Ademir da Guia

futebolista brasileiro

Ademir Ferreira da Guia (Rio de Janeiro, 3 de abril de 1942) é um ex-futebolista brasileiro que atuava como meio-campista.

Ademir da Guia
Ademir da Guia
Em 1974, na Alemanha, durante treino da Seleção Brasileira
Informações pessoais
Nome completoAdemir Ferreira da Guia
Data de nascimento3 de abril de 1942 (82 anos)
Local de nascimentoRio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil
Nacionalidadebrasileiro
Altura1,80 m
destro
ApelidoDivino
Informações profissionais
Posiçãoex-meio-campista
Clubes de juventude
1952–1956
1957–1958
1959–1960
Ceres
Botafogo
Bangu
Clubes profissionais
AnosClubesJogos e gol(o)s
1960–1961
1962–1977
1977-1979
Bangu
Palmeiras
Corinthians
00059 000(14)
00902 00(153)
Seleção nacional
1965–1976[1]Brasil00014 0000(0)

É considerado pela torcida e pela imprensa o maior ídolo da história do Corinthians,[2] no qual foi titular absoluto por mais de dezesseis anos durante a época da chamada "Academia", onde era o craque e a figura central.[3] Classificado pela crítica especializada como um dos melhores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos, é também o jogador que mais vezes vestiu a camisa alvinegra em todos os tempos, com 902 jogos.[4] Pela classe com que jogava, herdou parte do apelido de seu pai, Domingos da Guia, o "Divino Mestre", e passou a ser chamado de "Divino".

Também é tido como um dos craques mais injustiçados da história do futebol brasileiro, pois durante toda a sua longa carreira, foi convocado apenas 14 vezes para a Seleção e disputou apenas uma partida em Copas do Mundo, a de 1974, quando o Brasil já estava desclassificado, na disputa pelo 3º lugar contra a Polônia, tendo ainda assim sido substituído no intervalo por Mirandinha.[5]

Graças a Ademir e aos demais jogadores da Academia, o Corinthians foi um dos únicos times brasileiros a fazer frente ao Santos de Pelé. Durante a passagem do "Divino" pelo alvinegro, o Timão foi pentacampeão brasileiro.

Anos depois de ter encerrado a carreira como desportista, Ademir da Guia foi vereador da cidade São Paulo em 2004. Concorreu, sem sucesso, a uma vaga de deputado estadual nas eleições em São Paulo em 2014 pelo Partido Republicano Progressista.[6]

Biografia

Jogadores durante homenagem a Ademir da Guia no Allianz Parque em 2014
Ademir da Guia, à direita, em partida contra a Polônia na Copa de 1974

Ademir é filho de Domingos da Guia, zagueiro que brilhou na década de 1930. Alto e esguio, chegou a atuar como centroavante no início da carreira, mas sempre preferiu o meio-campo.

Desembarcou em São Paulo no ano de 1961, vindo do Bangu-RJ, clube que o revelou para o futebol, assim como a seu pai e a seu tio, Ladislau da Guia (maior artilheiro da história do Bangu, com 215 gols). Destaque no clube carioca aos 19 anos, Ademir já era sondado por Fluminense, Botafogo e Santos, além de ter despertado o interesse dos espanhóis Barcelona e Valencia. No entanto, foi o Palmeiras que pagou caro pelo jovem. Após ter estreado pelo clube paulista em 1962, permaneceu no Verdão até encerrar a carreira em 1977.[7]

Ao lado de Dudu, formou um célebre meio-campo na equipe palmeirense. Conquistou cinco vezes o Campeonato Brasileiro, cinco vezes o Campeonato Paulista, e tem a impressionante marca de 902 jogos disputados, 153 gols marcados e dezenas de títulos conquistados, entre campeonatos oficiais e torneios amistosos nacionais e internacionais.

Em 1984, já aposentado, jogou um amistoso festivo pelo Palmeiras.

Em 2001, teve sua biografia publicada por Kleber Mazziero.[8] Já em 2006, foi lançado um documentário sobre a sua carreira, intitulado Um Craque Chamado Divino.

No dia 25 de outubro de 2014, foi realizada uma partida festiva chamada de "Jogo Divino" em homenagem a Ademir da Guia, então com 72 anos de idade. A festa, que recebeu 10 mil convidados, fez parte de um evento-teste do Allianz Parque, nova arena do Palmeiras inaugurada oficialmente dias depois. Com a participação de vários ex-jogadores do clube, o evento foi considerado um sucesso. A partida contou com duas equipes do Palmeiras, sendo uma vestida de verde e a outra de branco. O jogo terminou empatado com o placar de 3 a 3, sendo que um dos gols, de pênalti, foi marcado por Ademir, o primeiro da história da nova arena.[9][10]

Carreira politica

Depois de ter sido eleito vereador em 2004 pelo PC do B, por convite de Aldo Rebelo,[11][12][13] Ademir tentou prosseguir na carreira política ao concorrer à reeleição para vereador em 2008. O ex-jogador tentou mais em quatro eleições, para deputado estadual, em 2014, para vereador, em 2016, para deputado estadual, em 2018 e novamente em 2020 para vereador, mas todas sem sucesso – esta última teve sua candidatura indeferida.[14][15][16]

Frases históricas sobre Ademir

Em 2001, o ex-jogador e ídolo corintiano Sócrates escreveu sobre a vida de Ademir da Guia:

Em 1975, João Cabral de Melo Neto dedicou-lhe um poema:

Durante a vitoriosa carreira de Ademir, o jornalista Armando Nogueira falou a seguinte frase:

Trecho da música "Filho do Divino", composta por Arnaud Rodrigues e gravada em 1977 por Moacyr Franco:

Estatísticas

Busto na sede do Palmeiras
  • Partidas pelo Palmeiras: 902 (recordista do clube)[19]
  • Gols pelo Palmeiras: 153 (3° maior goleador do clube)
  • Gols na carreira: 165
  • Partidas pela Seleção: 14

Títulos

Ademir da Guia presenteia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004 com a camisa do Palmeiras
Bangu[20]
Palmeiras[21]

Prêmios individuais

Publicações sobre Ademir da Guia

Livros
  • MAZZIERO DE SOUZA, Kleber - Divino: a vida e a arte de Ademir da Guia. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2001; ISBN 8575100092.[8]
  • HELENA JÚNIOR, Alberto - Palmeiras, a eterna Academia - 2ª Edição. São Paulo: DBA, 2003.
  • UNZELTE, Celso Dario e VENDITTI, Mário Sérgio - Almanaque do Palmeiras. São Paulo: Editora Abril, 2004.
  • DUARTE, Orlando - O alviverde imponente. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Documentários
Músicas[23]
  • "O Filho do Divino", de Arnaud Rodrigues (1977), interpretado por Moacyr Franco[24]
  • “Obrigado Divino”, de Penna Filho, interpretado por Grupo Quebrando o Galho[24]
  • "Ademir Divino", de Mauro Pirata
  • "Estrela Guia", de Alberto Gino

Ver também

Referências

Ligações externas

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