Bárbara Micaela de Ataíde
D. Bárbara Micaela de Ataíde (Penafiel, Rans, Honra de Barbosa, 23.09.1655[1] - Vila do Conde, c. 1714) foi uma Religiosa portuguesa, Abadessa do Convento de Santa Clara de Vila do Conde, a ela se devendo a construção do Aqueduto[2] que liga Terroso, na Póvoa do Varzim, àquele Convento.
D. Bárbara Micaela de Ataíde | |
---|---|
Abadessa do Convento de Santa Clara de Vila do Conde | |
O Aqueduto de Santa Clara, que D. Bárbara Micaela de Ataíde mandou construir em 1705 | |
Nascimento | 23 de setembro de 1655 |
Honra de Barbosa, Penafiel, Portugal | |
Morte | c. 1714 |
Vila do Conde, Portugal | |
Pai | D. Francisco de Azevedo e Ataíde, senhor das honras de Barbosa e Ataíde |
Mãe | D. Maria de Brito e Alcáçova |
Ocupação | Freira, Abadessa |
Biografia
Era filha de D. Francisco de Azevedo e Ataíde (c. 1616 - Lisboa, 13.02.1669),[3] senhor da honras de Barbosa e Ataíde e Governador das Armas de Entre Douro e Minho durante a guerra da Restauração, e de sua mulher e prima, D. Maria de Brito e Alcáçova.[3] [4]
Entrou para o Convento de Santa Clara em 1704 e, logo em 19 de dezembro de 1705, já como Abadessa, contratou o engenheiro militar Manuel Pinto de Villalobos e o capitão Domingos Lopes, natural do Porto, para delinearem um novo projeto de aqueduto para o Convento.
De facto, o abastecimento de água do mosteiro era um sério problema, existente desde a sua fundação no início do século XIV, que já fora objeto de uma tentativa fracassada de resolução, por meio de um aqueduto, entre os anos de 1626 e 1636.[5]
O desenho do Aqueduto foi da responsabilidade do referido Manuel Pinto de Vilalobos.[6] A direção das obras foi adjudicada a João Rodrigues, mestre pedreiro natural de Ponte de Lima. Porém, pouco tempo depois, o mestre abandonou os trabalhos, por falência, pelo que as Clarissas entregaram a execução do projeto ao mestre de obras Domingos Moreira, natural de Moreira da Maia.
Para a construção do aqueduto, D. Bárbara Micaela contou com a ajuda de suas irmãs, D. Antónia de Ataíde e Alcáçova e D. Ângela Maria de Ataíde e Alcáçova, ambas Freiras e Abadessas do Convento de Santa Clara[7] e do seu irmão, D. Manuel de Azevedo de Ataíde e Brito,[8] senhor da honra de Barbosa e Mestre de campo general do exército português, que peticionou com sucesso o Rei no sentido de dispensar do serviço militar os mancebos que quisessem trabalhar na condução dos materiais.[9]
Em Outubro de 1714 a água chegou pela primeira vez ao claustro do mosteiro.[2] [10]
O aqueduto, com 999 arcos, é considerado aquele que possui o “maior número de arcos do mundo”.[11]
D. Bárbara Micaela escreveu memórias sobre a construção do aqueduto, que deixou no Livro de Receita e Despesa do seu abadessado.[12] Foi abadessa de 1704 a 1707, tendo-lhe depois sucedido no cargo as suas irmãs acima referidas, D. Antónia (1707 – 1710) e D. Ângela (1710 – 1713).[13]
Toponímia
A cidade de Vila do Conde homenageou-a, atribuindo o seu nome a uma rua.[14]
Na imprensa
A edição em espanhol da Revista National Geographic, publicada em abril de 2015, classificou o Aqueduto de Santa Clara como "o terceiro mais belo do mundo", numa lista liderada pelo aqueduto romano de Pont du Gard, em França.[15]
16. D. Manuel de Azevedo, senhor de Barbosa e Ataíde | ||||||||||||||||
8. D. Francisco de Ataíde e Azevedo | ||||||||||||||||
17. D. Filipa de Sousa | ||||||||||||||||
4. D. Manuel de Azevedo e Ataíde | ||||||||||||||||
18. Vicente Novais da Cunha, senhor do morgado de Parada (ou Guilhabreu) | ||||||||||||||||
9. Brites da Silva | ||||||||||||||||
19. D. Branca da Silva, filha dos senhores de Angeja | ||||||||||||||||
2. D. Francisco de Azevedo e Ataíde | ||||||||||||||||
20. Lourenço de Castro Alcoforado, senhor de Aguieira e Mourisca | ||||||||||||||||
10. Manuel de Castro Alcoforado | ||||||||||||||||
21. Maria Soares | ||||||||||||||||
5. D. Ângela de Castro | ||||||||||||||||
22. Pantaleão dos Santos, FCR | ||||||||||||||||
11. Maria Toscano | ||||||||||||||||
23. Francisca de Magalhães (bisneta de Diogo Cão) | ||||||||||||||||
1. D. Bárbara Micaela de Ataíde | ||||||||||||||||
24. Lopo de Brito, 2.º capitão de Ceilão | ||||||||||||||||
12. Cristóvão de Brito | ||||||||||||||||
25. Iria de Brito Freire de Andrade | ||||||||||||||||
6. Lopo de Brito, senhor do Morgado de Valbom | ||||||||||||||||
26. Vicente Novais da Cunha, senhor do morgado de Guilhabreu (= 18) | ||||||||||||||||
13. Maria da Silva | ||||||||||||||||
27. D. Branca da Silva, filha dos senhores de Angeja (= 19) | ||||||||||||||||
3. D. Maria de Brito e Alcáçova | ||||||||||||||||
28. Pedro de Alcáçova Carneiro, 1.º Conde de Idanha-a-Nova | ||||||||||||||||
14. D. António de Alcáçova Carneiro, Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela | ||||||||||||||||
29. D. Catarina de Sousa, filha do alcaide-mor de Tomar | ||||||||||||||||
7. D. Maria de Alcáçova Carneiro | ||||||||||||||||
30. D. Manuel Lobo, Alcaide-mor de Campo Maior e Ouguela | ||||||||||||||||
15. D. Maria de Noronha e Silva, herdeira da alcaidaria de Campo Maior | ||||||||||||||||
31. Francisca de Noronha | ||||||||||||||||
Referências
Bibliografia
- Cardoso, Augusto-Pedro Lopes, "D. Francisco de Azevedo e Ataíde: Subsídios para a sua biografia", 2021, Imprensa da Universidade de Coimbra, ISBN 978-989-26-2104-3