465-63 a.C., conquistou Tassos, que havia rompido com a Liga de Delos. Elevado ao primeiro posto do governo, dedicou-se à administração interna, sobretudo no embelezamento de Atenas.

Ao mesmo tempo, Címon passa a enfrentar ataques vigorosos do Partido Democrático de Atenas, liderado por Péricles. Os democratas combatiam a política conservadora e Címon e seu alinhamento com Esparta. Como resultado, Címon foi julgado sob acusação de ter sido subornado para não hostilizar o rei da Macedônia, favorável aos rebeldes de Tassos.

Ostracismo

Embora tenha sido absolvido e tenha sido sempre pessoalmente popular devido a suas vitórias militares, Címon foi perdendo prestígio. Em 462 a.C., coube-lhe a chefia de uma expedição de ajuda a Esparta, então em luta contra os messênios. Desconfiando, porém, de um duplo jogo, os espartanos dispensaram a cooperação do contingente ateniense. Daí resultou o rompimento da aliança com Esparta e, finalmente, a condenação ao ostracismo, em 461 a.C., de Címon.

Quando Címon foi julgado por traição, cuja pena era a morte, Elpinice foi a Péricles, o acusador, e tentou suplicar por seu irmão. Péricles, porém, disse sorrindo que ela estava muito velha para tentar estes truques, mas fez um discurso ameno, que foi o que causou menor dano a Címon dentre todos os acusadores.[11]

Retorno

No ostracismo, ele procurou demonstrar sua lealdade, oferecendo-se para lutar como simples soldado, quando os exércitos de Atenas e Esparta se defrontaram em 457 a.C. O próprio Péricles, seu maior adversário, interveio em favor de Címon.

Quando Címon estava cumprindo seu período de ostracismo,[Nota 2] Elpinice costurou um acordo com Péricles, para que Címon comandasse uma frota de duzentos navios contra o Rei (da Pérsia), de forma que Péricles tivesse controle total da cidade de Atenas.[12]

Címon voltou do exílio em 451 a.C., quando negociou uma trégua de cinco anos com Esparta. Incumbido de comandar uma grande expedição naval contra a Pérsia, foi nessa operação, em 449 a.C., que encontrou a morte, durante o cerco à cidade fenícia de Citium.

Referências

Ver também

Árvore genealógica (incompleta) baseada no texto do artigo

Címon
Oloro
Stesagoras
Milcíades
Hegesípile
Metiochos
Elpinice
Címon

Notas e referências

Notas

Referências

Bibliografia

  • Enciclopédia Barsa, Vol. III, p. 334, 1982.
  • Enciclopédia Mirador Internacional, Vol. V, p. 2413, 1982.

Referências

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