Aeroporto Humberto Delgado

aeroporto em Lisboa, Portugal

O Aeroporto Humberto Delgado, também chamado Aeroporto de Lisboa ou Aeroporto da Portela, (código IATA: LIS, código ICAO: LPPT) situa-se maioritariamente na freguesia dos Olivais,[2] em Lisboa, Portugal. É o maior aeroporto português em número de passageiros, sendo também o que regista maior volume de tráfego. Foi aberto ao tráfego em 15 de outubro de 1942.

Aeroporto Humberto Delgado
Aeroporto da Portela
Aeroporto Humberto Delgado
Aeroporto Humberto Delgado
IATA: LIS - ICAO: LPPT
Características
TipoPúblico / Militar
AdministraçãoANA Aeroportos de Portugal,Vinci Group
ServeÁrea Metropolitana de Lisboa
PaísPortugal Portugal
LocalizaçãoOlivais, Lisboa
Inauguração15 de outubro de 1942 (81 anos)
Coordenadas38° 46' 46" N 9° 08' 10" O
Altitude114 m (374 ft)
Movimento de 2023
Passageiros33,649,000 passageiros
Aéreo217 703 movimentos
Capacidade anual25 000 000 passageiros[1]
Website oficialPágina oficial
Mapa
LPPT está localizado em: Portugal Continental
LPPT
Localização do aeroporto em Portugal continental
Pistas
Cabeceira(s)
Comprimento
Superfície
03 / 21
3 805  m (12 484 ft)
Acessos
Transportes
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
2 208 2714 2791 2790 2722 2795 3 705 722 744 783
Ligação ao metro
Ligação ao metro
Aeroporto
Serviço de táxis
Serviço de táxis
LSB

Ver também: Lista de aeroportos de Portugal
Mapa do Aeroporto
Fotografia aérea da pista do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

É servido, desde 1962, por duas pistas, a 02/20, com 3 805 m de comprimento, e a 17/35 (entretanto encerrada em 2019), com 2 400 m de comprimento, ambas asfaltadas e com 45 m de largura. Dispõe de dois terminais civis (T1 e T2) e ainda de um terminal militar, conhecido como Aeroporto de Figo Maduro.

Serve de base para a companhia aérea de bandeira portuguesa, a TAP Air Portugal, e é administrado pela companhia ANA Aeroportos de Portugal.

Em 15 de maio de 2016 o Aeroporto de Lisboa adquiriu a denominação oficial de Aeroporto Humberto Delgado.[3]

Este é o principal hub europeu para o Brasil, funcionando como o maior hub da Star Alliance para a América do Sul. É, igualmente, um dos mais importantes hubs europeus para o continente africano.

Movimento

Em gráfico

Ver a consulta original do Wikidata.

Na tabela

Número passageiros:

  • 1990 – 5 282 000;
  • 1991 — 5 307 000;
  • 1992 — 5 594 000;
  • 1993 — 5 647 000;
  • 1994 — 5 950 000;
  • 1995 — 6 243 000;
  • 1996 — 6 381 000;
  • 1997 — 6 817 000;
  • 1998 — 6 726 000;
  • 1999 — 8 667 000;
  • 2000 — 9 422 000.
  • Fonte:INE/PORDATA; VINCI Airports.
AnoPassageirosVariação
20019,356,453
20029,422,605 0.7%
20039,636,257 2.3%
200410,731,861 11.4%
200511,236,476 4.7%
200612,314,917 9.6%
200713,393,182 8.8%
200813,603,616 1.6%
200913,265,268 2.5%
201014,049,808 5.9%
201114,806,537[4] 5.4%
201215,314,800 3.4%
201316,025,510 4.6%
201418,158,588[5] 13.3%
201520,110,804 10.8%
201622,462,599 11.7%
201726,676,552 18.8%
201829,045,733 8.9%
201931,184,594[6] 7.4%
20209,267,968 70.3%
202112,148,972 31.1%
202228,261,883[7] 132.6%
202333,649,000 19.1%
2024

História

A sede da TAP Air Portugal, Edifício 25
Descolagem do Aeroporto Humberto Delgado, no sentido sudoeste, num voo da TAP

Até à inauguração do Aeroporto Humberto Delgado (então Aeroporto da Portela), Lisboa era servida por um aeroporto primitivo denominado Campo Internacional de Aterragem, situado em Alverca, que entrou em funcionamento em 1919 e foi desativado em 1940.

Na década de 1930 os voos transatlânticos entre a Europa e a América eram feitos em hidroaviões por motivos de segurança. Só depois de atravessarem o Atlântico os passageiros mudavam para aviões com base terrestre que os levavam ao seu destino final.

Sendo Lisboa a capital mais ocidental da Europa, a cidade era o terminal ideal do lado europeu dessas ligações transatlânticas. Por essa razão, o Governo Português entendeu transformar Lisboa numa grande plataforma aérea para voos internacionais. Para isso foram projetados dois aeroportos para Lisboa: um marítimo, para hidroaviões, e outro terrestre, para aviões convencionais. Outra razão para a construção destas infraestruturas era o facto de ir ser realizada em 1940 a grande Exposição do Mundo Português que se previa ir atrair a Lisboa muitos voos com turistas estrangeiros (isso acabou por não acontecer devido ao início da 2.ª Guerra Mundial).

Em 1938 iniciaram-se as obras dos dois aeroportos, que foram concluídas em 1940. Como aeroporto terrestre construiu-se o Aeroporto da Portela, em homenagem à Quinta da Portela que existia nos terrenos onde foi construído,[8] e como aeroporto marítimo, construiu-se o Aeroporto de Cabo Ruivo, à beira do Rio Tejo e a cerca de 3 km do primeiro. Para uma ligação rápida por automóvel entre os dois aeroportos construiu-se uma via rodoviária denominada Avenida Entre-os-Aeroportos (atual Avenida de Berlim).

O sistema de voos transatlânticos funcionava com os hidroaviões vindos da América, amarando no Rio Tejo e desembarcando os seus passageiros em Cabo Ruivo. Daí, eram transportados por automóvel até à Portela. No Aeroporto da Portela eram distribuídos pelos diversos aviões que os iam levar aos diferentes destinos na Europa. Os passageiros que iam da Europa para a América faziam o percurso inverso.

O Aeroporto de Cabo Ruivo, que se localizava onde é hoje a Doca dos Olivais no Parque das Nações, foi desativado com o fim completo dos voos regulares de passageiros por hidroavião, no final dos anos 1950. Desde essa altura manteve-se apenas o Aeroporto da Portela.

Airbus A321NEO da Portuguesa TAP Air Portugal no Aeroporto Humberto Delgado\Lisboa

A 1 de agosto de 2007 foi aberto ao público o novo terminal 2, apenas para partidas de voos de companhias low-cost.

O aeroporto está presente nas seguintes freguesias:

  • Entrada principal: Olivais
  • Complexo de Carga: Lumiar
  • ANA Museu: Olivais
  • Hangar TAP: Olivais
  • Outros serviços: Olivais / Sacavém e Prior Velho
  • Pista 02/20: Pelo extremo sul inicia-se nos limites das freguesias de Alvalade e Lumiar, segue pela freguesia dos Olivais, passa por Santa Clara e, atravessando Camarate, Unhos e Apelação, vai terminar com o seu perímetro de segurança no limite da união das freguesias de Sacavém e Prior Velho. Tem cerca de 4 km de comprimento e é a única dotada com ILS (CAT III). Foi alterada em 2022 a denominação (anteriormente 03/21), devido a correções do desvio magnético.
  • Pista 17/35: Pelo extremo sul iniciava-se nos limites da freguesia de Alvalade, seguia pela freguesia dos Olivais, indo terminar na freguesia de Santa Clara. Tinha cerca de 2,5 km de comprimento. Nos últimos anos, a pista 17/35 tinha vindo a ser cada vez menos utilizada, facto justificado, uma vez que qualquer aeronave, ao descolar da pista 17/35, teria de usar mais potência, o que tornava a descolagem menos económica e mais arriscada. Da mesma forma acontece com as aterragens, pois implica uma maior utilização de travões e aumenta a possibilidade de uma "runway excursion". Outro motivo para a fraca utilização desta pista é o facto de qualquer aeronave que esteja estacionada no terminal 1, ou que tenha aterrado na pista 02/20 necessitava, obrigatoriamente, de atravessar a pista 17/35 para seguir para o seu lugar de estacionamento designado. No entanto, em dias de forte nortada, a pista 35 proporcionava aterragens mais seguras que a 02/20. Dada a sua raríssima utilização, e conforme os planos de expansão do aeroporto, esta pista foi encerrada no final de 2019 e atualmente passou a ser a taxiway T. Serve, excecionalmente, de estacionamento extra em caso de sobrecarga da capacidade do aeroporto.

A estação Aeroporto foi inaugurada a 17 de julho de 2012 e é estação terminal da linha vermelha. A partir de então o aeroporto passou a poder ser ligado por transporte de grande capacidade aos pontos mais importantes da cidade e em apenas poucos minutos.

A estação de Metro Aeroporto está ligada ao terminal do aeroporto através de uma galeria subterrânea. Estão em curso, estudos do Metropolitano para futuras expansões a partir da estação do aeroporto.

Expansão

No dia 8 de janeiro de 2019 foi assinado o acordo de financiamento da expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa. O evento teve lugar na Base Aérea Nº6 do Montijo, a localização proposta para o desenvolvimento de um aeroporto que funcionará de forma integrada com o Aeroporto Humberto Delgado. Lisboa passará a beneficiar de um modelo dual que combina a operação de hub do Aeroporto Humberto Delgado com uma operação ponto a ponto no Aeroporto do Montijo. No mesmo dia, a ANA Aeroportos de Portugal publicou um vídeo com o projeto de expansão: até 2028, o aeroporto terá 89 posições de estacionamento e 72 movimentos por hora (capacidade combinada).

Este plano contemplava: a construção de 3 novos "piers" do Terminal 1, perpendiculares ao edifício principal, a construção de um novo taxiway paralelo à pista 03/21 e a relocalização do AT1 Figo Maduro para dar espaço à construção de mais posições de estacionamento remotas.

Já em 2020, foram construídas duas novas saídas rápidas de pista, uma para cada orientação da 02/20.

Acessos Ferroviários

Em 2021, a IP revelou que tinha estudado a construção de uma ligação do Aeroporto Humberto Delgado à rede ferroviária nacional. Uma das hipóteses estudada pela gestora de infraestruturas foi um túnel entre a Linha de Cintura, na zona do Parque da Bela Vista, e o terminal 1 do Aeroporto que teria um custo estimado de 74 milhões de euros.

Futuro

Em 14 de maio de 2024 o governo presidido por Luís Montenegro decidiu avançar com uma nova solução aeroportuária para Lisboa, o Aeroporto Luís de Camões, em Alcochete, que substituirá no futuro o aeroporto Humberto Delgado.[9]

Referências

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Aeroporto Humberto Delgado