Antônio Muniz Sodré de Aragão

político brasileiro
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Antonio Muniz Sodré de Aragão[1] (Salvador, 13 de junho de 1881Rio de Janeiro, 9 de junho de 1940) foi um jurista, jornalista, professor e político brasileiro, ex-governador do estado da Bahia durante a República Velha.

Antônio Muniz Sodré de Aragão
Antônio Muniz Sodré de Aragão
Nascimento13 de junho de 1881
Salvador
Morte9 de junho de 1940 (58 anos)
Rio de Janeiro
OcupaçãoJurista

Biografia

Era filho do Vice-almirante Francisco Moniz Ferrão de Aragão e D. Laurinda Augusta Freire Moniz. Estudou na Faculdade de Direito da Bahia, onde bacharelou-se em 1903.[2]

Exerceu o magistério em diversas instituições soteropolitanas de ensino médio e superior, tais como na Escola Normal, Politécnica e na Faculdade de Direito em que se formara[2] e no Rio de Janeiro foi professor de Direito Penal da Faculdade de Direito e no doutorado da Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.[3]

Foi pai do teórico marxista e escritor Edmundo Moniz, autor de "Canudos: a luta pela terra". (São Paulo: Global, 1981)[4]

Política

Tendo sido eleito deputado federal (1912-1918), e posteriormente senador (1920-1927), parte de sua atuação deu-se também no Rio de Janeiro, ocupando a pasta de Secretário de estado do Interior e Justiça do Estado do Rio [3] no governo do almirante Protógenes Guimarães.

Na Bahia sua participação política começou como deputado estadual (1909-1912), no grupo chefiado por José Joaquim Seabra, quem efetivamente o fez eleger e a quem sucedeu e também foi sucedido,[5] a despeito da forte oposição, capitaneada por Rui Barbosa, Luiz Vianna, Ernesto Simões Filho, Octávio Mangabeira, Bráulio Xavier, Horácio de Matos, entre outros.[6] Junto a Seabra, apoiou a Revolução de 1930 e a Aliança Liberal.[5]

Governo da Bahia

Tomou posse a 29 de março de 1916,[2] exercendo o mandato até 29 de março de 1920.[5]

Vivia o Estado forte crise em razão da I Guerra Mundial. As exportações agrícolas – principal esteio da economia local – foram suspensas. Na capital o clima de insatisfação se agravava, redundando na eclosão de várias greves, a maior e mais traumática delas a dos professores municipais de 1918. A oposição de tudo isso se valia, acirrando inda mais as agitações.[7]

Realizações

Imprensa

Iniciou no jornalismo em 1895, na Gazeta de Notícias, tendo ainda atuado no Correio do Brasil e na Gazeta do Povo.[5]

Como jornalista, primou pela publicação de artigos, mormente sobre a Bahia. Escreveu Moniz Sodré, sobre o estado:

"O Estado da Bahia exerceu sempre a mais pronunciada influência na vida do Brasil, destacando-se nas diferentes fases de sua história, não somente pelo valor intelectual e moral dos seus filhos, com os quais se tem irmanado em todo vigor da sua proverbial intrepidez e do seu denonado patriotismo, mas, também, pelas contribuições materiais de suas potentes forças econômicas […]."[9]

Letras

Foi com o seu apoio que Arlindo Fragoso pôde fundar a Academia de Letras da Bahia, em 7 de março de 1917. Moniz ali teve assento na Cadeira número 10, cujo Patrono é Lino Coutinho.[2]

Obras

  • "A Bahia e o seu Papel Histórico na Evolução Política do Brazil". Revista da Bahia, Bahia, nº 21, 15 de outubro de 1922.
  • Estatuto dos Funcionários Públicos, de 1913
  • Curso de Direito Criminal. São Paulo.
  • As três escolas penais: clássica, antropológica e crítica

(estudo comparativo). 7.ed. Livraria Freitas Bastos, 1938. Resumo.

  • A Bahia e os seus governadores na República. Bahia: Imprensa Oficial, 1923

Notas e referências


Precedido por
José Joaquim Seabra
Presidente da Bahia
1916 — 1920
Sucedido por
José Joaquim Seabra