Bruno Fratus

nadador brasileiro

Bruno Giuseppe Fratus (Macaé, 30 de junho de 1989) é um nadador brasileiro, medalhista olímpico.[2] Ele tem quatro medalhas em Mundiais: três pratas (duas nos 50 metros livres, e uma no revezamento 4×100 m livres do Brasil) e um bronze (também nos 50 m livres). Nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, conquistou a medalha de bronze nos 50m livre, tornando-se o nadador mais velho a conquistar pela primeira vez uma medalha olímpica[3]. Também é campeão do Pan-Pacífico de 2014 e dos Jogos Pan-Americanos de 2019.

Bruno Fratus
Bruno Fratus
Bruno Fratus em Kazan, 2015.
Natação
Nome completoBruno Giuseppe Fratus
Nascimento30 de junho de 1989 (35 anos)
Macaé,  Rio de Janeiro[1]
Nacionalidadebrasileira
CompleiçãoPeso: 80 kg • Altura: 1,87m
ClubeMinas Tênis Clube
Medalhas
Jogos Olímpicos
BronzeTóquio 202050 m livre
Campeonatos Mundiais
PrataBudapeste 201750 m livre
PrataBudapeste 20174×100 m livre
PrataGwangju 201950 m livre
BronzeCazã 201550 m livre
Campeonato Pan-Pacífico
OuroGold Coast 201450 m livre
BronzeGold Coast 20144×100 m livre
Jogos Pan-Americanos
OuroGuadalajara 20114×100 m livre
OuroGuadalajara 20114×100 m medley
OuroToronto 20154×100 m livre
OuroLima 20194×100 m livre
OuroLima 201950 m livre
PrataGuadalajara 201150 m livre
PrataToronto 201550 m livre
Jogos Sul-Americanos
OuroSantiago 201450 m livre

Em julho de 2021, Fratus tornou-se o primeiro nadador da história a nadar 90 vezes os 50 metros livre em menos de 22 segundos[4].

Trajetória esportiva

Início

Filho de pai paulista e mãe potiguar, foi criado em Natal, Mossoró e Salvador, estudou no colégio Mater Christi, em Mossoró, onde começou a nadar. Na capital baiana foi treinado por Rogério Arapiraca. Quando morava em Natal, conheceu o técnico Alberto Silva, que lhe deu a oportunidade de treinar no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, aos 17 anos.[5]

Foi medalha de bronze nos 50 metros livre no Torneio Open Correios/CBDA em 2009, realizado em São Paulo.

2010–12

Em 2010 ganhou medalha de prata nos 50 metros livre e medalha de bronze nos 100 metros livre no Troféu Maria Lenk, realizado em Santos.[6]

No Campeonato Pan-Pacífico de Natação de 2010, em Irvine, nos Estados Unidos, Fratus fez sua primeira grande participação em um torneio internacional, ao chegar em quarto lugar nos 50 metros livre, com o tempo de 21s93.[7]

Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em 2011, Fratus obteve a medalha de ouro no revezamento 4x100 metros nado livre e 4x100 metros medley,[6][8][9][10] e prata nos 50 metros nado livre.[11]

No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2011, realizado em Xangai, na China, Fratus fez 21s76, o melhor tempo na semifinal dos 50 metros livre, e terminou em quinto na final, com o tempo de 21s96.[12]

Em abril de 2012, disputando o Troféu Maria Lenk no Rio de Janeiro, Bruno Fratus obteve a marca de 21s70 nas eliminatórias dos 50 metros livres, obtendo temporariamente a melhor marca do ano.[13]

Jogos Olímpicos de 2012

Foi aos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 em Londres, e conquistou o quarto lugar na prova dos 50 metros nado livre com o tempo de 21s61, ficando a dois centésimos de César Cielo, que foi o medalha de bronze,[6] com a marca de 21s59.[14]

2013–16

Em maio de 2013, Fratus passou por uma cirurgia no ombro esquerdo, para resolver um problema que já durava dois anos.[15]

Ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2014 em Santiago, no Chile, na prova dos 50 metros livre. Na eliminatória, ele bateu o recorde da competição, com o tempo de 22s12.[16][17]

No Troféu Maria Lenk de 2014, em São Paulo, Fratus ganhou uma medalha de prata nos 50 metros livre, com o tempo de 21s45, perdendo apenas para Cielo, que ganhou com o tempo de 21s39. À época, o recorde mundial sem super trajes era de 21s32, de Cielo.[18]

No Campeonato Pan-Pacífico de Natação de 2014 em Gold Coast, na Austrália, Fratus participou do revezamento dos 4x100 metros livre que, pela primeira vez, ganhou uma medalha para o Brasil nesta competição. Junto com João de Lucca, Marcelo Chierighini e Nicolas Oliveira, eles obtiveram a medalha de bronze. Especialistas afirmaram à época que, se César Cielo e Matheus Santana fossem titulares neste revezamento, o Brasil teria ganho o ouro em cima da Austrália e dos Estados Unidos.[19] No dia seguinte, Fratus ganhou a medalha de ouro nos 50 metros livre, derrotando os campeões olímpicos Anthony Ervin e Nathan Adrian, quebrando o recorde da competição e o seu recorde pessoal, com a marca de 21s44, no maior resultado individual de sua carreira.[20]

No Open realizado no Rio de Janeiro em dezembro de 2014, Fratus bateu seu recorde pessoal nos 100 metros livre, com o tempo de 48s57. Com isso, o revezamento brasileiro 4x100 metros livres vinha se fortificando - César Cielo tinha como melhor marca pessoal 47s84, Marcelo Chierighini tinha 48s11 e Matheus Santana tinha 48s25.[21] Ele também fez sua melhor marca pessoal nos 50 metros livre, com a marca de 21s41.[22] Os únicos nadadores da história a conseguirem marcas melhores sem super trajes foram César Cielo e Florent Manaudou com 21s32, e Frederick Bousquet com 21s36.

Nos Jogos Pan-Americanos de 2015 em Toronto, Fratus ganhou a medalha de ouro no revezamento 4x100 metros livre,[23][24] e uma prata nos 50 metros livre.[25][26]

Bruno Fratus com o bronze nos 50 metros livre em Kazan 2015

No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2015, Fratus ganhou a medalha de bronze, e sua primeira medalha em mundiais, nos 50 metros livre, com o tempo de 21s55.[27] Ele também terminou em quarto lugar na prova na prova dos 4x100 metros livre, junto com Matheus Santana, Marcelo Chierighini e João de Lucca. César Cielo não nadou a final pois, embora estivesse escalado, ele sentiu dores no ombro, e não pôde participar.[28][29][30] Nos 4x100 metros livre misto, Fratus terminou em sexto, junto com Matheus Santana, Larissa Oliveira e Daynara de Paula, quebrando o recorde sul-americano com o tempo de 3m25s58.[31]

No Open realizado em Palhoça em dezembro de 2015, Bruno Fratus bateu seu recorde pessoal nos 50 metros livre, com o tempo de 21s37, na abertura do revezamento 4 x 50 metros livre do time do Pinheiros.[32]

Jogos Olímpicos de 2016

Participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio: na prova dos 50 metros livre, chegou em sexto lugar na final.[33] Em entrevista, disse: “Por algum motivo, não consegui nadar mais rápido do que isso. Não tenho ideia do que está acontecendo. Este ano tem sido muito ruim. Tenho de rever o programa”. Antes dos Jogos, Fratus sofria de dores crônicas nas costas, e a Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA) chegou a enviar um fisioterapeuta aos Estados Unidos, onde Fratus mora e treina para acompanhar o atleta. Devido à estas dores, seu desempenho foi prejudicado nos Jogos. [34]

2017–20

No Mundial de Esportes Aquáticos de 2017, em Budapeste, no revezamento 4 × 100 metros livres, a equipe brasileira composta por Cielo, Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos alcançou um resultado histórico ao conquistar a medalha de prata, o melhor resultado brasileiro de todos os tempos no Campeonato Mundial. O Brasil bateu o recorde Sul-americano de 2009, ainda na era dos super-trajes, com um tempo de 3m10s34, apenas 0,28s atrás da equipe dos EUA. A última medalha do Brasil nesta prova, no Mundial, havia sido obtida em 1994.[35][36][37] Nos 50m livres, Fratus fez o melhor tempo de sua vida na prova, 21s27, conquistando assim a medalha de prata. Fratus quebrou o melhor tempo de César Cielo nesta prova sem as super-roupas (21s32).[38] Ele também ajudou o 4x100m medley do Brasil a ir para a final, nadando nas eliminatórias.[39]

Em setembro de 2018, Fratus passou por uma cirurgia para corrigir uma ruptura parcial do tendão subescapular do ombro, perdendo competições importantes.[40]

Fratus só conseguiu voltar a treinar em boas condições em fevereiro de 2019. Em abril, conseguiu fazer o melhor tempo do mundo no ano, nos 50m livres: 21s47. Ele ganhou várias medalhas de ouro nos eventos preparatórios na Europa e chegou ao Campeonato Mundial com os três melhores tempos do mundo no momento: 21s31 (Mare Nostrum de Monaco), 21s42 (Sette Colli) e 21s47.[41][42]

No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2019, em Gwangju, Coréia do Sul, Fratus conquistou a medalha de prata nos 50 metros livres pela segunda vez consecutiva, com o tempo de 21s45, perdendo apenas para Caeleb Dressel. No 4 × 100 metros livres, ele terminou em 6º, ajudando o Brasil a se classificar para as Olimpíadas de Tóquio em 2020.[43][44]

Nos Jogos Pan-Americanos de 2019 realizados em Lima, no Peru, Fratus conquistou pela primeira vez a medalha de ouro nos 50 metros livres, derrotando Nathan Adrian, com o tempo de 21s61. Ele também ganhou outro ouro no revezamento 4 × 100 metros livres, quebrando o recorde dos Jogos Pan-Americanos.[45][46]

Jogos Olímpicos de 2020

Nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio, Fratus se classificou para sua terceira final olímpica nos 50 metros livres, com um tempo de 21s60.[47] Na final, conquistou a medalha de bronze, com o tempo de 21s57, aos 32 anos de idade, coroando sua carreira de velocista. Foi a 4ª medalha brasileira na história dos 50m livres nas Olimpíadas.[48] Fratus se tornou o nadador (de piscina) mais velho da história a ganhar sua primeira medalha olímpica.[49]

Marcas importantes

Piscina olímpica (50 metros)
  • Recordista sul-americano dos 4 x 50 metros livre: 1m26s42, obtidos em 7 de maio de 2009, junto com César Cielo, Nicholas Santos e Fernando Silva
Piscina semi-olímpica (25 metros)
  • Recordista sul-americano dos 4 x 50 metros livre: 1m25s86, obtidos em 20 de setembro de 2010, junto com Fernando Silva, Marcelo Chierighini e André Daudt

Referências

Ligações externas