Ordem de São Bento

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Ordem de São Bento
 
Ordo Sancti Benedicti
Brasão Ordem de São Bento
''Ora et Labora (Ora e Trabalha)
sigla
O.S.B.
Tipo:Ordem religiosa
Fundador (a):São Bento de Núrsia
Local e data da fundação:Abadia de Monte Cassino, em 529
Superior geral:Dom Gregory Polan


Atividades:Oração, trabalho, vida litúrgica.
Sede:Sant'Anselmo all'Aventino
Roma, Itália
Site oficial:http://www.osb.org/
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A Ordem de São Bento ou Ordem Beneditina (em Latim: Ordo Sancti Benedicti, sigla O.S.B.) é a mais antiga ordem religiosa católica de clausura monástica que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência social. É considerada como a iniciadora do chamado movimento monacal.

História

A Regula Benedicti foi composta em 529 para a abadia de Monte de Cassino, na Itália, por São Bento de Núrsia (480-547), irmão gémeo de Santa Escolástica. Ela preceituava a pobreza, a virgindade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes em seus mosteiros, dar assistência aos pobres e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos seus mosteiros, havia sempre uma escola, razão pela qual ainda, a ordem tornou-se em um dos centros culturais da Idade Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos da Antiguidade.

Embora a fundação da ordem seja anterior a ele, considera-se que terá verdadeiramente tomado impulso a partir da reunião de vários mosteiros que professavam a regra por ele escrita, isso muito após a sua morte. Mais tarde, os monges dessa ordem passaram a ser conhecidos como "beneditinos". Hoje em dia, a ordem está espalhada por todo o mundo, com mosteiros masculinos e femininos (de monges e monjas de clausura).

Seguindo o seu exemplo e inspiração, diversos fundadores de ordens religiosas têm baseado as normas e regras de seus mosteiros na regra deixada por Bento, cujo princípio fundamental é Ora et Labora, o que quer dizer "Reza e Trabalha".

Lista de Papas que pertenceram à Ordem

PapaInicioTérminoPeríodo de Pontificado
São Gregório I, o Grande3 de Setembro de 59012 de Março de 60413 anos, 191 dias
São Bonifácio IV25 de Agosto de 6085 de Maio de 6156 anos, 256 dias
Papa Adeodato II11 de Abril de 67217 de Junho de 6764 anos, 67 dias
Papa João IXJaneiro de 898Janeiro de 9002 anos, 0 dias
Papa Leão VII3 de Janeiro de 93613 de Julho de 9393 anos, 191 dias
Papa Silvestre II2 de Abril de 99912 de Maio de 10034 anos, 40 dias
Papa Estêvão X2 de Agosto de 105729 de Março de 1058239 dias
São Gregório VII22 de Abril de 107325 de Maio de 108612 anos, 33 dias
Beato Vitor III24 de Abril de 108616 de Setembro de 10871 ano, 115 dias
Papa Gelásio II10 de Março de 111829 de Janeiro de 11191 ano, 4 dias
Papa Nicolau III25 de Novembro de 127722 de Agosto de 12802 anos, 271 dias
São Celestino V5 de Julho de 129410 de Dezembro de 1294161 dias
Papa Clemente VI7 de Maio de 13426 de Dezembro de 135210 anos, 213 dias
Beato Urbano V28 de Dezembro de 136219 de Setembro de 13708 anos, 82 dias
Papa Pio VII14 de Março de 180020 de Agosto de 182323 anos, 159 dias

Em Portugal

Mosteiro de São Bento de Singeverga
Mosteiros femininos

Neste mosteiro residem as comunidades femininas (de monjas) da Ordem Beneditina em Portugal:

Comunidades Diocesanas
Mosteiros antigos da Congregação Beneditina

Mosteiros Beneditinos que foram fundados antes de 1567:

Mosteiros Beneditinos que a congregação tomou posse, mas que não conseguiu restaurá-los
Fundados depois de 1570

No Brasil

Basílica e Mosteiro de São Bento de Olinda, conjunto situado onde foi erguido o primeiro convento beneditino do Brasil, entre 1597 e 1599.[2]

A partir de 1599, fundaram-se vários mosteiros no Brasil, os quais, em 1827, formaram a Congregação Beneditina do Brasil. São eles:

Reformas da ordem Beneditina

Ver artigo principal: Confederação Beneditina

Durante o transcurso da sua história, a ordem Beneditina sofreu numerosas reformas, devido à eventual decadência da disciplina no interior dos mosteiros. A primeira reforma importante foi levada a cabo por São Juan De Perez Lloma no século X; essa reforma, chamada cluniacense (nome proveniente de Cluny, lugar da França onde se fundou o primeiro mosteiro desta reforma), chegou a tomar um grande impulso a tal ponto que, durante grande parte da idade Média, praticamente todos os mosteiros beneditinos estavam sob o domínio de Cluny.

Os cluniacenses adquiriram grande poder econômico e político e os abades mais importantes chegaram a fazer parte das cortes imperiais e papais. Vários pontífices romanos foram beneditinos provenientes dos mosteiros cluniacenses (Alexandre II, 1061-73; S. Gregório VII, 1073-85; beato Vitor III, 1086-87; beato Urbano II, 1088-99; Pascoal II, 1099-1118; Gelásio II, 1118-19; et cétera).

Tanto poder adquirido levou à decadência da reforma cluniacense, que encontrou uma importante contraparte na reforma cisterciense, palavra proveniente de Cister, na França, onde se fundou o primeiro mosteiro dessa reforma. São Roberto de Molesme, Santo Estevão Harding e São Roberto de Chaise-Dieu foram os fundadores da Abadia de Cister em 1098. Buscavam afastar-se do estilo cluniacense, que caíra na indisciplina e no relaxamento da vida monástica. O principal objetivo dos fundadores de Cister foi impor a prática estrita da regra de São Bento e o regresso à vida contemplativa.

O principal impulsionador dessa reforma foi São Bernardo de Claraval (1090-1153), que foi discípulo dos fundadores de Cister, tendo ingressado ali por volta de 1108. Foi-lhe encarregada a fundação da Abadia de Claraval, da qual foi abade durante uns 38 anos, até sua morte. Bernardo de Claraval converteu-se no principal conselheiro dos papas e vários dos seus monges chegaram igualmente a ocupar a sede pontifícia. Bernardo predicou, também, a Segunda Cruzada. Ao falecer, levava fundados 68 mosteiros da sua ordem.

A reforma cisterciense subsiste até hoje como ordem beneditina independente, dividida igualmente em dois ramos: a Ordem Cisterciense da Comum Observância (O. Cist.) e a Ordem Cisterciense da Estrita Observância (O.C.S.O.), também conhecidos como trapistas. Estes monges são chamados também "beneditinos brancos", devido à cor do seu hábito religioso, em contraste com os demais monges da Ordem de São Bento, chamados de "beneditinos negros".

Durante a idade Média, surgiram outras reformas importantes da ordem Beneditina. A de São Romualdo (†1027), que deu começo à Reforma Camaldulense. Essa reforma subsiste até hoje em dois ramos: a primeira faz parte da confederação Beneditina (beneditinos negros); a segunda é independente, mas rege-se igualmente pela regra de São Bento. Outra reforma importante foi a empreendida por São João Gualberto (†1073), que fundou os beneditinos de Valle Umbrosa (valombrosianos), pelo lugar na Itália em que se construiu o primeiro mosteiro desta reforma; é igualmente, hoje em dia, uma congregação da Confederação Beneditina. A reforma de São Silvestre Gozzolini (1177-1267), fundou os beneditinos de Montefano (silvestrinos), que subsiste também hoje como congregação associada à confederação Beneditina. A reforma do beato Bernardo Tolomei (1272-1348) deu origem aos beneditinos de Monte Oliveto (olivetanos), hoje também parte integrante da Confederação Beneditina.

Após agitados períodos da história, como a Reforma na Alemanha e nos Países Baixos; a expulsão ou execução de religiosos católicos pelo Rei Henrique VIII na Inglaterra; o período revolucionário na França e a decadência da disciplina nos mosteiros, ocorreu uma redução drástica da população de monges. Depois da Revolução Francesa, foi Dom Prosper Guéranger quem fez renascer a ordem beneditina em Solesmes a partir de 1833, na França.

Hábito

Na idade Média, os monges beneditinos usavam camisa de lã e escapulário. O hábito religioso ou vestidura superior é preto, pelo qual foram chamados de "monges negros", em oposição aos cistercienses, que usam túnica e escapulário branco e que são, por isso, denominados "monges brancos".

Ver também

Referências

Ligações externas

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